Entre duelos eletrizantes e eternos heróis, 25 jogos memoráveis entre Flamengo x Palmeiras | OneFootball

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Trivela

·27 de novembro de 2021

Entre duelos eletrizantes e eternos heróis, 25 jogos memoráveis entre Flamengo x Palmeiras

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Flamengo e Palmeiras se enfrentaram pela primeira vez em 1929. Desde então, são 121 partidas, com um relativo equilíbrio nesse retrospecto: os alviverdes venceram 46, contra 42 triunfos dos rubro-negros. Excluindo-se os amistosos, são 101 jogos, com 37 vitórias palmeirenses e 35 flamenguistas. E histórias boas não faltam. Paulistas e cariocas já brigaram palmo a palmo por títulos nacionais, mas também temeram juntos o rebaixamento. Já protagonizaram mata-matas emocionantes, assim como deram clima de final a diversos embates de pontos corridos. E tal passado rico ganhará, neste sábado, seu capítulo mais importante com a final da Copa Libertadores em Montevidéu.

Para celebrar o confronto, selecionamos 25 jogos memoráveis entre Flamengo e Palmeiras. Tem de tudo um pouco, desde partidas que renderam glórias a outras que terminaram em confusões. Também foram levados em conta os diferentes tipos de competição, assim como amistosos. A caixa de comentários fica aberta a sugestões que, por ventura, acabaram cortadas da lista. Fica a recomendação ainda aos sites O Gol, Fla Estatística e Verdazzo, que serviram de base para a pesquisa em conjunto aos acervos de jornais.


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– Amistoso 1929: Flamengo 1×0 Palestra Itália

O primeiro duelo entre Flamengo e Palestra Itália aconteceu numa excursão dos paulistas ao Rio de Janeiro, em 1929. E os rubro-negros seriam bons anfitriões, ao colocarem um troféu para a disputa no antigo Estádio da Rua Paysandu. Como força estabelecida no Campeonato Carioca, o Flamengo vinha de títulos recentes em 1926 e 1927. O Palestra Itália também havia sido bicampeão naquele mesmo biênio, além de se preparar para um tricampeonato no início dos anos 1930. E os convidados impressionaram dias antes, com a vitória sobre o Botafogo. Assim, existia um grande interesse da imprensa e do público no inédito confronto.

O Palestra dirigido por Adriano Merlo reunia algumas figuras importantíssimas na história do clube. O lendário Heitor comandava o ataque, em escalação que ainda reunia Amílcar, Bianco e Serafini. O Flamengo, por sua vez, era comandado por Joaquim Guimarães e Raphael Candiota. Também alinhava jogadores fundamentais à sua história, como Nonô, Amado, Moderato, Hélcio e Flávio Costa – este, na época um mero figurante na reserva. Apesar da derrota por 1 a 0, os palestrinos receberam muitos elogios no Rio de Janeiro. A equipe visitante mostrou uma maior organização e até mesmo buscou mais o gol. Entretanto, o Fla teria uma exibição de raça, especialmente na defesa. Nonô marcou o tento ainda no primeiro tempo e os rubro-negros resistiram às investidas alviverdes, mesmo que o goleiro Amado tenha sido substituído por lesão. O placar até poderia ser mais elástico, considerando que a arbitragem anulou três gols, sendo dois deles dos cariocas.

Dois meses depois, seria a vez do Flamengo retribuir a visita e enfrentar o Palestra Itália em São Paulo, no Parque Antárctica. E o troco dos alviverdes seria em grande estilo, com uma incontestável goleada por 5 a 0. Os rubro-negros tinham cinco desfalques para o encontro, o que não nega a superioridade dos palestrinos. Durante o primeiro tempo, Lara (ausente no Rio) abriu o placar e Osses ampliou, pouco antes de Rubens e Lara trocarem pontapés numa confusão. Na segunda etapa, a goleada tomou forma com tentos de Osses, Carrone e Miguelzinho. Desencontrado, o Fla também partiu para a briga depois do terceiro gol, revoltado com a validação do lance. Já nas arquibancadas, o uruguaio Ramon Platero (que tinha sido técnico do Flamengo e depois dirigiria o Palestra) tomou um soco do pugilista Ítalo Hugo e foi à nocaute. Cenas de uma rivalidade que só começava.

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– Rio-SP 1940: Flamengo 3×1 Palestra Itália

O Torneio Rio-São Paulo começou em 1933, mas suas duas primeiras edições aconteceram num momento conturbado de transição do amadorismo para o profissionalismo, o que logo descontinuou a competição. A retomada aconteceu em 1940, mas o campeonato sequer terminou por conta de uma briga entre paulistas e cariocas na organização. Ao menos, a competição ofereceu o primeiro embate entre Flamengo e Palestra Itália por um torneio oficial, após 11 anos sem encontros. Os palestrinos fizeram uma campanha de meio de tabela, enquanto os rubro-negros disputavam a liderança ponto a ponto com o Fluminense quando o cancelamento aconteceu. E uma das vitórias do Fla ocorreu exatamente na visita dos alviverdes ao Estádio de Laranjeiras.

O Flamengo era o campeão carioca de 1939 e estava sob as ordens do ascendente Flávio Costa. Leônidas da Silva era a principal figura de um time que ainda contava com o jovem Zizinho, além de Valido, Jarbas, Médio da Guia e Walter entre os destaques. O Palestra era dirigido por Caetano de Domenico e levaria o Paulistão ao final de 1940. Junqueira, Begliomini, Del Nero, Echevarrieta e Lima eram atletas notáveis. O Fla venceu por 3 a 1, mas precisou se superar. Os palestrinos mandaram bola na trave, até abrirem o placar com Lima, aos 25. Zizinho respondeu também com uma bola na trave, antes do empate de Castillo. E num momento em que os rubro-negros pressionavam, Junqueira e Leônidas iniciaram uma briga, com o Diamante Negro segurando o pé do defensor. O artilheiro acabaria levado de campo pela polícia, acusado de agressão, ainda que não tenha sido expulso pelo árbitro. Sem o craque, o Flamengo faria um grande segundo tempo mesmo com dez homens. Jarbas marcou os dois gols da equipe, enquanto o goleiro Walter também acumulou boas defesas.

– Taça dos Campeões Estaduais 1943: Palmeiras 3×0 Flamengo

Desde a década de 1910, os campeões estaduais de Rio de Janeiro e São Paulo disputaram troféus comemorativos para definir quem era a melhor equipe entre os dois principais campeões do Brasil na época. A competição não era realizada todos os anos, mas teria um notável confronto entre Palmeiras e Flamengo em 1943. Os títulos de 1942 estão entre os mais lembrados dos dois clubes. No Paulista, os alviverdes deixavam para trás o nome de Palestra Itália em meio às pressões geradas pela Segunda Guerra Mundial. Na primeira partida como Palmeiras, a entrada em campo ofereceu a célebre Arrancada Heroica com a bandeira do Brasil e a vitória por 3 a 1 sobre o São Paulo garantiu a taça. Já o Carioca terminou com o Flamengo levando o primeiro título dos três que renderiam seu celebrado primeiro tricampeonato. Seria uma campanha em que o Fla anotou impressionantes 87 gols em 27 jogos, com uma brilhante linha de frente.

O Palmeiras dirigido por Armando Del Debbio elencava uma equipe protagonizada por Oberdan, (Oswaldo) Brandão, Junqueira, Lima, Villadóniga e Og Moreira. Já o Flamengo era dirigido por Flávio Costa, com Zizinho, Pirillo, Vevé, Volante, Biguá, Newton Canegal e Luís Borracha entre seus principais nomes. E por mais que os flamenguistas chamassem atenção por sua escalação, os desfalques de Jurandyr e Domingos da Guia tiveram seu peso. O Palmeiras aplicou uma vitória sem contestação no Pacaembu, sobretudo pelo ótimo segundo tempo. O triunfo por 3 a 0 viu um primeiro tempo mais equilibrado, até o primeiro gol ser anotado por Lima aos 37. Na segunda etapa, Peixe ampliou de cabeça e também faria o terceiro na reta final. Conquista simbólica num período tão relevante aos times.

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– Rio-SP 1951: Palmeiras 7×1 Flamengo

O ano de 1951 é recontado pela torcida do Palmeiras mais de 70 anos depois, graças à conquista da Copa Rio. E um exemplo claro da força daquela equipe alviverde, campeã paulista no ano anterior, veio no Torneio Rio-São Paulo: os palmeirenses foram capazes de golear o Flamengo por 7 a 1 no Pacaembu, o placar mais elástico da história do confronto. O resultado inapelável contribuiu para que os palestrinos acabassem levando o troféu daquela edição do torneio, com a vitória sobre o Corinthians no jogo-desempate. Já o Flamengo, mesmo com tamanha saraivada, ainda apareceu na quarta colocação, só três pontos atrás dos vencedores.

O Palmeiras treinado pelo uruguaio Ventura Cambon alinhava diferentes ídolos daquele período prolífico do clube. Oberdan, Waldemar Fiúme, Lima, Liminha e Rodrigues apareciam na escalação, que não teve o ex-rubro-negro Jair. Do outro lado, um Flamengo que vivia sua entressafra entre os dois tricampeonatos estaduais tinha Flávio Costa no banco de reservas, além de jogadores como Juvenal, Bria, Bigode, Biguá, Adãozinho e Esquerdinha. O Palmeiras fez um senhor primeiro tempo no Pacaembu, elogiado pela maneira como o ataque apresentava recursos e deixava o jogo à sua feição. Rodrigues marcou o primeiro aos 15 minutos, mas a porteira se abriu mesmo na reta final da primeira etapa, com dois gols de Liminha e outro de Lima. No segundo tempo, o Flamengo até diminuiu um pouco a pancada, ao descontar com Durval. Porém, isso só acordou os alviverdes. Aquiles deixou o seu, antes que Liminha marcasse mais dois e fosse para casa com quatro tentos.

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– Rio-SP 1958: Flamengo 6×2 Palmeiras

O Torneio Rio-São Paulo de 1958 seria vencido pelo Vasco, mas aquela competição se tornou marcante para mais gente. O Flamengo, mesmo com o vice, viveria ótimos momentos e forneceria uma série de jogadores à Seleção pouco antes da disputa da Copa do Mundo. Um dos embates que auxiliou a convencer Vicente Feola sobre os quatro rubro-negros convocados foi a goleada por 6 a 2 sobre o Palmeiras, maior placar já aplicado pelos rubro-negros no duelo – repetido depois em 1980. O principal destaque foi o atacante Henrique, que balançou as redes quatro vezes, mas não estaria na Suécia.

Dirigido por Manuel Fleitas Solich, o Flamengo contava com vários jogadores que participaram do tricampeonato carioca pouco antes. Mesmo que fosse um período sem novas taças no estadual, o timaço reunia Dida, Joel, Moacir, Zagallo, Dequinha, Henrique e Jadir. O Palmeiras, se acertando numa breve seca no Paulistão, tinha Mazzola no comando do ataque e Waldemar Carabina na zaga, além de Oswaldo Brandão no banco. A pressão do Flamengo resultou em dois gols com menos de dez minutos, com Henrique marcando seus dois primeiros no duelo. O Palmeiras até descontou com Nilo, mas o Flamengo seguia mandando no ataque e forçando defesas do goleiro Aparecido, até que Henrique marcasse o terceiro com uma pancada aos 26. Um gol contra de Milton voltou a descontar para os paulistas. Já no início do segundo, uma nova blitz do Fla e mais dois gols em cinco minutos, ambos de Dida. Depois disso, os rubro-negros pareciam satisfeitos, mas pouco antes do fim Henrique assinalaria seu quarto gol, fechando a lavada. Atuação de gala de um Fla que era líder, mas ficou sem o troféu.

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– Rio-SP 1961: Flamengo 3×1 Palmeiras

O Flamengo conquistou seu único título no Torneio Rio-São Paulo em 1961, num período de jogadores simbólicos, mesmo que os anos 1960 não sejam tão vitoriosos ao clube. Um dos favoritos naquela edição da competição era exatamente o Palmeiras, campeão da Taça Brasil pouco antes e que também chegaria à final da Libertadores. A prova de força dos rubro-negros foi dada nos dois confrontos com os alviverdes. No primeiro turno, o Fla jogou bem o suficiente para emplacar os 3 a 2 no Pacaembu. Também ganharia por 3 a 1 dentro do Maracanã no início da fase final, pouco antes de sapecar 5 a 1 no Santos.

O time dirigido por Fleitas Solich entrou em campo no Maracanã com vários jogadores históricos: Dida, Henrique, Joel, Germano, Jordan, Jadir e Carlinhos. Já o Palmeiras de Armando Renganeschi, apesar de alguns desfalques, tinha vários heróis do clube – Valdir, Djalma Santos, Zequinha, Julinho Botelho, Humberto Tozzi, Chinesinho. O Fla teve amplo controle da partida, contando com grande papel de seu jovem armador: Gérson, que despontava no meio-campo ditando o ritmo com seus passes. Seria uma partida de belos gols, a começar pela bicicleta de Joel nas redes. O Palmeiras respondeu com uma grande jogada de Geraldo, que fez fila até servir Humberto na pequena área. Dida retomou a vantagem aproveitando a arrancada de Germano pela ponta. Por fim, Gerson guardou o seu numa batida de fora da área que morreu no ângulo. Na reta final do torneio, o Fla bateria Santos e Corinthians para se sagrar campeão.

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– Rio-SP 1965: Flamengo 1×4 Palmeiras

Em meio aos sucessos dos anos 1960, o Palmeiras conquistou o Torneio Rio-São Paulo de 1965 com uma campanha fantástica. Os alviverdes somaram 12 vitórias em 16 partidas, com apenas uma derrota no certame. O Flamengo não iria tão mal assim, no vice compartilhado com outras quatro equipes – todas bem distantes de alcançar os alviverdes na pontuação geral. E, no confronto direto do primeiro turno que decidiria a liderança, a invicta Academia deu uma lição de futebol no Maracanã: goleou por 4 a 1, em atuações bastante inspiradas de Tupãzinho e Servílio.

O Palmeiras de Filpo Núñez levou a campo uma escalação ilustre com Ademir da Guia, Djalma Santos, Djalma Dias, Dudu, Valdir, Tupãzinho e Servílio, entre outros. Já o Flamengo de Flávio Costa não estava à altura, mesmo com jogadores renomados como Carlinhos, Zózimo, Marcial, Paulo Henrique e Murilo. O Fla até pressionou de início, mas não conseguiu o gol e viu um Palmeiras bem mais preciso. Tupãzinho marcou um belo tento, driblando Marcial, para abrir o placar e, apesar do empate de Paulo Choco cobrando pênalti, a vantagem foi restabelecida em falta cobrada por Djalma Santos para Servílio cabecear. Já no segundo tempo, a superioridade palmeirense ficou mais clara. Tupãzinho aproveitou o cochilo da marcação para fazer o terceiro e, num rebote do goleiro, Servílio fechou a conta.

– Robertão 1967: Palmeiras 3×3 Flamengo

O Palmeiras viveu uma reta final dos anos 1960 bastante prolífica no cenário nacional, entre dois títulos do Torneio Roberto Gomes Pedrosa e um da Taça Brasil. E uma dessas campanhas rendeu um grande jogo contra o Flamengo, com o empate por 3 a 3 pelo Robertão de 1967. A partida valia ainda pela fase de classificação, num grupo liderado pelos alviverdes e no qual os rubro-negros ficariam em uma posição intermediária. Ainda assim, quem foi ao Pacaembu viu uma partida sensacional com um protagonista curioso: Ademar Pantera, cedido do paulistas aos cariocas em negociação que levou César Maluco à Academia. O atacante fez valer a Lei do Ex três vezes, enquanto Ademir arrebentou pelos palestrinos.

César, com um problema muscular, foi desfalque. Ainda assim, Aymoré Moreira tinha um timaço com Ademir da Guia, Djalma Santos, Valdir, Dudu, Baldochi e Servílio. Já o Flamengo alinhava destaques como Carlinhos, Paulo Henrique e Almir Pernambuquinho, dirigidos por Armando Renganeschi, importante na história dos próprios alviverdes. O primeiro tempo seria insano no Pacaembu. Ademar abriu o placar e Ademir empatou, em alternância que se repetiu com o segundo gol do Pantera seguido pelo segundo do Divino. O Palmeiras chegaria a virar aos 34, numa grande jogada de Gallardo, que deu um lençol no goleiro Marco Aurélio antes de passar a Servílio. Porém, o Fla aumentou a pressão no segundo tempo, até que Ademar Pantera voltasse a empatar após o serviço de Almir. Ainda quase saiu o quarto tento palestrino, mas Ademir esbarrou na trave. E se o resultado não prejudicaria o Palmeiras em sua caminhada ao título, ele ajudou Ademar a ser um dos artilheiros do Robertão de 1967 com 15 gols. O outro? César Maluco, também com 15.

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– Brasileiro 1973: Flamengo 0x2 Palmeiras

A segunda versão da Academia do Palmeiras atravessava seu período de domínio no Campeonato Brasileiro. O time de Oswaldo Brandão reunia uma constelação de jogadores liderada por Ademir da Guia e conquistaria o bicampeonato nacional em 1972 e 1973. Nas duas campanhas, os alviverdes se impuseram contra o Flamengo na primeira fase. Fizeram 1 a 0 no ano do primeiro título, gol de Leivinha, contra uma equipe rubro-negra que acabara de conquistar o Campeonato Carioca. Ainda mais significativos foram os 2 a 0 dentro do Maracanã em 1973, numa campanha muito consistente durante aquela fase de classificação.

O Flamengo tinha uma equipe melhor no papel do que se via em campo, mesmo treinada por Zagallo. Zico ainda era um novato, em escalação que também reunia Afonsinho, Doval, Dadá Maravilha e Paulo Cézar Caju. O Palmeiras de Brandão, ainda assim, era mais azeitado com Ademir, Dudu, Emerson Leão, Luis Pereira e Leivinha. O primeiro gol foi anotado por Fedato, num lindo chute na gaveta de Renato. O Fla não conseguiu responder e, nos minutos finais, Leivinha fecharia a contagem. Além dos autores dos gols, Dudu e Ademir saíram de campo também muito elogiados. Os rubro-negros sequer avançaram à fase seguinte do Brasileirão, enquanto o Palmeiras só se contentou com o troféu na mão.

– Brasileiro 1979: Flamengo 1×4 Palmeiras

O Palmeiras era uma força consolidada nacionalmente no fim dos anos 1970, embora ainda perseguisse a reconquista do Brasileirão no início de seu jejum. O Flamengo, por sua vez, tentava expandir sua fama além dos limites do Rio de Janeiro enquanto colecionava títulos no Campeonato Carioca. E os alviverdes tiveram o gosto de impor uma das maiores frustrações da torcida rubro-negra naquela década. Pelo quadrangular que definia um dos classificados à semifinal, flamenguistas e rubro-negros chegavam à rodada final empatados, com o duelo no Maracanã. Uma vitória simples dava a vaga ao Fla, que botou mais de 110 mil nas arquibancadas. Em noite fatal nos contragolpes, o bom time palmeirense dirigido por Telê Santana emplacou uma goleada por 4 a 1, que caiu como um baque sobre os anfitriões.

O Flamengo já contava com uma equipe muito forte, de Zico, Adílio, Carpegiani, Tita e Cláudio Adão – embora o desfalque de Rondinelli preocupasse. O Palmeiras também reunia nomes respeitáveis, do calibre de Jorge Mendonça, Jorginho Putinatti, Pedrinho, Polozzi e Rosemiro. Quando a bola rolou, o jogo da equipe de Telê Santana se encaixou muito melhor contra os comandados de Cláudio Coutinho, numa espécie de passagem de bastão entre os técnicos da Seleção. Jorge Mendonça abriu o placar para os palmeirenses, numa grande jogada de César aos 11 minutos. O Fla só empatou no segundo tempo, em pênalti convertido por Zico. Porém, os rubro-negros seguiram no abafa e deram as costas aos contragolpes. Foi quando os palestrinos fizeram estrago. Carlos Alberto Seixas marcou o segundo, enquanto Pedrinho e Zé Mário aproveitaram uma defesa esfacelada para emplacar a goleada. O Palmeiras, todavia, caiu nas semifinais daquele Brasileirão, superado pelo Inter.

– Brasileiro 1980: Flamengo 6×2 Palmeiras

A chance de revanche para o Flamengo no Campeonato Brasileiro pintou logo no ano seguinte, quando as duas equipes se cruzaram na segunda fase. A situação geral nem impactou tanto aos times, com o Fla passando em primeiro e o Palmeiras também se classificado em segundo. No entanto, o duelo no Maracanã marcou uma das maiores provas de força dos rubro-negros rumo à inédita conquista nacional. Foi um vareio, com a goleada por 6 a 2 que devolveu com juros o que ocorrera um ano antes. A equipe de Cláudio Coutinho embalaria rumo ao título, enquanto o Palmeiras de Oswaldo Brandão (recontratado pelos alviverdes às vésperas do jogo) sucumbiu na fase seguinte.

O Palmeiras repetia 10 dos 11 titulares de 1979, apenas com Jorge Mendonça substituído por Lúcio. O Flamengo tinha novidades mais importantes, como Nunes, Júnior, Andrade, Rondinelli, Marinho e Raul. O primeiro tempo dos rubro-negros seria até econômico, com um gol de Tita na falha de Gilmar e uma pintura de Zico cobrando falta na gaveta. No segundo tempo, o Fla arregaçou as mangas e anotou mais dois logo cedo, com Zico fazendo mais um de pênalti e Toninho Baiano deixando o seu num foguete no alto da meta. E viria o quinto, em grande jogada de Carpegiani para Tita, que deu até tchauzinho à torcida adversária na comemoração. O Palmeiras diminuiu a diferença com Baroninho e Mococa. Porém, os flamenguistas não estavam satisfeitos e Nunes assinalou o sexto, para lavar a alma de sua torcida.

– Brasileiro 1987: Flamengo 2×0 Palmeiras

O Flamengo reconquistou o Campeonato Brasileiro em 1987 com uma equipe estreladíssima. Zico retornava ao clube para liderá-lo ao lado de muitos garotos da base, incluindo futuros destaques como Bebeto, Jorginho, Aldair, Zinho e Leonardo. Outros nomes tarimbados, como Leandro e Edinho, também figuravam sob as ordens de Carlinhos. Mas o protagonista do título foi mesmo Renato Gaúcho, numa campanha arrasadora ao longo da Copa União. O Palmeiras seria uma das vítimas do atacante na segunda fase. Os alviverdes tinham nomes como Zetti, Gérson Caçapa, Tato e Edu Manga, num período de entressafra.

O primeiro tempo no Maracanã seria morno, sem muitas emoções. Já no segundo tempo, o Flamengo pisou no acelerador. Renato marcou uma pintura para abrir o placar, ao passar no meio de quatro defensores para mandar às redes. Pouco depois, Zico cruzou para Aílton fechar a contagem. Foram várias e várias oportunidades para os rubro-negros golearem, com direito a bola na trave e tento anulado, mas o passeio estava completo. A nota triste ficou para os confrontos entre as torcidas, com mais de oito horas de conflitos nas ruas do Rio de Janeiro – o que se repetiria também nos anos seguintes.

– Brasileiro 1988: Flamengo 1×1 Palmeiras

A importância daquele jogo pela fase de classificação do Campeonato Brasileiro nem é das maiores. O Flamengo de Telê Santana pararia nas quartas de final. O Palmeiras de Ênio Andrade, em tempos de jejum, sequer passaria de fase. Entretanto, o embate no Maracanã entrou para o folclore pela regra curiosa daquela competição, que previa pênaltis em caso de empate, com pontos extras oferecidos aos vencedores. Foi quando o atacante Gaúcho se tornou o improvável herói dos alviverdes, ao entrar no gol depois de uma fratura sofrida por Zetti e defender duas cobranças rubro-negras na marca da cal.

Gaúcho tinha passado pela base do Flamengo, mas foi dispensado pelo clube. Rodou por diferentes times até ser levado pelo Palmeiras e cruzar o caminho dos rubro-negros naquela Copa União. O empate por 1 a 1, em si, não seria dos melhores. Mauro abriu o placar ao Palmeiras no segundo tempo, antes que Zetti sofresse uma fratura em choque com Bebeto na reta final. Com as alterações estouradas, Gaúcho, que costumava atuar no gol em peladas, pediu para assumir a meta. Até tomou o empate de Bebeto nos acréscimos, em cabeçada livre, antes de brilhar nos penais. O centroavante pegou os tiros de Aldair e Zinho, converteu sua cobrança e deu a vitória por 5 a 4. Na saída de campo, o herói não fez cerimônia e disse que sonhava em voltar ao Flamengo. Pouco depois, retornaria para ser ídolo e multicampeão.

– Copa do Brasil 1997: Flamengo 2×0 Palmeiras

O Flamengo tinha Romário, mas ainda perseguia um título nacional que pudesse referendar a passagem do Baixinho pela Gávea. Do outro lado, o Palmeiras seguia com seu time fortíssimo montado pela Parmalat e tentava aumentar a lista de troféus erguidos naquela prolífica década de 1990. No papel, os alviverdes eram mais fortes – com Cafu, Velloso, Júnior, Roque Júnior, Rincón, Djalminha e Viola. O Flamengo, entretanto, contou com Romário e Sávio para se dar melhor nos dois jogos da semifinal da Copa do Brasil e alcançar a decisão contra o Grêmio – na qual acabaria derrotado.

O resultado que abriu caminho aconteceu no Maracanã, com os 2 a 0 no placar. A partida era franca, com chances para os dois lados, até que Sávio inaugurasse o placar numa ótima cobrança de falta. E os rubro-negros contariam também com Romário, convertendo pênalti para aumentar a contagem. Dentro do Parque Antárctica, o Flamengo também venceu, por 1 a 0. Pouco depois de uma bola no travessão de Rincón, Sávio marcou, aproveitando um rebote de Velloso. Neste momento, os palmeirenses precisavam de quatro gols, e a expulsão de Djalminha por reclamação só atrapalhou as pretensões da equipe. Os rubro-negros seguiram mais perigosos e acabaram com a vaga na decisão.

– Copa do Brasil 1999: Palmeiras 4×2 Flamengo

A Copa do Brasil de 1997 pode ter marcado uma decepção para o Palmeiras, mas a equipe de Felipão levantaria poeira com o título de 1998. E, em 1999, o reencontro com o Flamengo nas quartas de final da mesma Copa do Brasil seria bem mais importante na história do clube. Os alviverdes não repetiriam o título, com a queda para o Botafogo na fase seguinte. Entretanto, a virada inimaginável que os palmeirenses arrancaram no jogo de volta, dentro do Parque Antárctica, forjou o caráter e a personalidade do fortíssimo grupo que, intercalado naquelas semanas, superaria o River Plate para alcançar a final da Libertadores.

A ida no Maracanã aconteceu apenas dois dias depois da classificação memorável sobre o Corinthians nos pênaltis, pelas quartas de final da Libertadores. O desgaste ainda assim pesou num Palmeiras que manteve vários de seus titulares, com a vitória do Flamengo por 2 a 1 no Maracanã. Os gols vieram só no fim do segundo tempo. Marcos chegou a pegar um pênalti de Romário, mas Caio Ribeiro marcou no rebote. O Baixinho se redimiu com o segundo numa grande arrancada, até que Paulo Nunes descontasse nos acréscimos. Um gol que se provaria vital. E, com o calendário insano, antes do reencontro no Parque Antárctica, os palmeirenses perderam o jogo de ida da semifinal continental para o River Plate no Monumental de Núñez.

Apesar das chances de título nas duas frentes, a sequência de resultados do Palmeiras não era das melhores. E o Flamengo parecia disposto a complicar, quando abriu o placar logo no primeiro minuto, com Rodrigo Mendes. Precisando pelo menos de dois gols, os alviverdes empataram no início do segundo tempo, com Oséas. Logo na sequência, todavia, Rodrigo Mendes fez um golaço cobrando falta. Ao menos, o novo empate também seria instantâneo, com Júnior. O relógio marcava 15 da segunda etapa e o tempo se arrastava para os palmeirenses, que precisavam agora vencer por dois gols de diferença. Isso até Euller sair do banco e fazer o jogo mais famoso de sua carreira. Numa bola que repicou na área, o Filho do Vento virou aos 42. Seria dele também o gol da fantástica classificação, numa pressão danada até que ele cabeceasse na pequena área. Os palmeirenses sairiam muito mais fortes daquele jogo, não para levar a Copa do Brasil, mas para vencer o River Plate e conquistar a Libertadores.

– Copa Mercosul 1999: Palmeiras 3×3 Flamengo

A Copa Mercosul pode acabar esquecida por muita gente, mas não pela torcida do Flamengo. Aquele título possuía um peso simbólico, depois de algumas frustrações na antiga Supercopa e na própria Libertadores depois de 1981. A conquista, além do mais, viria em cima do Palmeiras – que não só faturou a Copa Mercosul anterior, como também era o vigente campeão da Libertadores. E havia o leve gosto de vingança, depois do que ocorrera na Copa do Brasil meses antes. O Fla vinha de uma campanha empolgante, ao golear o antigo carrasco Independiente e vencer o Peñarol num duelo que terminou em pancadaria. Porém, às vésperas da decisão, ocorreu o litígio de Romário com a diretoria que o levou ao Vasco. Já o Palmeiras também chegava embalado, ao amassar o Cruzeiro e despachar depois o San Lorenzo.

No papel, o favoritismo era do Palmeiras, com a base campeã da Libertadores mantida sob as ordens de Felipão. O Flamengo acabava confiando na garotada, dirigido pelo lendário Carlinhos. E os dois jogos da decisão seriam memoráveis, com alto nível de ambas as equipes. A começar pela ida no Maracanã, com um insano 4 a 3. Juan abriu o placar para o Flamengo, mas Júnior Baiano empatou ainda no primeiro tempo. Já a segunda etapa ficou frenética a partir dos 22, com quatro gols num intervalo de seis minutos. Asprilla virou ao Palmeiras, Caio Ribeiro voltou a empatar, Paulo Nunes recolocou os alviverdes em vantagem e Caio outra vez seria herói. O gol da vitória carioca, então, surgiu aos 44 do segundo tempo, com Reinaldo, em cabeçada no cantinho.

O reencontro no Parque Antárctica ofereceria outra noite eletrizante. O Palmeiras terminou o primeiro tempo em vantagem, num pênalti convertido por Arce. Na volta ao segundo tempo, Caio Ribeiro empatou e Rodrigo Mendes virou com um golaço. No entanto, o Palmeiras voltaria a ficar em vantagem, com uma cobrança de falta de Arce e outro tento de Paulo Nunes. Na comemoração, em uma de suas festas características, botou a touca de Papai Noel às vésperas do Natal. O presente, contudo, seria dado por Lê. Numa pressão final do Fla, o garoto da base seria o herói improvável ao empate por 3 a 3, que valeu o troféu aos rubro-negros. O choro do camisa 22 na comemoração é emblemático. Em tempos de equipes limitadas na Gávea, aquela conquista vinha na base da raça, da superação e de muitos garotos.

– Copa dos Campeões 2000: Palmeiras 1×0 Flamengo

Com o aumento de vagas na Copa Libertadores, a Copa dos Campeões surgiu para indicar um dos representantes brasileiros na Libertadores. O torneio criado em 2000 provocaria, em sua primeira edição, um grande confronto entre Flamengo x Palmeiras. Os rubro-negros vinham do bicampeonato carioca, enquanto os alviverdes tinham faturado o Rio-SP. E se a série de contratações de peso feita pelos flamenguistas naquele segundo semestre ainda não tinha acontecido, os palmeirenses já viam os cortes drásticos em seu elenco após a crise na Parmalat.

Mesmo com o torneio realizado no Nordeste, as semifinais contaram com duelos em ida e volta. O Flamengo ganhou o primeiro jogo no Almeidão, por 2 a 1. Petkovic abriu o placar de pênalti, Reinaldo ampliou e Taddei descontou com um golaço. O garoto seria decisivo também no segundo jogo, no Trapichão, com o troco do Palmeiras por 1 a 0. Num primeiro tempo cheio de chances, Taddei balançou as redes quando apareceu sozinho na área para concluir na saída de Clemer. O Fla acertou a trave duas vezes, além de parar em grandes defesas de Sérgio. E o goleiro alviverde também seria decisivo nos pênaltis, com o triunfo por 5 a 4, ao defender a batida de Reinaldo. Na decisão, os palestrinos levaram o troféu em cima do Sport.

– Brasileiro 2007: Flamengo 2×4 Palmeiras

O momento nem era o mais favorável ao Palmeiras, que atravessava um período de reconstrução e terminaria o Brasileirão de 2007 na sétima colocação. Aquela campanha seria bem mais marcante ao Flamengo, com a arrancada da zona de rebaixamento ao terceiro lugar, que valeu o retorno à Copa Libertadores. Porém, se tem algo que os alviverdes não se esquecem é a atuação de gala de um ídolo. E quem proporcionou essa memória foi Edmundo, numa partidaça dentro do Maracanã para decretar a vitória palestrina por 4 a 2, ainda pela primeira rodada da competição.

O Flamengo tinha acabado de ser eliminado na Libertadores pelo Defensor e tentava se recuperar na estreia do Brasileirão. Encontrou Edmundo inspiradíssimo, com um gol fantástico de falta encobrindo Bruno. O Animal ainda cobrou um escanteio para Osmar ampliar. Os rubro-negros reagiram, com gols de Clayton e Renato Augusto. Porém, depois do baque, o Palmeiras arrancou a vitória. Florentín saiu do banco para fazer o terceiro, enquanto o quarto seria também de Edmundo, numa frieza imensa para definir no alto. Naquele momento, os alviverdes emendaram uma sequência de quatro vitórias sobre o Fla até 2008.

– Brasileiro 2009: Palmeiras 0x2 Flamengo

A tabela apertada do Brasileirão de 2009 proporcionou seguidas finais entre os times envolvidos na briga pelo título. E o Parque Antárctica recebeu um dos jogos mais importantes do segundo turno, em meados de outubro. Enquanto o Palmeiras de Muricy Ramalho dava claros sinais de estagnação na liderança e vinha numa sequência sem vencer, o Flamengo de Andrade arrancava com tudo do meio da tabela para brigar nas cabeças. A distância entre as equipes ao final da rodada seria de seis pontos, mesmo com a vitória rubro-negra por 2 a 0. Mas aquele resultado parecia virar a chave entre os dois concorrentes.

Seria uma tarde especial para Petkovic, levado de volta ao Flamengo em negociação de uma dívida e um dos grandes artífices da conquista do Brasileirão. O camisa 43 teve uma de suas maiores atuações com o manto rubro-negro. O show do sérvio começou no primeiro tempo, com um golaço em jogada individual, driblando dois antes de bater no canto. Apesar da pressão do Palmeiras, Pet voltaria a brilhar na segunda etapa, num gol olímpico que Marcos não conseguiu evitar. Bastaria ao Fla segurar o resultado para emendar sua nona partida invicta naquela sequência positiva. A reviravolta se encerraria com o título nas mãos, depois de 17 anos.

– Brasileiro 2012: Flamengo 1×1 Palmeiras

Num momento em que Flamengo e Palmeiras não brigavam diretamente por títulos, os rubro-negros infligiram uma das grandes tristezas na torcida palmeirense, com o segundo rebaixamento à Série B. Em 2002, o empate por 1 a 1 já tinha sido custoso aos paulistas na penúltima rodada, enquanto os cariocas também corriam riscos. Dez anos depois, caberia ao Fla decretar a queda dos adversários. Obviamente, o descenso se pagou por uma campanha caótica dos alviverdes depois da conquista da Copa do Brasil. Ainda assim, o golpe se tornou mais doloroso quando o empate por 1 a 1 em Volta Redonda contou com o gol decisivo de um velho conhecido, Vágner Love, anotado já na reta final do segundo tempo – consumando a infelicidade dos palestrinos ainda na antepenúltima rodada.

O Palmeiras atravessou um Campeonato Brasileiro caótico em 2012 e um dos raros momentos de alegria foi exatamente a vitória por 1 a 0 sobre o Flamengo no primeiro turno, gol de Barcos. No entanto, os alviverdes passaram todo o returno na zona vermelha e sabiam que o golpe duro poderia acontecer por antecipação. Veio exatamente na visita ao Fla, que fazia uma campanha de meio de tabela. Os gritos de “segunda divisão” eram ouvidos no Raulino de Oliveira desde o primeiro tempo, com a presença de caixões alviverdes. Entretanto, no segundo tempo, os palmeirenses ganharam uma sobrevida com o gol do atacante Vinícius. O que não se sustentaria até o final, quando um gol cruel de Vágner Love selou o rebaixamento. O empate da Portuguesa em jogo paralelo também não ajudou e o drama palestrino se consumava.

– Brasileiro 2016: Palmeiras 1×1 Flamengo

Num momento em que a tensão entre os clubes se tornava maior, o empate por 1 a 1 no Allianz Parque pode nem ter guardado a atuação mais brilhante do Palmeiras, mas serviu para reafirmar um dos protagonistas na conquista daquele Brasileirão: Gabriel Jesus. O atacante fez um campeonato excepcional, e seu gol contra o Flamengo num momento importante do segundo turno valorizava ainda mais sua contribuição à equipe. Num jogo que parecia até heroico aos rubro-negros, Jesus buscou a igualdade e garantiu uma vantagem de um ponto à frente dos oponentes na tabela.

O jogo da sexta rodada já tinha sido eletrizante, com os 2 a 1 do Palmeiras em Brasília mais lembrados pela defesa do zagueiro César Martins em cima da linha, que resultou no gol da vitória em pênalti convertido por Jean. Já no segundo turno, Gabriel Jesus teve sua escalação confirmada por Cuca meia hora antes do duelo, retornando de lesão. O atacante infernizou Márcio Araújo e perdeu algumas chances, mas forçou a expulsão do volante logo no primeiro tempo. Com um a menos, o Flamengo se defendia bravamente e conseguiu abrir o placar com Alan Patrick. Entretanto, Jesus não deixaria o resultado escapar, com o gol já aos 37. Num lindo lance, fintou Pará e bateu sem chances para Alex Muralha. Foi o desafogo e a confirmação da liderança, num título que se confirmaria poucos meses depois, encerrando o jejum que durava desde 1994.

– Brasileiro 2018: Palmeiras 1×1 Flamengo

O Palmeiras campeão brasileiro em 2018 empatou ambos os jogos com o Flamengo. O que fica no imaginário do confronto, porém, é mesmo o duelo do primeiro turno, no Allianz Parque. A partida seria pegada como poucas, com direito a entradas desleais e confusão generalizada. No fim das contas, o placar de 1 a 1 acabou sendo o menos comentado, numa noite que terminou com seis expulsões e trocas de acusações na imprensa ao longo da semana.

Quando a bola rolou, o Palmeiras era melhor e abriu o placar cedo com Willian Bigode. O Flamengo tinha seus melhores lances nas arrancadas de Vinícius Júnior. O empate surgiu com Thuler, no segundo tempo, e quase os rubro-negros conseguiram a virada. Mais lembrado que os gols foi um carrinho duríssimo de Felipe Melo sobre Vinícius, que rendeu só o amarelo. Já no fim, Cuéllar deu uma pancada em Dudu, que foi peitar o colombiano e iniciou as cenas lamentáveis. Jaílson pegou Jonas pelo pescoço e foi um dos seis expulsos, três para cada lado. Moisés precisou botar luvas e ir para o gol, mas logo o duelo foi encerrado e evitou problemas aos paulistas. Já no segundo turno, numa partida de mais qualidade, o empate por 1 a 1 consolidava a liderança palmeirense rumo à reconquista do Brasileirão.

– Brasileiro 2019: Flamengo 3×0 Palmeiras

A arrancada do Flamengo desde o primeiro turno do Campeonato Brasileiro teve um dos momentos mais marcantes contra o Palmeiras, pela 17ª rodada. Até prometia-se um confronto direto entre as duas equipes, separadas por três pontos na tabela, mas o que se viu no Maracanã foi uma atuação soberana dos rubro-negros contra os alviverdes em crise sob as ordens de Felipão. A equipe de Jorge Jesus desmontou a estratégia defensiva dos palmeirenses e aplicou uma vitória incontestável por 3 a 0 no placar.

O Palmeiras até viu um gol bem anulado de início, mas não demorou para Gabigol marcar o primeiro num lindo toque na saída de Weverton. O primeiro tempo seguiu com os rubro-negros amassando, até a cabeçada de Arrascaeta que aumentou a contagem. Quando os alviverdes pensaram de novo que diminuíram o prejuízo antes do intervalo, tiveram outro tento corretamente anulado. Nada que intimidasse o Flamengo, com o pé no acelerador também no segundo tempo, até fechar a contagem num pênalti convertido por Gabigol. No fim, Gustavo Gómez ainda terminou expulso. Os minutos finais guardaram os gritos de “olé” pelo Maracanã extasiado. Felipão seria demitido no dia seguinte. Vale lembrar que, no segundo turno, o Flamengo também não aliviou nos 3 a 1 do Allianz Parque, que provocou as saídas de Mano Menezes e Alexandre Mattos.

– Brasileiro 2020: Palmeiras 1×1 Flamengo

As brigas de bastidores entre Palmeiras e Flamengo costumam se repetir nos últimos anos. Em 2019, a ausência da torcida rubro-negra em São Paulo, por ordem do Ministério Público, foi o que mais incomodou os cariocas. Já em 2020, com o surto de COVID-19 no elenco, os flamenguistas tentaram adiar o embate do primeiro turno com o Palmeiras. Os alviverdes não aceitaram. Então, com uma equipe recheada de garotos da base, o Fla buscou o empate por 1 a 1 no Allianz Parque. Um jogo que nem valeu tanto assim aos rumos do bicampeonato, mas que alimentou o orgulho dos torcedores, sobretudo por sua relação com os pratas da casa.

Thiago Maia, Gérson, Arrascaeta e Pedro eram os únicos jogadores mais rodados do Flamengo. De resto, garotos da base de ponta a ponta. A lista de desfalques chegava a 20 jogadores. Patrick de Paula até abriu o placar para o Palmeiras, mas os rubro-negros também pressionaram Weverton e Pedro empatou. Hugo Neneca, em especial, teve uma atuação inspirada na meta flamenguista e chegou a fazer uma defesa impressionante diante de Luiz Adriano. O jovem dedicaria o prêmio de melhor em campo ao pai, falecido meses antes. Aquele resultado deixava o Fla no páreo pelas primeiras colocações. Durante o segundo turno, os 2 a 0 em Brasília também seriam valiosos pelo valor do confronto direto a sete rodadas do fim da competição, com o título dos cariocas.

– Supercopa do Brasil 2021: Flamengo 2×2 Palmeiras

A Supercopa do Brasil podia nem ser a ocasião mais importante, encavalada entre duas temporadas extenuantes. Flamengo e Palmeiras ofereceram a grandeza daquela partida em Brasília. O empate por 2 a 2 marcou um jogaço, entre duas equipes que atuaram de peito aberto e alternaram momentos de domínio. Raphael Veiga iniciou a partida com um verdadeiro golaço, antes que o Flamengo crescesse e arrancasse o empate com Gabigol num rebote, após Filipe Luís acertar a trave.

O duelo era frenético e com muita verticalidade das equipes. O ritmo não oferecia respiro e os goleiros acumulavam grandes defesas. Isso até Arrascaeta aparecer para determinar a virada pouco antes do intervalo. No segundo tempo, o Palmeiras voltou com mudanças e cresceu, até que o novo empate surgisse outra vez com Veiga, cobrando um pênalti. A igualdade prevaleceria até a disputa por pênaltis, quando então dois dos melhores goleiros do Brasil se esbarrariam. Melhor para Diego Alves, que defendeu três tiros, um a mais que Weverton, e deu o troféu ao Fla.

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