AVANTE MEU TRICOLOR
·11 de novembro de 2024
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·11 de novembro de 2024
Seis jogos, só um como titular, e um cartão amarelo: o saldo de James no Rayo até aqui (Foto: Gonzalo Arroyo/Getty Images)
MARCIO MONTEIRO
A passagem frustrante de James Rodríguez pelo São Paulo ainda ecoa no Morumbi. Enfim, aos poucos, quando pressionados, os dirigentes do clube começam a admitir que a passagem do talentoso e preguiçoso (pelo menos nos jogos por aqui) meia colombiano foi um verdadeiro fracasso.
Assim que a saída do atleta foi concretizada pelo Tricolor, o presidente Julio Casares e o diretor de futebol Carlos Belmonte relutavam em aceitar e dizer que James havia sido uma contratação furada do clube, o que é normal, acontece, não se pode acertar em tudo. Há pelo menos que se ter a hombridade de reconhecer os erros.
E foi o que fez Carlos Belmonte, em entrevista publicada peloGlobo Esporte neste sábado. O dirigente citou que ‘foram muitos os motivos’ do fracasso da contratação, mas preferiu não citar.
“Eu concordo quando você fala do ponto de vista desportivo, é óbvio que o James não rendeu aquilo que nós esperávamos. Os motivos são muitos, mas não vem ao caso. Mas simultâneo a James teve o Lucas. São situações bastante semelhantes. E também havia dúvidas, é claro que o Lucas tem toda a história aqui, mas também havia dúvidas se ele renderia, e o Lucas rendeu muito. O que a gente continua fazendo é analisar, buscar alternativas. Se você pegar o pacote James, se ele tivesse dado certo, era baratíssimo. Quando não dá certo, óbvio que é um pacote custoso”, admitiu o cartola tricolor.
“O que eu não tenho de recurso é para fazer investimento em transferências. A gente não tem esse recurso. Agora, quando você negocia com um atleta que ficou livre, ou que vem para o empréstimo, aí você vai pagar uma luva e vai diluir o valor ao longo do contrato. É assim que a gente trabalha aqui. Lucas deu certo desportivamente, e o James não deu certo desportivamente. Pode acontecer outras vezes, mas a análise continua da mesma forma”, completou Belmonte.
Foram 22 partidas, com dois gols, quatro assistências, e alguns lampejos de genialidade que iludiam os são-paulinos mais deslumbrados. Após rescindir contrato com o São Paulo, James seguiu para o Rayo Vallecano, da Espanha. E o roteiro parece se repetir por lá, com o atleta quase não entrando em campo pelo novo time. Carlos Belmonte também foi perguntado sobre o assunto.
“É muito curioso, porque qualquer um que viu o James treinar aqui, encanta-se. É impossível você não se encantar vendo o James treinar, ele é um jogador tão diferenciado tecnicamente que a cada treino que ele faz você percebe que é diferente. Daí, como ele tem atuado em campo, eu acho que tem muito a ver com o motivacional dele”.
“Ele tem um motivacional gigantesco para jogar na seleção da Colômbia, e por isso ele performa. Lá ele é o cara, então ele se fascina, mas ele tem tido mais dificuldade de performar nos clubes. A única leitura que eu faço é o motivacional, porque tecnicamente ele poderia jogar no São Paulo, ele poderia jogar na Espanha, ele tem qualidade para jogar”.
“É possível adaptar o time a essa qualidade? Não sei. Eventualmente, na seleção da Colômbia é. Tem jogadores físicos, jovens, fortes, que conseguem se adaptar ao James. Talvez lá na Espanha não tenha esse mesmo perfil. Aqui no São Paulo ele também não conseguiu adquirir esse espaço para que fosse o cara do elenco e desse sustentação. Então é muito difícil. Agora, que ele é um jogador de muitíssimo talento, e que não é um jogador físico do ponto de vista de competição, é claro que não é”, completou o diretor do São Paulo.