Calciopédia
·27 de setembro de 2024
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A estreia da Roma na Europa League prometia um mix de emoções. Afinal, a equipe italiana chegava à partida inaugural da competição continental em meio a início de temporada ruim, com apenas uma vitória em cinco rodadas da Serie A, uma mudança inesperada de técnico e muitas sombras nos bastidores. Do outro lado estava o bom time do Athletic Bilbao, quinto colocado em La Liga e atual campeão da Copa do Rei. Diante disso, os giallorossi ficaram muito perto do triunfo, mas sofreram o empate no finalzinho e tiveram de se contentar com o 1 a 1 no Olímpico.
Nos últimos dias, a torcida giallorossa ficou decepcionada com a demissão inesperada do treinador Daniele De Rossi, um dos maiores ídolos da história da agremiação – DDR foi substituído por Ivan Juric. Os ultras da Roma protestaram na partida anterior, terminada com vitória sobre a Udinese, com diversas faixas em apoio ao antigo treinador. “Quem ama como nós não trai e não mente. O destino do romanismo o levará de volta ao seu povo. Até breve, Daniele!”, dizia uma. Outra, foi mais incisiva contra a diretoria, encabeçada pela família Friedkin: “Vocês não respeitam nossos valores e nossas bandeiras… A partir de hoje, voltamos aos velhos tempos”. No meio de toda essa situação, a CEO Lina Souloukou se demitiu e os proprietários norte-americanos anunciaram a compra do Everton.
Apesar do clima de tensão pairando no ar, o retrospecto recente da Roma em competições europeias é positivo. Afinal, a Loba foi campeã da Conference League em 2022, vice da Europa League em 2023 e, no ano seguinte, foi até as semifinais do segundo principal torneio do continente, parando no excepcional Bayer Leverkusen. Juric, porém, ainda precisa dar sua cara à equipe e, obviamente, esperava dificuldades ante um Athletic Bilbao consolidado sob o comando de Ernesto Valverde – e que tem peças interessantes, como os irmãos Williams.
No Olímpico, Roma e Athletic Bilbao fizeram um jogo que não cumpriu as expectativas (Getty)
Com a bola rolando, o primeiro tempo foi tecnicamente interessante. Logo aos 2 minutos, Guruzeta desperdiçou uma chance ao finalizar mal e, em seguida, cabeceou para fora. Até os 5, o Athletic Bilbao dominava, pressionando a Roma em seu campo de ataque. Ambos os times mostravam uma postura agressiva, mas a equipe italiana tinha dificuldades em sair da marcação espanhola, errando passes e não conseguindo ligações diretas. Aos 11, Iñaki Williams concluiu para fora, após bom lançamento, e, aos 15, Paredes quase marcou de cabeça para os leões.
Até os 20 minutos, a Roma tinha muita posse de bola (71%), mas pouca objetividade. A marcação do Athletic Bilbao estava encaixada. A Loba começou a reagir em seguida, explorando bolas longas para sair da pressão, e teve oportunidades com Dovbyk e Dybala. O time romanista criava boas jogadas pelo lado direito, principalmente com o capitão Mancini, mas marcaria em um lance criado no flanco oposto. Aos 32, em um belo contra-ataque, Angeliño cruzou para Dovbyk, que cabeceou com estilo e abriu o placar. Com isso, o ucraniano estufou as redes pelo terceiro jogo seguido.
O Athletic Bilbao, mesmo sendo mais direto, mantinha pouca posse de bola. Aos 36 minutos, Iñaki Williams voltou a finalizar para fora. No último lance do primeiro tempo, Djaló também desperdiçou uma chance em cobrança de falta ensaiada. A etapa inicial terminou com a Roma dominando – num evidente efeito colateral do gol marcado.
O segundo tempo, por sua vez, foi menos movimentado – um sinal de que a partida apresentou menos do que se esperava. Ainda assim, o Athletic Bilbao teve uma postura de busca pelo empate. Logo aos 50 minutos, Unai Gómez finalizou de perna esquerda, mas pegou fraco na bola; aos 59, Iñaki Williams também concluiu pela linha de fundo. Antes, na casa dos 53, a Roma teve sua melhor chance para ampliar, mas Agirrezabala fez uma grande defesa, em arremate de Mancini.
Em alta: Dovbyk marcou pelo terceiro jogo seguido (Getty)
Valverde fez mudanças, substituindo Djaló e Prados por Ander Herrera e Nico Williams, reforçando o ataque. A Roma, por outro lado, pouco criava, mas mantinha uma defesa sólida. A linha de retaguarda giallorossa, porém, sucumbiria aos 85 minutos. Em uma falta cobrada por Berenguer, Núñez, que havia entrado no lugar de Vivian, ganhou no alto e o Paredes do Athletic Bilbao, observado pelo Paredes capitolino e por outros marcadores, cabeceou para as redes, empatando o jogo. A falha sistêmica dos romanos foi cabal, já que os bascos não estavam incomodando Svilar e a igualdade saiu mais pela persistência do que pela qualidade.
Ao apito final, a sensação para os torcedores da Roma foi amarga, enquanto o resultado teve sabor de vitória para o Athletic Bilbao. Num jogo de poucas chances claras, especialmente no segundo tempo, os dois lados se anularam: enquanto os mandantes se saíram melhor numa etapa inicial de boa qualidade, os visitantes foram valentes após o intervalo. No fim, o empate pareceu justo.
O próximo compromisso da Roma na fase de liga da Europa League será fora de casa, no dia 3 de outubro, contra o Elfsborg, da Suécia – na estreia, os aurinegros perderam para o AZ Alkmaar por 3 a 2. Até lá, a torcida giallorossa espera que Juric possa transmitir um pouco mais suas ideias para o elenco, apesar do curto tempo de trabalho.