Trivela
·10 de novembro de 2020
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·10 de novembro de 2020
Danny Drinkwater fez um DVD. Não um DVD de verdade, ninguém mais usa DVD, mas um vídeo publicado no Instagram com o conceito por trás do ultrapassado jargão: aquele compilado com lances de destaque para tentar atrair o interesse de algum clube. Não é incomum no mundo do futebol, é um pouco mais incomum para um jogador de 30 anos, campeão da Premier League como titular e que defende o Chelsea.
Mas não é difícil entender porque Drinkwater sentiu a necessidade de lembrar as pessoas que um dia ele soube jogar futebol muito bem. Desde que foi uma das principais peças do inesquecível título inglês do Leicester, em 2015/16, a sua carreira saiu dos trilhos de uma maneira estranha e abrupta.
Ele fez a temporada seguinte pelas Raposas e, em 2017/18, foi contratado pelo Chelsea de Antonio Conte. Era um jogador formado na Inglaterra, o que ajudaria os Blues a cumprir as regras de inscrição. Acabou não servindo a muito mais do que isso, com apenas 22 jogos, 12 pela Premier League, e alguns problemas físicos.
A decadência começou de verdade na campanha seguinte. Drinkwater atuou 30 minutos na Supercopa da Inglaterra e nunca mais naquela temporada. Depois, passou um semestre emprestado ao Burnley, com apenas duas partidas, e outro no Aston Villa, com mais quatro.
No total, desde que deixou o Leicester, entrou em campo apenas 29 vezes em três anos para jogar uma partida de futebol profissional. Sequer recebeu um número do Chelsea para esta temporada e tem atuado pelas pelos reservas na Premier League 2. Nesse intervalo, foi pego dirigindo alcoolizado, ficou duas semanas afastado por lesões contraídas em uma briga em uma balada quando estava no Burnley e deu uma cabeçada em um companheiro de Aston Villa.
Em entrevista ao Telegraph, publicada em setembro, admitiu que perdeu a paixão pelo futebol quando foi escanteado pelo Chelsea. “Naquele ponto, tornou-se apenas um emprego e cumprir as horas. Mentalmente, foi matador. Foi difícil de lidar com um ano inteiro sabendo disso. Não usarei o Chelsea como uma desculpa para dirigir alcoolizado. Obviamente, meu estado mental não estava o melhor, mas foi ridículo e nunca deveria ter acontecido”, disse.
E também teve sérios problemas pessoais. Disse que está com dificuldades para visitar o filho – de cuja mãe se separou -, que perdeu o avô e a avó um atrás do outro e também o seu cachorro. “Tudo isso acontecer em um curto espaço de tempo, com minha carreira longe do planejado, foi demais para mim. Me abalou”, explicou.
Na mesma conversa, Drinkwater também se mostrou motivado a buscar uma nova oportunidade e tentar ressuscitar a sua carreira, processo do qual o vídeo em parceria com a produtora Whitefoot deve fazer parte.
“Eu tenho muito mais para dar. Estou aberto a jogar em outro país, embora seja difícil por causa do meu filho. Preciso de uma âncora e precisou resolver uma das partes da minha vida. Então, se eu puder resolver o meu futebol, mesmo que em outro país, isso me ajudará em longo prazo”, afirmou.
“Tudo provavelmente dependerá de paciência e confiança comigo. Eu preciso mudar para que funcione. Do contrário, eu ficarei preso a este círculo vicioso. Se eu puder confiar em pessoas que são boas em seus empregos e ser paciente, então eu posso me ver reconstruindo minha carreira. Não consigo me ver continuando nesta situação. Sem chance”, disse.
Se conseguir levar essa disposição aos treinos e jogos, em seus melhores momentos, Drinkwater foi um jogador muito competente que certamente pode ajudar clubes do meio da tabela da Premier League ou de outros países. Não acredita em mim? Então veja este vídeo de três minutos:
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