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·28 de novembro de 2018
Ex-presidente conta como conseguiu tirar Ronaldo Fenômeno do PSV: "Me disfarcei de garçom"

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·28 de novembro de 2018
O Barcelona usou de artifícios até então desconhecidos para contratar Ronaldo junto ao PSV, com direito ao uso de disfarce para fechar o acordo.
Em 1996, o brasileiro de 19 anos já era uma sensação no continente europeu, graças a duas temporadas notáveis na Holanda, com direito a 54 gols em 57 jogos e aos poucos se firmando como jogador da Seleção Brasileira principal. Isso tudo chamou a atenção de Sir Bobby Robson, lendário treinador inglês que, na época, era comandante dos catalães.
"Ele ainda tinha 19 anos mas eu disse aos diretores do Barcelona que deveríamos comprá-lo, que ele seria não só um tremendo jogador, mas um atleta com potencial. Ele era muito mais que uma alternativa aos homens que tínhamos disponíveis no ataque. Ele era raro e diferente. Ele driblava como George Best, Tom Finney e Chris Waddle", conforme depoimento registrado no livro Barça: A People's Passion (Barça: Uma paixão popular, da tradução livre).
Depois de não conseguir fechar a contratação de Alan Shearer, primeiro alvo pedido por Robson, os Blaugranas correram atrás de Ronaldo, mas a transação que parecia fácil se mostrou mais complicada que o normal. E é aí que entra a figura de Joan Gaspart, vice-presidente na gestão de Josep Nuñez e mandatário da equipe posteriormente.
"Eu até tive que me disfarçar de garçom para conseguir fechar o acordo com ele. Mas a negociação teve um pequeno problema: Precisávamos de ter o aval do jogador antes de 15 de julho, quando terminava o nosso acordo com o PSV" revelou Gaspart com exclusividade para a Goal.
Quando o PSV adotou uma postura mais rígida na negociação, Joan tomou uma medida inusitada para romper a negativa do clube holandês.
"Eles ligaram para a CBF tentando parar a transação de Ronaldo com o Barça. Havia dois seguranças que tentaram impedir uma aproximação com Ronaldo ou qualquer outro jogador. Então encontrei um garçom espanhol no hotel e ele me emprestou suas roupas, me deu uma bandeja e uma Coca-Cola. Coloquei o disfarce, cumprimentei os seguranças e disse a eles que havia um pedido de refrigerante para o quarto, justamente onde estava Ronaldo. Bati na porta e ele abriu. O contrato foi assinado lá, na cama do quarto", descreveu o antigo vice-presidente da equipe.
Ronaldo ficou no time do Camp Nou por apenas uma temporada, mas teve momentos marcantes e marcou 47 gols em 49 jogos.
E quase a transação não ocorre se Robson tivesse sido mais persistente com a ideia de contratar Shearer ou se Gaspart não vestisse a roupa de garçom que possibilitou a assinatura do contrato do brasileiro com o clube catalão.