ESFORÇADO, SÃO PAULO MELHORA, CORRE E JOGA BEM, MAS É PUNIDO POR APAGÃO E DEIXA BRAGANÇA COM EMPATE | OneFootball

Luciano voltou ao time e melhorou a dinâmica tricolor (Rubens Chiri/SPFC)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Como identificar um time em má fase? Bem, os sinais são vários, mas uma exemplificação perfeita do que define quando as coisas não estão bem foi o jogo do São Paulo na noite desta quarta-feira (16) contra o Bragantino, fora de casa. Depois de um início fulminante, jogando melhor e marcando gol, o clube do Morumbi acabou cedendo a virada, mas felizmente conseguiu empatar em 2 a 2, evitando um prejuízo ainda maior.

Claro, antes do jogo ninguém poderia apostar com certa clareza que o Tricolor venceria com autoridade o adversário interiorano. Nem o histórico ajudava, já que existe um tabu de quatro anos do clube do Morumbi não conseguir um triunfo em Bragança Paulista (SP).

Mas, por mais de 30 minutos, o são-paulino sonhou. E teve motivos para isso: os comandados de Hernán Crespo jogaram com autoridade, exibindo um futebol vistoso que há muito não se via, marcando o seu tento logo aos dez minutos.

Entretanto, pouco adiantou. Na reta final do primeiro tempo os sinais de que o Bragantino vive momento melhor ficaram claros e após pressão no campo de ataque, empataram o jogo. Pior viria na seguida, na volta do intervalo, quando os mandantes viraram o placar ante um atônito São Paulo.

Felizmente, o Tricolor acordou a tempo. E chegou ao empate de novo com André Silva, evitando um prejuízo ainda maior na noite e mostrando que pode se sonhar com coisas melhores no ano.

O empate deixa o São Paulo na beira do temido Z-4. Com 13 pontos, segue apenas a um da desgraça. A equipe volta a campo às 21h (de Brasília) de sábado (19), no Morumbi, para o clássico contra o Corinthians.

Não se pode dizer que o São Paulo de Crespo foi uma tragédia nesta noite. Longe disso. Mas a frustração vem justamente pelo fato do início ter sido arrematador. O gol, por exemplo, veio logo aos 10. Após jogada de Bobadilla com Cédric Soares, a bola sobrou para Luciano, que cruzou à área para o desvio de cabeça de André Silva.

O Bragantino parece ter sentido o tento tomado. Envolvido pelo jogo do São Paulo, a equipe se portou de maneira passiva ante um Tricolor com extremo volume de jogo, intensidade e capacidade de rotacionar suas peças e ocupar os espaços de maneira ofensiva.

Fazia tempo, muito tempo que o torcedor não via um rendimento igual. Diante do cenário, era natural que o Tricolor iria criar mais chances claras. E elas vieram. Aos 17, a zaga adversária falhou, Bobadilha recuperou, cruzou e Luciano finalizou em cima de Cleiton.

Aos 30, a melhor oportunidade perdida. No contra-ataque, Luciano, até então o melhor em campo, encontrou Enzo Díaz na esquerda. O ala finalizou e a bola passou raspando rente à trave do goleiro bragantino. Ainda teve tempo de André Silva, sozinho na área e com Cleiton batido, furar um cruzamento.

O lance foi categórico para mostrar uma mudança de paradigma no jogo. Sabe o ditado 'quem não faz toma'? Pois bem, foi o que aconteceu. Sem conseguir definir a partida, o São Paulo perdeu o domínio das ações na intermediária de sua área e o Bragantino cresceu de produção, passando a impor seu ritmo e aparecer com maior assiduidade no ataque.

Aos 42, o pior aconteceu. Guilherme Lopes cruzou, a zaga são-paulina subiu, mas não conseguiu desviar e Guzmán Rodríguez testou com força para empatar.

Desta vez, quem mostrou ter sentido o gol tomado foi o São Paulo, que pareceu não ter voltado a campo após o intervalo. Logo no primeiro. Logo no primeiro lance, Lucas Barbosa fez ótima jogada pela direita e encontrou Eduardo Sasha dentro da área. Ele finalizou com força, mas Rafael conseguiu evitar o que seria o tento da virada.

O goleiro são-paulino não teria a mesma sorte no lance posterior, quando Andrés Hurtado ficou com uma sobra de bola na entrada da área e bateu com força. A bola desviou em Alan Franco e matou Rafael, selando o tento deles.

O Tricolor precisou tomar um gol para acordar no jogo. E aí, foi atrás do prejuízo. Aos 9, Marcos Antônio recebeu na ponta esquerda e alçou a área para desvio perigoso de Luciano. O camisa 10 voltaria a perder boa chance aos 14, quando recebeu passe de Bobadilla dentro da área e chutou para fora.

Quatro minutos depois, o pesadelo são-paulino enfim acabou. Marcos Antônio (de novo) foi à linha de fundo e cruzou para o meio, Luciano acertou uma bicicleta para desviar e André Silva dominou e bateu ao gol para empatar o jogo.

Após uma queda de intensidade, seja por cansaço, seja pelas alterações, o São Paulo até voltou a ficar mais reativo, dando espaços e permitindo um relativo crescimento do Bragantino, que teve boas chances. Mas logo nomes como Ferreirinha voltaram a dar a verticalização necessária e o Tricolor voltou a jogar em cima do território inimigo. Sem tanto ímpeto, é verdade, o que acabou selando o placar final.