Em alta na Udinese, Walace destaca o ótimo início de temporada da equipe no Italiano | OneFootball

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Calciopédia

·26 de setembro de 2022

Em alta na Udinese, Walace destaca o ótimo início de temporada da equipe no Italiano

Imagem do artigo:Em alta na Udinese, Walace destaca o ótimo início de temporada da equipe no Italiano

Nos últimos meses, o nome do volante brasileiro Walace ficou em evidência na imprensa esportiva brasileira e nas redes sociais. Vivendo grande momento na Udinese, o baiano chegou a ser apontado como um dos reforços do Flamengo para a reta final de 2022, mas acabou ficando na Itália. Ciente da importância do jogador para o seu projeto, a diretoria friulana fechou as portas para o negócio e o manteve no elenco, que tem levado a equipe bianconera a um surpreendente início de Serie A.

Em entrevista exclusiva à Calciopédia, Walace afirma que o interesse do time carioca existiu, mas é coisa do passado. “Eu fico muito feliz e lisonjeado, pois o Flamengo é um gigante. Mas tenho mais dois anos de contrato aqui na Udinese e seguirei dando o meu melhor”, diz.


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Com a permanência confirmada, o jogador se manteve como peça importante da Udinese, que é uma das surpresas do Campeonato Italiano. Após sete rodadas, nas quais Walace foi sempre titular, a equipe friulana chegou à data Fifa de setembro na terceira posição, com cinco vitórias e apenas uma derrota. “Temos que manter os pés no chão, porque a Serie A é muito difícil. Mas, obviamente, estamos muito felizes com esse início de temporada”, comemora o brasileiro.

Ao longo da conversa, o volante natural de Salvador relembrou os seus tempos na Bahia e sua evolução progressiva, desde a saída do Grêmio e a passagem pela Alemanha – onde defendeu Hamburgo e Hannover 96. Na Udinese desde 2019, Walace vem crescendo de produção a cada temporada. “Eu evoluí muito na Itália. Tive um crescimento muito grande na parte defensiva, na proteção de bola, me sinto um jogador mais completo”, comenta.

Na entrevista, realizada por e-mail, Walace também falou sobre sua relação com o zagueiro Rodrigo Becão, seu conterrâneo, e dos planos de voltar a representar a seleção brasileira. Confira, abaixo, a conversa na íntegra.

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Em sua quarta temporada pela Udinese, Walace tem mostrado contínua evolução (Getty)

A Udinese arranca pontos muito importantes dos adversários da parte de cima da tabela e, inclusive, fez isso contra a Roma, em uma goleada. O que esperar da sua equipe na atual temporada?

Creio que temos que manter os pés no chão, porque a Serie A é muito difícil. Depois de três temporadas aqui sei exatamente como é, mas, obviamente, estamos muito felizes com esse início de temporada e motivados para fazer uma jornada com a Udinese.

A Udinese vive um grande início de temporada e não perde desde o jogo contra o Milan, na estreia. A que deve esse bom momento na Serie A?

Na verdade, a gente vem de uma sequência muito boa de trabalho. Na última temporada já tivemos uma boa regularidade e não passamos sufoco em nenhum momento. Acredito que esse bom momento se deve a uma série de fatores, e um dos principais é a seriedade que colocamos no nosso trabalho. Não só nós, os jogadores, mas toda a comissão e diretoria nos dando esse suporte.

Na última janela de transferências, você foi especulado no Flamengo. O quanto sua transferência ao time carioca ficou próxima? Por que o acordo não saiu do papel?

Todos sabem desse interesse, que foi realmente oficial. Eu fico muito feliz e lisonjeado, pois o Flamengo é um gigante. Mas não houve acordo e tenho mais dois anos de contrato aqui na Udinese. Seguirei dando o meu melhor.

A temporada 2021-22 foi a sua melhor pela Udinese. A que atribui esta evolução?

Certamente a questão tática da equipe. Eu evoluí muito aqui na Itália, faz parte do processo natural. A Bundesliga foi muito importante na minha vida, mas eu me sinto hoje muito feliz e adaptado ao futebol italiano, e creio que ainda posso evoluir ainda mais.

Você fez parte do elenco que levou o ouro olímpico em 2016 e já atuou em amistosos depois disso. Qual a sua expectativa de voltar a vestir a camisa amarelinha, após seus anos positivos pela Udinese?

Vestir a camisa da seleção é o máximo na vida de um atleta. Eu fui muito feliz na Seleção, especialmente nas Olimpíadas. Provavelmente depois da Copa do Mundo haverá uma renovação, e eu seguirei fazendo o meu melhor aqui na Udinese, e sempre sonhando com uma convocação novamente.

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Depois de algumas dificuldades de adaptação, Walace se tornou peça fundamental na Udinese (Getty)

Qual foi a maior dificuldade que você sentiu após sair do futebol sul-americano e chegar às grandes ligas europeias?

Certamente a intensidade aplicada. O jogo na Europa é mais rápido, os árbitros deixam o jogo seguir, além da parte extracampo, que não é tão fácil.

Você chegou à Udinese após o rebaixamento do Hannover 96, na Alemanha. Pode nos contar como surgiu o interesse da equipe italiana e os bastidores da negociação?

Na verdade foi tudo muito rápido, logo no final de janela. Eu soube do interesse através dos meus empresários e não pensei duas vezes, pois sempre soube da qualidade do trabalho feito pela Udinese. Não tivemos muita dificuldade em fechar o negócio, pois me animou muito vestir essa camisa e jogar no futebol italiano.

A Bundesliga é uma das grandes portas de entrada para brasileiros na Europa. Quais são as diferenças entre atuar na Alemanha e na Itália? Onde sentiu que a sua adaptação foi melhor?

Como já comentei, a parte tática na Itália é algo diferente de qualquer lugar. Meu primeiro ano aqui não foi tão fácil, pela questão de adaptação, já que eu vinha da Bundesliga, onde se pratica um jogo diferente. Eu acho que tudo tem acontecido no tempo certo e a evolução está vindo temporada a temporada. Me sinto mais feliz na Itália, especialmente fora de campo, me identifico mais com a forma como os italianos levam a vida, minha família está totalmente adaptada e feliz aqui.

A Itália é reconhecida como uma das maiores escolas defensivas no futebol europeu. O que esperava melhorar, como volante, jogando a Serie A italiana?

Eu tive um crescimento muito grande na parte defensiva, na proteção de bola, me sinto um jogador mais completo. Como eu disse, tenho evoluído com o passar das temporadas aqui na Itália, e o plano tático da Udinese, em especial na última temporada, contribuiu muito para essa minha evolução.

Na Udinese, você foi treinado por Igor Tudor, Luca Gotti, Gabriele Cioffi e, agora, Andrea Sottil. Quais as diferenças e semelhanças entre os trabalhos deles?

Cada treinador tem sua particularidade. É difícil falar individualmente. O fato é que, com Tudor, joguei um pouco menos. Era a minha primeira temporada. Com Gotti e Cioffi vivemos bons momentos e também tem sido assim agora, com Sottil.

Qual foi o jogador que considerou mais difícil de marcar durante o seu tempo na Itália? E na Europa?

Essa é até difícil responder. Robben, Aubameyang, Crsitiano Ronaldo, Lukaku, Milinkovic-Savic… Poderia citar muitos outros ainda!

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O elenco da equipe bianconera conta com Walace e Rodrigo Becão, ambos nascidos em Salvador, Bahia (Getty)

Na equipe de Údine, você convive ou conviveu com vários colegas de clube brasileiros e também argentinos – inclusive De Paul, Musso e Molina, que ganharam a Copa América aqui no Brasil. Existe uma rivalidade saudável nos bastidores ou isso não respinga no dia a dia?

Minha relação com os hermanos sempre foi muito boa. Obviamente que sempre rola uma resenha ou outra, que é normal entre nós, mas a admiração e o respeito são enormes, de ambas as partes.

Como é a relação entre os brasileiros e os portugueses do atual elenco da Udinese? Pelas questões linguísticas e culturais, vocês têm maior proximidade do que com os demais?

Nossa relação é muito boa. Entre eles, o Beto é um cara que eu tenho um carinho especial, que sou mais próximo.

Hoje, os brasileiros da Udinese são você e Becão, dois baianos de Salvador e quase com a mesma idade. Você, de Massaranduba, e ele, de Cajazeiras. Como é a relação de vocês? Vocês já se conheciam dos tempos de base, antes de jogarem juntos na Itália?

Somos muito amigos. Mas nos conhecemos aqui mesmo, apesar da coincidência de sermos soteropolitanos. Um protege o outro dentro de campo, jogamos próximos um do outro, então isso já facilita e a nossa relação foi construída naturalmente. O fato de sermos da mesma cidade e termos essa herança cultural da terrinha ajudou muito, com certeza.

Nos seus tempos de menino e adolescente, você provavelmente deve ter batido babas em campinhos de terra em Itapagipe, como no Lasca ou na Cursa. O que você guarda de sua época como juvenil no seu futebol atual?

Bati muitos babas, realmente, e te digo que lá sim tinha pressão de verdade, aquela rivalidade gostosa que temos na Cidade Baixa. Certamente levo muita coisa boa comigo desse época.

A grande fase que o Grêmio vivia em 2016 rendeu a você o apelido de “Pogbalace”, alusivo ao jogador francês Pogba. Qual é a expectativa de enfrentá-lo ainda nessa temporada?

Pogba é um grande jogador, de qualidade que dispensa comentários, que a gente admira muito e será muito bom enfrentá-lo. Espero que a Udinese seja feliz nesses duelos, isso é o que mais importa.

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