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·03 de julho de 2025

Em tom de despedida, jornalista rende-se a Di María: "Deixa saudades no Benfica"

Imagem do artigo:Em tom de despedida, jornalista rende-se a Di María: "Deixa saudades no Benfica"

Ángel Di María está de saída do Benfica, após duas temporadas que terminaram com uma campanha no Mundial de Clubes. O extremo argentino já assinou um pré-acordo contratual com o Rosario Central, da Argentina e os encarnados já se despediram do atleta nas redes sociais. O currículo e o futebol invejável de El Fideo vão certamente deixar saudades nos amantes do futebol europeu, como realçou o jornalista Rui Dias que, num texto publicado no jornal Record, se despediu do jogador.

"Vive num tempo em que a qualidade perde para a quantidade, o coletivo esmaga o individual e as emoções cedem a pragmatismo e eficácia. Importante é saber quantos quilómetros se percorreram, ações defensivas se cumpriram ou roubos de bola foram contabilizados, prova cabal da convicção de que o físico está à frente de tudo. Di María é expoente de um futebol sumptuoso, no qual a perfeição supera a velocidade, o talento é mais relevante do que o músculo e o génio esmaga elementos repressivos como luta, suor, choque e desarme. Não se trata de ter privilégios imerecidos; é a consequência lógica de uma qualidade que contagia companheiros, intimida adversários e interfere no jogo", começou por escrever.


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Rui Dias, rendido, continuou a descrever o extremo argentino, lembrando também os feitos pela seleção da Argentina: "Di María é o delfim de Messi na Argentina e um dos poucos autorizados a tratá-lo por tu. Para lá de produtor de milagres conseguiu uma das proezas mais admiráveis em desportos coletivos: tornou-se o herói dos seus, a estrela que, apesar dos danos provocados pela idade, gera sensação de conforto naqueles com quem reparte as vicissitudes de cada batalha, incluindo as do dia-a-dia. É uma fonte de inspiração, o ídolo, o promotor de milagres. Dirão algumas vozes, daquelas que nunca chegarão ao céu, que isso não tem importância para o que verdadeiramente interessa. É lá com eles…".

"Aos 37 anos, Di María não precisa de correrias. Basta-lhe ter a bola nos pés, observar, enquadrar-se e executar com perfeição só ao alcance dos deuses. Não reclama favores do físico, nem lastima o que o tempo lhe roubou em explosão e velocidade continuada. A inteligência do posicionamento, a arte da conceção e a execução magistral são suficientes para estabelecer diferenças. Tem soluções para tudo, sem adornos nocivos, malabarismos desnecessários ou extravagâncias sem sentido prático. É um desestabilizador da ordem, um insubordinado às regras vigentes, que acrescenta soluções personalizadas a guiões que reprimem a incerteza associada à livre iniciativa individual", continuou.

O jornalista resumiu, por fim, a segunda passagem do argentino por Portugal e perspectivou o que será o Clube da Luz sem ele: "Di María despediu-se do Benfica ao fim de duas épocas com números impressionantes – 92 jogos (48+44), 36 golos (17+19) e 22 assistências (13+9). Resolve um problema, pela dificuldade em geri-lo nos momentos menos bons e por abrir caminho à concorrência, mas cria dúvidas: será substituído com vantagem? Alguém conseguirá chegar ao fim da próxima época com estatística tão exuberante? Parte sem a merecida glória um dos melhores jogadores da história do futebol. Deixa saudades, claro. E só por mediocridade alguém pode ficar satisfeito com isso".

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