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·10 de julho de 2025
Ex-presidente do Flamengo, Landim faz oferta para adquirir SAF do Confiança

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·10 de julho de 2025
O ex-presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, formalizou nesta quinta-feira (10) uma proposta para a aquisição da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Associação Desportiva Confiança. As informações são do "ge".
À frente de um grupo de investidores denominado "Consórcio Dragão", o empresário apresentou um plano que prevê um investimento total de R$ 500 milhões ao longo dos próximos dez anos, com o objetivo de reestruturar e fortalecer o futebol do clube sergipano.
A Proposta Vinculante, um documento que estabelece um compromisso formal entre as partes, foi assinada na sede do clube, o Sabino Ribeiro. O plano de investimento detalha que uma parcela inicial dos recursos será destinada à quitação imediata do passivo atual do Confiança, regularizando as dívidas e permitindo a obtenção das Certidões Negativas de Débito (CNDs), essenciais para a saúde financeira e operacional da instituição.
Conforme os termos apresentados, a parte associativa do Confiança manterá 22% do capital da nova SAF. Além disso, o clube terá poder de veto sobre decisões cruciais que envolvam a identidade e os símbolos da agremiação, como o escudo, as cores e o hino, garantindo a preservação do patrimônio imaterial do clube.
O projeto do Consórcio Dragão vai além da reestruturação financeira. Os principais pilares da proposta incluem a gestão completa do departamento de futebol profissional e das categorias de base, investimentos significativos na infraestrutura do clube, com destaque para a construção de um moderno centro de treinamento, e um trabalho focado no fortalecimento da marca Confiança em âmbito nacional.
Rodolfo Landim não atuará na linha de frente executiva, mas sim como um assessor técnico do fundo de investimentos (FIP) criado para viabilizar os aportes. Ele será o líder da governança estratégica e consultiva do projeto.
Ao seu lado, estarão outros nomes com passagem pelo Flamengo: Gustavo Oliveira, ex-vice-presidente de Comunicação e Marketing, e Gab Araujo, ex-advogado desportivo do Rubro-Negro. O grupo é complementado por outros empresários que atuarão como cotistas do fundo.
A proposta será agora avaliada por uma comissão especial designada pelo Conselho de Administração do Confiança. Este grupo contará com o suporte de uma assessoria técnica especializada em transições para o modelo de SAF, garantindo uma análise criteriosa dos termos oferecidos.
A relação de Landim com o clube sergipano se estreitou desde janeiro deste ano, quando visitou as instalações do Confiança pela primeira vez, acompanhado pelo governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, que é seu amigo pessoal.
Desde então, as conversas avançaram, e Landim já foi visto acompanhando jogos do time na Série C, expressando publicamente seu interesse e seus planos para o clube, que incluem a busca pelo acesso à elite do futebol brasileiro. A formalização da proposta ocorre pouco tempo após o clube aprovar, em seu aniversário de 89 anos, a alteração estatutária que permite a adoção do modelo de SAF.
Uma eventual Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Flamengo teria um valor estimado em R$ 6 bilhões (cerca de US$ 1 bilhão), se tornando, de longe, a mais valiosa do Brasil. A projeção foi feita pelo ex-presidente do clube, Rodolfo Landim, em entrevista à CNN Esportes. Segundo o empresário, a cifra leva em conta os múltiplos de mercado e o potencial de crescimento da instituição.
"Eu acho que o Flamengo hoje, como instituição e considerando os múltiplos de mercado, além do potencial de crescimento que ainda tem, valeria, se fosse vendido, algo em torno de 1 bilhão de dólares", declarou Landim.
Apesar da projeção bilionária, o ex-mandatário não acredita que o clube se tornará uma SAF. Para ele, o modelo tem funcionado como uma "boia de salvação" para equipes em dificuldades financeiras, cenário que não se aplica ao Flamengo.
Landim destacou a saúde financeira do clube como o principal fator para não necessitar de uma mudança no modelo de gestão. "Graças a Deus, a gente deixou o clube em situação confortável. Não há essa necessidade. Temos competitividade no cenário sul-americano sem precisar recorrer a novos aportes", afirmou.
O empresário também argumentou que a transformação em SAF encontra resistência na cultura passional do futebol, que, segundo ele, difere da lógica empresarial.
"Futebol não é lógica empresarial, é paixão. Se fosse racional, a maioria dos clubes não estaria quebrada", pontuou.
Outro obstáculo apontado por Landim seria a perda de poder dos sócios do clube. Ele explicou que, com a venda de uma SAF, os associados deixam de ter influência nas decisões e na vida política da instituição, um aspecto fundamental na estrutura atual do Flamengo.