Calciopédia
·30 de novembro de 2023
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Nesta quarta, 29 de novembro, Benfica e Inter protagonizaram um dos melhores jogos da quinta rodada da Liga dos Campeões – e, possivelmente, um dos melhores desta primeira fase. O time português abriu 3 a 0 na etapa inicial, com uma tripletta do ex-nerazzurro João Mário, mas, no segundo tempo, os italianos, já classificados para as oitavas de final, buscaram o empate de forma heroica. Tivemos, portanto, um rocambolesco 3 a 3 no Estádio da Luz.
Com a classificação para a próxima fase já assegurada, a Inter poupou muitos titulares e escalou apenas três jogadores que podem ser definidos como titulares frequentes: Darmian, Acerbi e De Vrij, que capitaneou a equipe nerazzurra em Portugal. Assim, num time povoado de reservas, atuaram nomes como Bisseck, Carlos Augusto, Klaassen, Arnautovic, Sánchez e o estreante Audero, que tomou o lugar de Sommer. No eliminado Benfica, o maior desfalque era o atacante David Neres, lesionado.
O início do jogo foi praticamente todo do Benfica. A Inter entrou desatenta, pressionando pouco a zaga benfiquista e logo provou do próprio veneno: aos 5 minutos, Aursnes aproveitou o vacilo dos italianos e mandou o cruzamento nas costas da defesa nerazzurra. Deixado em condição regular por Bisseck e De Vrij, Tengstedt pegou a bola e deixou para João Mário acionar a lei do ex pela primeira vez na peleja.
Os nerazzurri até tentaram uma reação, porém quem buscava mais o ataque eram os donos da casa. O segundo gol não demorou a surgir e, novamente, terminou nos pés de João Mário, que é considerado uma das piores contratações da história da Inter, pelo baixíssimo custo-benefício.
Arnautovic deu início à reação da Inter após um primeiro tempo digno de esquecimento para os nerazzurri (AFP/Getty)
O tento saiu de um vacilo enorme de Asllani, que perdeu a bola para Rafa Silva na entrada da área. O português tabelou com Tengstedt e passou para o camisa 20 benfiquista ampliar, aos 13, contando com a complacência de Bisseck. Jamais a Beneamata havia ficado em tamanha desvantagem em tão pouco tempo de um jogo de Champions League.
O Benfica simplesmente dominava a partida. Em seguida, Di María quase marcou um golaço, mas a bola subiu demais. A resposta da Inter só foi acontecer apenas aos 25 minutos. Frattesi foi carregando pelo meio e deixou Arnautovic de frente com o goleiro Trubin, porém a sua tentativa foi defendida pelo ucraniano, que chegou a negociar com os nerazzurri no mercado de verão. A Beneamata tinha a posse, mas não encontrava espaços para finalizar.
Do outro lado, o Benfica ampliou o placar com 34 minutos. Em um ótimo contra-ataque, a bola chegou em Tengstedt pela direita. O jovem dinamarquês tentou cruzar duas vezes, porém a última deu certo e chegou tranquilamente para João Mário, de novo, completamente sozinho na pequena área para guardar sua tripletta. Só Bale, em 2010, havia marcado um hat-trick sobre a Inter em toda a história Champions League. E, antes do português, o último ex-jogador nerazzurro que castigara a Beneamata três vezes fora Brighenti, então na Sampdoria, no distante 1961.
Ainda no início do segundo tempo, Frattesi marcou o segundo interista (AFP/Getty)
O jogo começou a mudar de figura no segundo tempo, depois que Simone Inzaghi teve uma conversa daquelas com seus atletas. A Inter voltou com tudo dos vestiários, sem nenhuma mudança de peças – mas com uma postura completamente diferente. Determinada a acabar com o domínio absoluto dos encarnados, os nerazzurri pressionaram e a zaga portuguesa não conseguiu suportar a blitz por muito tempo. Em escanteio cobrado aos 51 minutos, Bisseck escorou no meio da área e Arnautovic, oportunista, apareceu para diminuir a vantagem.
A reação nerazzurra seguia a todo vapor, enquanto o Benfica sentia muito o gol. A vantagem iria diminuir ainda mais em menos de dez minutos. Aos 58, Klaassen achou Acerbi e o zagueiro cruzou lindamente para Frattesi balançar a rede encarnada.
Ainda abalado com a reação adversária, o Benfica voltou a tentar controlar o jogo e Di María perderia outro gol nesse meio tempo. Sedento pela virada, Inzaghi colocou Barella e Thuram em campo e logo as alterações surtiram efeito. Na sua primeira jogada na partida, o francês disparou sozinho, invadiu a área portuguesa e partiu para cima de Otamendi, que só o parou com um pisão no pé. Conclusão: pênalti marcado e confirmado pelo VAR. Sánchez venceu facilmente Trubin e empatou tudo no Estádio da Luz, para a loucura dos torcedores nerazzurri presentes em Lisboa.
Cobrança de pênalti perfeita de Sánchez decretou o empate entre Benfica e Inter, em Lisboa (AFP/Getty)
O Benfica voltou a assustar com Di María, que tentou o golaço com um chute de longe, mas parou na boa defesa de Audero. Esse lance ocorreu depois que António Silva efetuou um forte carrinho em Barella, sem bola. O VAR recomendou a revisão da infração e o árbitro Andreis Treimanis não titubeou: expulsou o zagueiro do Benfica, deixando os donos da casa com menos um em campo.
Apesar de ter buscado a virada, a Inter ficou no quase – ainda que tenha mantido a sua invencibilidade histórica contra os encarnados. Por alguns centímetros, o próprio Barella não estufou a rede portuguesa: seu chute de canhota explodiu na trave, já nos acréscimos.
O próximo compromisso da Beneamata antes das oitavas de final da Champions League será contra a Real Sociedad, valendo a liderança do Grupo D. Os espanhóis têm a vantagem do empate para se classificarem em primeiro lugar. Entretanto, o jogo será em San Siro, no dia 12 de dezembro, às 17 horas pelo horário de Brasília, e a Inter já mostrou que tem sede de vitória.
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