Gazeta Esportiva.com
·06 de junho de 2024
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A Espanha, que após uma década de decepções tenta recuperar o nível da sua época de ouro – em que foi campeã europeia em 2008 e 2012 e do mundo em 2010 -, não terá vida fácil na Euro-2024, onde divide o grupo B com Itália, Croácia e Albânia, naquele que é considerado o mais forte do torneio.
Acostumado a trabalhar com as categorias de base, o técnico Luis de la Fuente aposta na juventude e jogadores como Yamine Lamal (16 anos), Nico Williams (21) e Pedri (21) são titulares do treinador, que também pode dar um papel de protagonista a outros mais ‘novatos’ como Pau Cubarsí (17) e Fermín López (21).
Doze anos depois do título continental que marcou o ápice da geração de ouro (Casillas, Xavi, Iniesta, Xabi Alonso, Villa, Piqué, etc.), ‘La Roja’ continua com o processo de construção de uma equipe que voltar a levá-la de volta à elite.
Foram pouco mais de dez anos de decepções. A Espanha não conseguir ir além das oitavas de final nas últimas três Copas do Mundo e na Eurocopa de 2016. As semifinais da Euro em 2021 foram a única alegria, além da conquista da Liga das Nações em 2023, um título sem a tradição e o prestígio dos dois grandes torneios mas uma amostra do potencial que o grupo formado por De la Fuente tem.
Essa juventude, e a inexperiência que resulta dela, é no entanto o calcanhar de Aquiles desta Espanha, onde jogadores como Rodri, Carvajal, Laporte e Morata têm o papel de fornecer o que falta aos mais jovens. O calendário tampouco beneficia a ‘Roja’, já que vai estrear contra a Croácia (vice-campeã na Copa de 2018 e 3ª colocada na de 2022) e depois terá pela frente a Itália (atual campeã europeia), com a necessidade de somar pontos caso não queira chegar com a corda no pescoço à última partida, contra a Albânia.
O trauma de ficar de fora da Copa do Mundo de 2018 foi parcialmente curado com o título europeu em 2021, o que faz com que a situação atual da Itália tenha um ar de ‘déjà vu’. Ausente também do Mundial do Catar-2022, a ‘Azzurra’ vai lutar para se tornar o segundo país a manter a taça, depois da Espanha em 2008 e 2012.
Assim como aconteceu em 2021, a seleção italiana não conta com grandes estrelas como era comum antigamente (Baggio, Del Piero, Pirlo, Buffon, etc.), mas tem à beira do campo um treinador de personalidade marcante: Luciano Spalletti, o homem que conquistou o histórico ‘Scudetto’ pelo Napoli em 2023 e que substituiu Roberto Mancini na ‘Nazionale’.
O grupo atual não inclui nomes de peso do vestiário ‘azzurro’ de 2021, como Marco Verratti e Ciro Inmobile, mas o goleiro Gianluigi Donnarumma, destaque do título há três anos, segue na equipe.
Os dados não são muito otimistas, já que a Itália se classificou para o torneio com dificuldades, não obteve resultados muito marcantes nos últimos tempos e não poderá contar com os zagueiros Francesco Acerbi e Giorgio Scalvini, ambos por lesão e que foram convocados com a missão de terem uma função importante no esquema de Spalletti.
Por outro lado, os italianos têm a seu favor o calendário. Vão estrear contra a Albânia, teoricamente a seleção mais fraca do grupo, e em caso de vitória ficarão praticamente com um pé nas oitavas de final, já que se classificam, além dos dois primeiros de cada chave, os quatro melhores terceiros colocados (de seis grupos).
Apesar de seus 38 anos, Luka Modric ainda é o maestro de uma orquestra croata que parece sempre estar afinada quando chegam os torneios importantes.
O veterano craque conquistou no dia 1º de junho sua sexta Liga dos Campeões pelo Real Madrid, mas ainda luta pelo seu primeiro título com a camisa da seleção de seu país, apesar da regularidade da ‘Quadriculada’, finalista na Copa da Rússia-2018 e semifinalista no Mundial do Catar-2022, assim como vice-campeã da Liga das Nações em 2023, perdendo a final justamente para a Espanha.
Livakovic, Gvardiol, Kovacic, Brozovic e Perisic, entre outros, continuam como fiéis escudeiros de Modric numa equipe que, se sente falta de alguma coisa, é de um grande artilheiro.
Pela história e tradição, a Albânia pode ser considerada uma potencial ‘zebra’ do grupo B, mas já mostrou nas Eliminatórias para a Euro-2024 que melhorou muito, sofrendo uma única derrota e vencendo o seu grupo. Terminou à frente da República Tcheca e mandou a Polônia de Lewandowski para a repescagem.
No comando da seleção balcânica está o ex-jogador brasileiro Sylvinho, que assumiu o cargo em novembro de 2023 com a missão de colocar a Albânia no mapa do futebol europeu.
“A nossa força é a equipe”, garantiu o ex-zagueiro do Barcelona em entrevista à AFP.
No entanto, Sylvinho conta com jogadores de destaque, como o meio-campista Kristjan Asllani da Inter de Milão, o zagueiro Berat Djimsiti (que em maio conquistou a Liga Europa pela Atalanta) e o atacante Armand Broja (emprestado pelo Chelsea ao Fulham).
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