Gazeta Esportiva.com
·31 de agosto de 2023
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Endrick participou de somente três dos últimos nove jogos do Palmeiras na temporada. A joia alviverde voltou a ser acionada por Abel Ferreira na última quarta-feira (30), no empate do Verdão com o Deportivo Pereira por 0 a 0 — em partida que sacramentou o avanço palestrino às semifinais da Libertadores.
Após a partida, Endrick reconheceu que fica triste por não jogar com frequência, mas negou qualquer tipo de insatisfação com o comando do técnico português.
“Ando agradecendo e fazendo minha parte. Falar para você que não tenho ansiedade nenhuma, não fico bravo por não estar jogando. Não fico bravo porque tive uma conversa com o Abel, e queira ou não, ele me tranquilizou. Jogar ou não jogar, ele fala que o importante é trabalhar. Exemplo do nosso Doc (Gustavo Magliocca), não tem tempo para ficar reclamando da vida. Só agradeço pelo meu tempo de vida, ando fazendo o que eu gosto, que é jogar bola. Fico treinando, buscando meu espaço”, explicou.
“Fico um pouco triste por não estar jogando, mas tenho que segurar isso”, finalizou Endrick para a ESPN.
Na entrevista coletiva depois do confronto, Abel também falou sobre o atacante. Segundo o europeu, jogar na equipe principal do Palmeiras exige um outro tipo de preparação física e mental — por isso a falta de espaço.
“Volto a dizer que jogar na equipe principal não é igual a jogar na base. Não é igual. Em muitos aspectos: não tem o número de jornalistas que tem aqui, cobrança, torcida, comentários em redes sociais, pressão. Há coisas que controlamos e outras não. Tudo aconteceu muito rápido, em um ano e meio foi campeão do sub-17, sub-20, seleções. Ainda veio ser campeão aqui, na principal. Um mundo de expectativas. É normal na nossa vida, nas nossas profissões, termos momentos de grande inspiração e, em outros, saber lidar com as frustrações”, disse Abel.
“Esse tipo de frustração e tudo que ele fizer aqui é para ele tentar trabalhar porque quando ele for para o outro lado, vai começar tudo do zero. Ele pode fazer vinte gols aqui ou pode não jogar mais porque quando for para o Real Madrid vai começar do zero. Ninguém garante nada que se ele jogar e fizer 30, 50 gols aqui, vai chegar lá e vai acontecer. Eu não sei o que vai acontecer, vai ser ele quem vai decidir. Aqui ele só tem que fazer uma coisa: se preparar. Há jogadores que sonham a vida inteira com uma oportunidade de ir jogar no Real Madrid. Esse moleque, criança, miúdo, em um ano e meio, conseguiu isso tudo. Foi campeão de tudo na base, das seleções, da principal, com toda a imprensa a meter pressão. Agora como todo jogador no mundo, como Ronaldo, Neymar, Messi, tem momentos altos e baixos e ele vai ter que lidar com isso. E nós estamos aqui para isso, por isso eu sou treinador da equipe principal. Nós estamos aqui para ajudá-lo. Mas não é só ele”, completou.