Zerozero
·26 de janeiro de 2025
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·26 de janeiro de 2025
Três golos e infindáveis metros cúbicos de água preencheram o Estádio Municipal de Braga num final de domingo de real intempérie no Minho. O SC Braga fez trabalho fácil da equipa do Boavista (3-0) e não só aproveitou para se distanciar do Santa Clara como se colocou a apenas quatro pontos do segundo lugar.
Carlos Carvalhal promoveu uma revolução na equipa inicial, com seis alterações em relação à equipa que se apresentou a meio da semana, na Bélgica. Do outro lado, os axadrezados apareceram desfalcados por múltiplas suspensões e Cristiano Bacci foi obrigado a testar novamente a criatividade na busca por soluções. Não foi muito feliz, mas já lá vamos.
A pantera habituou-nos a ser furtiva, faminta e com pouca ou nenhuma misericórdia no arranque do século. Longe vão esses tempos e a pantera encolhe agora as garras, castrada da competitividade pelo oceano sem fundo de problemas que atravessa. O resultado foi mais uma pobre prestação - especialmente na primeira parte - na visita ao Minho, em nada condizente com outros tempos de um dos históricos da nossa praça.
A suspensão de peças fundamentais piorou a vida boavisteira e os «remendos» que Bacci procurou não serviram para estancar a hemorragia. Do lado esquerdo, Joel Silva recuou para lateral e teve João Barros à sua frente, mas a clara falta de rotinas de ambos foi dissecada vezes sem fim pela alta rotação de Víctor Gómez e Ismaël Gharbi.
Por ali nasceu o golo de Fran Navarro, num desvio pleno de oportunidade (14'), e mais um punhado de lances perigosos. O segundo golo, apontado por Ricardo Horta, veio, porém, pelo outro lado e pela visão de jogo superlativa de Bruma, aliada a uma clara falha de marcação de Filipe Ferreira.
Em boa verdade, a missão boavisteira foi inglória. Claramente fora do seu campeonato em termos competitivos, o conjunto da Invicta lutou com as (poucas) armas que tinha para o fazer na Pedreira. A missão pareceu sempre muito clara: defender bem e tentar explorar um erro. Nem uma coisa, nem outra. Não só as iniciativas com bola se resumiram, em larga escala, a «despejos» na frente para as correrias solitárias de Róbert Bozeník e Manuel Namora, como sem bola a equipa abriu clareiras que um conjunto como o SC Braga sabe bem explorar.
Não vamos passar a imagem de que só existiram problemas do lado visitante. Houve também um SC Braga muito competente, com fluidez no ataque sempre que decidiu acelerar o ritmo e com facilidade em atrair o adversário a um flanco para rapidamente encontrar o espaço no outro.
Yikes! A concentração ficou no balneário, pelo menos durante o primeiro quarto de hora. Uma série de erros individuais dos minhotos ofereceram a possibilidade ao Boavista de subir um pouco no terreno e aproximar-se até da baliza defendida por Lukas Hornicek, mas sem eficácia para relançar a discussão pelo resultado.
Carvalhal mexeu pouco depois e a equipa reagiu de forma positiva, voltou ao estado de controlo e «matou» o jogo com uma grande penalidade arrancada por Gharbi e convertida por Fran Navarro. Ainda que o Boavista tenha arriscado mais e pisado o último terço do terreno por muitas mais ocasiões na primeira meia hora da segunda metade do que em toda a primeira, Hornicek não teve propriamente grande trabalho.
O resultado folgado permitiu também alguma gestão da parte de Carlos Carvalhal, garantidamente a pensar na «final» europeia frente à Lazio. Os últimos minutos trouxeram apenas mais problemas para uma equipa que já os tem de sobra: Rodrigo Abascal desentendeu-se com Gabri Martínez e o descontrolo emocional levou-o a partir para a agressão ao jogador bracarense. Mais uma baixa para Cristiano Bacci na próxima jornada.
O SC Braga leva agora 37 pontos e já só está a quatro da dupla composta por Benfica e FC Porto. O Boavista continua na última posição com os mesmos 12 pontos, ainda assim a apenas três do lugar de play-off. Uma palavra final para os cerca de 200 adeptos boavisteiros presentes em Braga e incansáveis no apoio à equipa.
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