Gazeta Esportiva.com
·26 de março de 2024
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Chen Xuyuan, ex-presidente da Associação Chinesa de Futebol, foi condenado à prisão perpétua por aceitar subornos que somam 11 milhões de dólares (54 milhões de reais), informou nesta terça-feira a imprensa estatal, no âmbito de uma grande campanha contra a corrupção no esporte.
Um tribunal da província de Hubei, na região central da China, condenou Chen Xuyuan “à prisão perpétua por aceitar subornos”, revelou o jornal ‘People’s Daily’, controlado pelo Partido Comunista.
Entre 2010 e 2023, Chen aproveitou seus cargos na federação e em outras entidades “para aceitar ilegalmente somas de dinheiro de outras pessoas que alcançaram 81,03 milhões de yuanes”, (US$ 11 milhões, R$ 54 milhões), informou o jornal.
O dirigente esportivo procurou obter “vantagens indevidas para vários clubes de futebol e associações de futebol locais”, com a manipulação de resultados de partidas ou de ascensões, além de sanções contra árbitros.
O jornal estatal afirma que os subornos foram “particularmente enormes” e que as ações do dirigente minaram “a concorrência leal e a ordem no setor do futebol”.
Chen assumiu a presidência da Associação Chinesa de Futebol em 2019, mas antes havia ocupado outros cargos de destaque no esporte.
Em janeiro, ele confessou em um documentário exibido na televisão que havia aceitado dinheiro de pessoas que desejam receber um tratamento preferencial.
“Os torcedores podem aceitar o fato de que a situação do futebol chinês é ruim”, disse Chen no documentário. “Mas ão podem perdoar a corrupção”, acrescentou.
O presidente chinês, Xi Jinping, é apaixonado por futebol e já afirmou que tem o sonho de ver o país como sede e, eventualmente, como campeão de uma Copa do Mundo.
Mas desde sua ascensão ao poder, há uma década, ele empreende uma campanha contra a corrupção, que também afeta a indústria do esporte.
Vários dirigentes de Associação Chinesa de Futebol foram afastados nos últimos anos, incluindo Chen.
A agência oficial de notícias Xinhua afirmou que o país aguarda as sentenças de outros quatro grandes casos de corrupção que afetam o futebol.
Um deles envolve o ex-técnico da seleção Li Tie, próximo ao ex-presidente da federação.
No documentário exibido em janeiro, o ex-jogador, que chegou a jogar pelo Everton da Inglaterra, admitiu que pagou 421.000 dólares em subornos para garantir o cargo na federação e que ajudou na manipulação de resultados quando era técnico de clubes.
“Havia algumas coisas que eram práticas comuns no futebol”, disse.
Em outras condenações por subornos anunciadas nesta terça-feira, o ex-dirigente da federação Chen Yongliang e o ex-diretor-geral da Superliga, Dong Zheng, receberam sentenças de 14 e oito anos de prisão.
A imprensa estatal também informou que o ex-presidente da Associação Chinesa de Atletismo, Yu Hongchen, foi condenado a 13 anos de prisão pelo mesmo crime.
Outro caso que abalou o futebol chinês foi o do jogador sul-coreano Son Jun-ho, detido no país em maio.
Pequim anunciou que o meia foi detido “sob suspeita de aceitar subornos de funcionários não estatais”, sem revelar mais detalhes.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul anunciou na segunda-feira que ele foi libertado e retornou ao país.
Son jogava no Shandong Taishan da Superliga Chinesa desde 2021 e disputou três das quatro partidas da seleção da Coreia do Sul na Copa do Mundo do Catar 2022.
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