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·17 de novembro de 2023

Especialista em pênaltis, Samir Handanovic brilhou na Udinese e alcançou idolatria na Inter

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Quando Julio Cesar deixou a Inter e encerrou sua passagem sublime pela Itália, o torcedor interista não ficou órfão de um grande goleiro. Samir Handanovic, após anos gloriosos na meta de uma Udinese marcante, encarou a missão de substituir o brasileiro e não decepcionou. Em um período de vacas magras da Beneamata, o esloveno foi um ponto de referência, se tornou um dos melhores do mundo na posição e aumentou sua fama de pegador de pênaltis – é o arqueiro que mais defendeu penalidades na história da Serie A. Na reta final de sua carreira, sentiu o gostinho de levantar taças como capitão do time, sofreu uma visível queda de rendimento e recebeu muitas críticas por seus “golpes de vista”. Nada que apagasse, porém, a brilhante trajetória do “Batman”.

Natural de Liubliana, capital da Eslovênia, Handanovic iniciou a carreira no Domzale, em 2003. Antes de se afirmar embaixo das traves da equipe eslovena, foi emprestado ao Zagorje, que, à época, disputava a segunda divisão do Campeonato Esloveno. Permaneceu no time de agosto a setembro daquele ano, atuando em 11 jogos e obtendo três clean sheets. O Domzale, então, solicitou o retorno de Samir, que se destacou nas poucas aparições que somou durante a temporada 2003-04 e acabou chamando a atenção de vários clubes europeus.


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A Udinese, cuja rede de olheiros costuma pescar boas joias em mercados periféricos, fixou os olhos em Handanovic. Um dos observadores bianconeri que ficaram encantados com o potencial do jovem foi o ex-jogador Andrea Carnevale. Assim, no verão europeu de 2004, o clube fechou a contratação do promissor arqueiro, que escolheu a camisa 58. Então com 20 anos, o goleiro desembarcou em Údine para ser reserva de Morgan De Sanctis.

A estreia de Handa pelo time friulano aconteceu em novembro de 2004: em um jogo eletrizante, os bianconeri venceram o Lecce, por 5 a 4, no estádio Via del Mare, pelas oitavas de final da Coppa Italia. Samir foi expulso nos acréscimos do segundo tempo após cometer pênalti em Mirko Vucinic. Como o técnico Luciano Spalletti já havia realizado as três substituições, o atacante David Di Michele foi para o gol e catou a penalidade cobrada pelo próprio atacante montenegrino. Classificação às quartas de final garantida e Handanovic aliviado.

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Ainda garoto, Handanovic teve dificuldades de se firmar por Udinese e Treviso, na Serie A (Ansa)

Se o cartão vermelho havia sido o ponto baixo da semana de Handa, o alto foi seu debute pela seleção eslovena. Três dias antes da partida frente ao Lecce, o goleiro jogou os 90 minutos do amistoso contra a Eslováquia. O encontro terminou com o placar zerado. Samir, vale destacar, também frequentou as seleções de base da Esvolênia.

De volta à Udinese, o arqueiro ainda entraria em campo mais quatro vezes antes do fim da temporada – aproveitando lesão sofrida por De Sanctis. Handanovic também comemoraria um grande feito com seus companheiros: a equipe treinada por Spalletti terminou a Serie A na quarta colocação e alcançou uma classificação inédita à Champions League.

Quando vim para a Udinese e para a Serie A, foi como um sonho para mim. Claro que no começo foi difícil. Eu não conhecia o idioma e estava passando por momentos difíceis. Mas tive sorte porque Údine e Liubliana estão separadas por apenas 170 quilômetros de distância. Por isso, uma vez por semana, ia para casa e esquecia todos os meus problemas. Samir Handanovic, ao canal da Serie A no YouTube

Uma vez que De Sanctis atravessava ótima fase e, por isso, até chegou a receber suas primeiras convocações à seleção da Itália, Handa foi cedido ao Treviso. Em sua estreia na meta biancoceleste, tomou três gols de Adriano, o grande destaque daquele triunfo da Inter por 3 a 0, pela rodada de abertura da Serie A 2005-06. Ele atuaria nos compromissos seguintes, em derrotas para Livorno e Lazio, perderia a posição para Adriano Zancopè – após ser expulso na reta final da partida contra a equipe capitolina – e seria negociado no mercado de inverno, também por empréstimo, com a Lazio.

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Depois de empréstimo ao Rimini, Samir voltou à Udinese e virou dono absoluto da posição (Getty)

Tal qual a aventura em Treviso, a passagem de Samir pela capital foi bem curta. Reserva de Angelo Peruzzi e Marco Ballotta, permaneceu na Cidade Eterna até o fim daquela temporada – entrou em campo somente uma vez, na última rodada do campeonato, quando a Lazio bateu o Parma por 1 a 0.

Em busca de tempo de jogo, o esloveno passou a temporada 2006-07 pelo Rimini, na Serie B. Lá, finalmente conseguiu regularidade. Foi titular do time, que terminou a segunda divisão na quinta colocação, e foi escolhido como segundo melhor goleiro do certame, atrás apenas de Gianluigi Buffon – a Juventus disputou a segundona devido ao envolvido no escândalo Calciopoli.

As boas atuações pelo Rimini projetaram Samir à titularidade tanto na seleção eslovena quanto na Udinese. E ainda tiveram impacto na sua família. É que, no verão de 2007, Jasmin Handanovic, seu primo mais velho, também goleiro, foi contratado pelo Mantova, da Serie B, e passaria alguns anos na Itália – onde também defenderia o Empoli. Mais tarde, os parentes fariam parte do grupo da Eslovênia que disputou a Copa do Mundo de 2010.

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Foi na Udinese que Handanovic começou a escrever sua história como grande pegador de pênaltis (Getty)

A trajetória de ascensão de Handa na Udinese só pôde ocorrer porque ele driblou percalços. O goleiro até começou a temporada 2007-08 na reserva de Antonio Chimenti, mas depois de um sonoro 5 a 0 sofrido contra o Napoli, em pleno Friuli, pela segunda rodada do campeonato, o então técnico bianconero, Pasquale Marino, promoveu Samir ao onze inicial. E de lá não saiu mais. Com o camisa 22 debaixo das traves, a equipe de Údine venceu Juventus, Lazio e Fiorentina no primeiro turno, passou 12 jogos sem sofres gols e concluiu a Serie A na sétima posição, com classificação à Copa Uefa – atual Liga Europa.

A partir da temporada seguinte, Handanovic começou a se destacar como um exímio pegador de pênaltis. Nos playoffs da Copa Uefa, contra o Borussia Dortmund, a Udinese avançou à fase de grupos do torneio depois de superar os alemães nas cobranças de penalidades. O arqueiro parou dois disparos, um de Tamás Hajnal e outro de Jakub Blaszczykowski, e foi o herói da qualificação. A Udinese, inclusive, foi longe na competição, sucumbindo para o Werder Bremen nas quartas de final – apesar dos dois gols feitos pelo brasileiro Diego na partida de volta, concluída em 3 a 3, o esloveno defendeu um penal cobrado pelo meia. Ao fim da época, os bianconeri conseguiram mais uma ida à Copa Uefa ao final da Serie A.

Nos últimos anos da década de 2000, Handanovic também cresceu em desempenho e status na seleção da Eslovênia. Ele usou a braçadeira de capitão pela primeira vez em 2008 e foi o titular do gol na Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul – tendo o primo Jasmin como reserva imediato.

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Após se destacar na Udinese e se tornar um dos melhores goleiros da Serie A, Handanovic se transferiu à Inter (Getty)

Os eslovenos foram sorteados no Grupo C, ao lado de Argélia, Estados Unidos e Inglaterra: conseguiram o seu primeiro triunfo na história dos Mundiais ante os africanos, na abertura, empataram com os estadunidenses e perderam para os ingleses. Handanovic e seus compatriotas, no fim das contas, ficaram na terceira posição da chave e só não se classificaram ao mata-mata porque Landon Donovan, nos acréscimos do duelo com os argelinos, marcou o gol que levou os norte-americanos para as oitavas.

Entre 2009 e 2012, Handanovic se tornou um dos melhores arqueiros da Serie A e alcançou feitos enormes. Na temporada 2010-11, alcançou incríveis 14 clean sheets e pegou absurdos seis de oito pênaltis. Inclusive, nenhum outro goleiro havia obtido tal proeza na história do Campeonato Italiano. Edinson Cavani, artilheiro do Napoli na época, parou em Samir duas vezes na marca da cal. Kaká, Samuel Eto’o, Antonio Cassano e Marek Hamsík foram outros jogadores de prestígio que também tiveram penalidades máximas defendidas pelo esloveno.

A última temporada de Handanovic pela Udinese, a de 2011-12, foi uma das mais marcantes de toda sua passagem por Údine. Disputou 51 partidas, saiu de campo sem ser vazado em 21 oportunidades e ajudou os comandados de Francesco Guidolin a chegarem às oitavas de final da Liga Europa. Os italianos estiveram muito perto de jogar a Champions League, mas perderam ambos os duelos para o Arsenal nos playoffs, apesar das proezas de Samir. Ao fim daquela campanha fantástica, Handa deixou o Friuli depois de 212 jogos trajando bianconero, consolidado como um dos maiores que passaram pela agremiação.

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Handanovic decolou na Inter e virou o maior pegador de pênaltis da história da Serie A italiana (AFP/Getty)

Handanovic foi o escolhido para suceder Julio Cesar na Inter, já que, após anos de sucesso na Itália, o brasileiro arrumou as malas e foi para a Premier League jogar pelo Queens Park Rangers. O esloveno desembarcou em Milão num período de transição. Vários jogadores de grife estavam de partida. Além do goleiro, outros atletas de renome que deixaram a Appiano Gentile foram Maicon, Iván Córdoba, Lúcio, Diego Forlán e Giampaolo Pazzini. Reforços chegaram para suprir as saídas, mas o time comandado por Andrea Stramaccioni fez uma temporada abaixo da crítica, terminou a Serie A na nona colocação – pior colocação sob a gestão de Massimo Moratti – e ficou fora das competições continentais depois de 13 anos. Talvez o único ponto positivo daquela campanha desastrosa tenha sido Samir.

Em seus anos iniciais como nerazzurro, o camisa 1 manteve o alto nível, mas o restante do time, salvo raríssimas exceções, decepcionava. Por exemplo, em dezembro de 2013, o esloveno defendeu seu primeiro pênalti como interista, impedindo o macedônio Goran Pandev de balançar as redes. De nada adiantou, contudo: a Inter perdeu por 4 a 2 para o Napoli, em Nápoles. De qualquer forma, Handa seguiu frustrando cobradores de penalidade. Entre 2014 e 2015, parou sete de oito disparos, sendo seis intervenções consecutivas: as de Maxi López (Sampdoria), Antonio Cassano (Parma), Marcelo Larrondo (Torino), Andrea Cossu (Cagliari), Luca Toni (Verona) e Yevhen Konoplyanka (Dnipro).

Pegar [os pênaltis] é o meu trabalho. Existem defesas de uma certa dificuldade e também besteiras que são feitas. Eu procuro de fazer o melhor possível. Samir Handanovic, em 2014, após defender um pênalti cobrado por Konoplyanka e ajudar a Inter a vencer o Dnipro, pela Liga Europa

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Durante seu auge, com a camisa da Inter, Handanovic se tornou um dos goleiros mais confiáveis do planeta (Getty)

Em meados dos anos 2010, Handanovic ganhou o apelido de “Batman” dos torcedores nerazzurri. “Eles me chamam de Batman e eu gosto do apelido. Tudo começou depois de um dérbi contra o Milan, cinco ou seis anos atrás”, contou o camisa 1, ao canal da Serie A no YouTube, em outubro de 2019. Ao passo que se consolidava entre os queridinhos da torcida da Beneamata, anunciou aposentadoria da seleção eslovena, em novembro de 2015, após a equipe não se classificar para a Euro 2016. Foram 11 anos a serviço do selecionado, com 81 partidas e uma Copa do Mundo no currículo. Ele é o arqueiro que mais vezes atuou pela Eslovênia.

Na temporada 2017-18, agora treinado pelo velho conhecido Spalletti, Handanovic teve um desempenho espetacular debaixo dos postes. Atuou em todos os confrontos da Serie A, obteve 17 clean sheets e igualou o recorde estabelecido por Julio Cesar em 2009-10, época na qual a Inter conquistou a Tríplice Coroa. Na última rodada do campeonato, a Beneamata ganhou de virada contra a Lazio e pôde comemorar o retorno à Champions League após seis anos, graças ao quarto lugar obtido através do certame nacional.

Com a Inter de volta à maior competição de clubes do mundo, Handanovic começava a ver sua equipe com condições de brigar por títulos. O esloveno se tornou capitão oficial do time a partir de meados da temporada 2018-19, porque o atacante Mauro Icardi fez várias besteiras, enfureceu a torcida e perdeu a braçadeira, em fevereiro de 2019, após decisão conjunta entre Spalletti e a diretoria nerazzurra. Nenhum goleiro da Beneamata havia ocupado este posto até então.

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Em 2019, Handanovic se tornou o primeiro goleiro a ser capitão da Inter e ainda foi eleito o melhor da posição na Serie A (Getty)

Ser capitão da Inter é uma honra e uma grande responsabilidade para mim. Tenho que dar um bom exemplo a todos. Às vezes você tem que tomar decisões difíceis e ir contra um companheiro de equipe, mas você tem que ser justo, o que é o mais difícil de conseguir. Samir Handanovic, ao canal da Serie A no YouTube

Na mesma temporada, disputou seus primeiros jogos de Liga dos Campeões, embora os milaneses tenham finalizado em terceiro na fase de grupos, atrás de Barcelona e Tottenham. Relegados à Liga Europa, os comandados de Spalletti foram eliminados nas oitavas, pelo Eintracht Frankfurt. Concentrados na Serie A, os nerazzurri voltaram a se classificar para a Champions League apenas na última rodada, graças a uma vitória eletrizante – e com grande atuação de Handanovic – sobre o Empoli, que acabaria rebaixado por conta do resultado. Assim como na época anterior, Batman disputou todas as partidas do Italiano e novamente alcançou 17 partidas sem ser vazado, o que lhe levou a ser eleito como melhor goleiro da competição.

No verão europeu de 2019, a chinesa Suning, que adquirira a Inter no segundo semestre de 2018, iniciaria a sua primeira temporada como dona da agremiação da Lombardia. Assim, a diretoria apostou alto ao trocar Spalletti, que havia realizado ótimo trabalho à frente dos nerazzurri, pelo ex-juventino Antonio Conte. Polêmicas à parte, já que a Beneamata contratara um técnico com forte ligação à Juventus, havia grande expectativa de que a equipe ficaria ainda mais competitiva.

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No fim de sua carreira, o esloveno começou a ser contestado por falhas frequentes, apesar de ser um dos líderes do elenco da Inter (Getty)

Embora a Inter estivesse subindo de nível e muito próxima de voltar a conquistar um título, Handanovic começou a falhar em alguns jogos, o que não ocorria com frequência nos anos anteriores. Contudo, o esloveno seguia monstruoso quando o assunto era parar penalidades. Em janeiro de 2020, espalmou a cobrança de Luis Muriel, da Atalanta, e chegou à marca de 24 pênaltis defendidos na Serie A. Com isso, igualou o recorde de Gianluca Pagliuca. O Batman deixaria o italiano para trás em novembro do mesmo ano, quando parou o disparo de Zlatan Ibrahimovic da marca da cal. Cristiano Ronaldo também foi vítima de Handa, que fechou sua conta com 26 intervenções do gênero.

Ao longo de 2019-20, uma Inter embalada por Marcelo Brozovic, Lautaro Martínez e Romelu Lukaku chegou a lutar pelo scudetto com a Juve, porém não conseguiu desbancar a Vecchia Signora – foi vice-campeã de uma Serie A bagunçada pela covid-19. Durante a temporada, que foi interrompida em março de 2020, por conta da pandemia, e retomada em junho, a Beneamata ainda foi semifinalista da Coppa Italia e, apesar da eliminação na fase de grupos da Champions League, alcançou até a final da Liga Europa. No fim das contas, perderam de virada para o Sevilla.

Ao fim da temporada 2020-21, Handanovic, aos 36 anos, deixou Walter Zenga pelo caminho, se tornou o goleiro com mais partidas na história da Inter e, como presente, celebrou o primeiro título da carreira, que representou o fim do jejum de uma década sem troféus para a Beneamata. A equipe de Conte foi constante do início ao fim da Serie A e levou o scudetto, sem dar chance ao rival Milan. O camisa 1 também ganharia duas edições da Coppa Italia e duas da Supercopa Italiana nos anos iniciais da década de 2020, já sob o comando de Simone Inzaghi – e sob forte contestação da torcida, que pareceu esquecer o status de idolatria que o arqueiro conquistara.

Em seus últimos anos como jogador profissional, Handanovic cometeu muitos “golpes de vista”, abdicando de ir em direção à bola quando um atleta adversário disparava um chute ao seu gol. Tal atitude deixou muitos torcedores revoltados com Samir, que – alternando falhas a defesaças – ainda segurou a titularidade por não ter um reserva à altura. Em 2022-23, finalmente perdeu a posição para André Onana.

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Handanovic se despediu do futebol como dono de uma série de marcas expressivas no Campeonato Italiano (Getty)

Reserva, Samir viu o camaronês brilhar e ser peça essencial para a Inter chegar à decisão da Champions League daquela temporada. Levantar a orelhuda, junto aos vice-capitães, Brozovic e Lautaro, seria a coroação de uma carreira marcante em nerazzurro. O Manchester City de Pep Guardiola, entretanto, bateu os milaneses por 1 a 0, em Istambul, naquela que foi a última vez que Batman foi relacionado como jogador profissional. Sua derradeira glória foi na final da Coppa Italia de 2022-23, quando atuou na vitória por 2 a 1 sobre a Fiorentina e levantou a taça, ao passo que sua despedida ocorreu em triunfo por 1 a 0 sobre o Torino, na saideira da Serie A.

Handanovic não se aposentou de imediato. Após o fim do seu contrato com a Inter, o goleiro tirou algum tempo para refletir sobre o seu futuro, até que, em setembro de 2023, a imprensa da Velha Bota anunciou que ele pendurara as luvas. O fato é que Samir terminou a carreira com muitas marcas expressivas em seu currículo. Além dos recorde de pênaltis defendidos na Serie A (26 no total e seis numa única temporada, a de 2010-11), o esloveno chegou a 455 partidas pelos nerazzurri e ao décimo posto em número de aparições pela equipe. Handa ainda é o segundo estrangeiro que mais somou presenças no Campeonato Italiano, com 566 – o também interista Javier Zanetti lidera, com 615.

Na Inter, Handanovic não teve um auge tão glorioso como o de Julio Cesar, apesar de também ter sido um dos melhores do mundo debaixo das traves dos lombardos. Entretanto, foi mais longevo, construiu uma grande história e pendurou as chuteiras como um dos maiores goleiros não só do clube, mas da Serie A. Segurou as pontas no pior momento da Beneamata neste século e, ao fim de sua jornada como atleta, pôde levantar cinco títulos como capitão da equipe. Agora, o Batman esloveno abre espaço para que seus Robins brilhem: quer virar treinador e aceitou ser olheiro nerazzurro.

Samir Handanovic Nascimento: 14 de julho de 1984, em Liubliana, Eslovênia Posição: goleiro Clubes: Domzale (2003 e 2003-04), Zagorje (2003), Udinese (2004-05 e 2007-12), Treviso (2005-06), Lazio (2006), Rimini (2006-07) e Inter (2012-23) Títulos: Serie A (2021), Supercopa Italiana (2021 e 2022) e Coppa Italia (2022 e 2023) Seleção eslovena: 81 jogos

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