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·20 de janeiro de 2022

Em seu livro, Abel conta bastidores de um de seus primeiros treinos no Palmeiras

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O livro de Abel Ferreira ainda não foi distribuído, porém o treinador do Palmeiras publicou em seu Instragram um pequeno trecho de sua obra nesta quinta-feira. Nele, o comandante do Verdão recorda um de seus primeiros treinos à frente da equipe. Na ocasião, o português tinha a missão de encontrar um reserva para Matías Viña.


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O uruguaio vinha de uma grande sequência de jogos e precisava de um descanso. Lucas Esteves era a outra opção para a lateral esquerda, porém estava lesionado e demoraria um tempo para retornar. Além disso, Viña desfalcaria o time alviverde, já que seria convocado para sua seleção.

Assim, Abel propôs um exercício simples na Academia de Futebol, pouco depois de ter assumido o comando do time. O treinador distribuiu discos pelo gramado, com cada objeto representando uma posição. Em seguida, explicou a dinâmica ao elenco.

“Galera, antes de irmos para o nosso treino, tenho um exercício rápido para fazer convosco. É um exercício com o objetivo de vos conhecer melhor. Não tem conteúdo técnico-tático, nem nenhuma carga física, mas… Atenção! Tem muita responsabilidade! Atrás de vocês há 11 sinalizadores com os números de 1 a 11. O 1 é o goleiro, o 2 é o lateral direito, 3 e 4 são zagueiros, 6 é o lateral esquerdo, 5 é o 1º volante, 8 é o 2º volante, 10 é o meia-atacante, 7 é o ponta direita, 11 é o ponta esquerda e o 9 é o centroavante. Agora, quero que vocês escolham onde gostam mais de jogar, onde se sentem mais confortáveis e onde pensam que têm mais rendimento. Quero que sejam sinceros e escolham com a cabeça, mas também com o coração”, disse o treinador aos jogadores.

Todos os jogadores se posicionaram, e Abel pôde ter acesso a informações interessantes sobre posicionamentos. Wesley e Gabriel Veron, por exemplo, tinham predileção pelo lado esquerdo. Rony, por outro lado, sentia-se confortável aberto pela direita. Gabriel Menino, que havia sido convocado pela Seleção como lateral, optou pela posição de segundo volante.

No entanto, a grande curiosidade permanecia: quem seria o reserva de Viña. Então, Abel voltou a se comunicar com os seus atletas.

“Estão vendo aquele rapaz ali sozinho? Tem 13 jogos consecutivos nas pernas a jogar noventa minutos, e vai para a seleção em breve. Eu vou precisar de um lateral esquerdo para jogar lá… Quem está disposto a se sacrificar pela equipe?”, perguntou o técnico.

O primeiro a se movimentar, de forma espontânea, foi o zagueiro Renan. No livro, Abel conta que a movimentação do defensor gerou até mesmo brincadeiras dos colegas: “Oh, oh, olha o moleque”, disse um. “E aí, o moleque quer voar, hein?”, falou outro.

Abel ainda esperava que outro jogador se colocasse à disposição para a lateral esquerda, porém “o ambiente foi de silêncio total durante alguns segundos”. Então, um atleta mudou de lugar após ouvir incentivos de seus companheiros.

“Scarpa, você está esperando o que?”, disse um colega. “Sai daí, Scarpa, precisamos de você de laterinha”, comentou outro. Assim, o camisa 14 passou a ser mais uma opção para a posição de Viña. No livro, Abel escreve que o gesto foi bem-vindo, já que o jogador tinha “a experiência competitiva” que procuravam para uma peça na linha defensiva. Ainda completou: “E, mais importante: ao ir para lá, ele assumiu um compromisso com os colegas”.

“Falar menos e ouvir mais os atletas – isto é, afirmar menos e perguntar mais – é um ponto que consideramos essencial na relação treinador-jogador e no trabalho em equipe, de modo a potencializar a evolução dos jogadores a todos os níveis (conhecimento do jogo, compromisso, responsabilização individual, entre outros”, concluiu o treinador em sua obra.

O livro escrito por Abel e sua comissão, intitulado “Cabeça fria, coração quente”, está à venda na loja oficial do Palmeiras. Com um preço de R$ 74,90, a publicação tem entrega prevista a partir de março. A receita obtida pela comercialização será revertida em doações a instituições de caridade escolhidas pelo treinador e pelo Verdão.

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