Em amistoso com protestos da torcida pela morte de Mahsa Amini, o Irã venceu o Uruguai na reestreia de Carlos Queiroz | OneFootball

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Trivela

·23 de setembro de 2022

Em amistoso com protestos da torcida pela morte de Mahsa Amini, o Irã venceu o Uruguai na reestreia de Carlos Queiroz

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O Irã atravessa dias de intensos protestos contra o governo e a falta de liberdade às mulheres no país. O estopim aconteceu após a morte de Mahsa Amini, jovem curda de 22 anos, que foi detida pela polícia em Teerã por não estar “usando seu véu de maneira devida” e que faleceu poucos dias depois. A onda de manifestações dura uma semana e é respondia com mais repressão, com 26 novas mortes já contabilizadas. A população toma as ruas, enquanto centenas de mulheres vêm raspando seus cabelos em sinal de oposição ao regime. Personagens do futebol local, como os antigos ídolos Ali Daei e Ali Karimi, também se manifestaram. E a revolta popular respingou na seleção, durante o amistoso contra o Uruguai disputado nesta sexta-feira, na Áustria.

Segundo relatos da imprensa uruguaia, o jogo teve incidentes nas tribunas e um homem foi retirado do estádio. O manifestante pedia justiça por Mahsa Amini. O amistoso era uma plataforma óbvia para os protestos, considerando as restrições que o Irã vive atualmente no acesso à internet. Na transmissão, as arquibancadas filmadas estavam esvaziadas, no que parecia uma decisão para evitar qualquer posicionamento ao vivo.


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Apesar de todo esse contexto, o Irã entrou em campo, e com um compromisso importante, diante do período de transição às portas da Copa do Mundo. Carlos Queiroz é um velho conhecido dos persas, à frente da equipe nacional em dois Mundiais, mas não deixa de ser uma mudança de técnico abrupta. Todavia, o veterano iniciou sua segunda passagem pelo Team Melli com o pé direito. Os iranianos conseguiram a vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai. Foi a primeira derrota do técnico Diego Alonso no comando da Celeste.

O Uruguai não contava com vários veteranos no elenco. Nomes como Edinson Cavani, Diego Godín e José María Giménez não foram convocados. A escalação de Diego Alonso mantinha a base das eliminatórias, mas com experimentações. O destaque ficava para o meio-campo composto por Federico Valverde, Rodrigo Bentancur e Matías Vecino. Mais à frente, Facundo Pellistri e Darwin Núñez davam apoio a Luis Suárez. Já o Irã preservava uma base de velhos conhecidos de Carlos Queiroz. Sardar Azmoun, Saman Ghoddos, Alireza Jahanbakhsh e Saeid Ezatolahi apareciam entre os titulares. Mehdi Taremi começou no banco.

Um problema para o Uruguai aconteceu logo no primeiro minuto, com a lesão muscular sofrida por Ronald Araújo. A zaga passou a ser formada pelos jovens Agustín Rogel e Sebastián Cáceres. A Celeste controlou o jogo na primeira etapa, mas com dificuldades para criar. Na principal chance do início do duelo, Darwin chutou de longe e o goleiro Alireza Beiranvand desviou para fora. Durante os minutos anteriores ao intervalo, os uruguaios passaram a arriscar mais, inclusive com Suárez. Faltou precisão.

Com a entrada de Nicolás de la Cruz no segundo tempo, o Uruguai voltou a martelar e Beiranvand fez boa defesa em chute de longe de Valverde. Já aos 15, quase Suárez anotou um lindo gol, em tiro que passou ao lado da trave. As mudanças se tornaram mais constantes a partir de então. O Irã perdeu Beiranvand lesionado, mas acionou Taremi no banco. Enquanto isso, Giorgian de Arrascaeta e Guillermo Varela eram apostas dos uruguaios.

Com mais espaços para contragolpear, os iranianos passaram a testar o goleiro Sergio Rochet. O gol saiu neste momento, aos 34 minutos. Karim Ansarifard cruzou da esquerda e Taremi bateu de primeira, com desvio na marcação para superar Rochet. A melhor chance do empate veio com Arrascaeta, mas o meia bateu por cima da meta, no mano a mano com o goleiro.

O Uruguai terá seu próximo compromisso na terça-feira, com amistoso diante do Canadá. No mesmo dia, o Irã volta a campo na Áustria e disputará um amistoso contra Senegal. Será outra ocasião para as manifestações acontecerem nas arquibancadas, diante das restrições que os iranianos vivem dentro do país.

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