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·27 de abril de 2020

Edson Sorriso: conheça a trajetória do locutor conhecido como 'a voz do Pacaembu'

Imagem do artigo:Edson Sorriso: conheça a trajetória do locutor conhecido como 'a voz do Pacaembu'

Inaugurado na década de 1940, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho é um dos palcos com mais história do futebol brasileiro. Mas para quem já foi assistir à alguma partida ao vivo, é impossível falar do estádio sem lembrar de “o seu, o meu, o nosso... Pacaembu”. O dono do famoso bordão é Edson Sorriso, locutor oficial do estádio desde 2011.

O Pacaembu sempre foi conhecido por ter uma voz própria, com locutores que eram conhecidos pelo torcedores. Mas depois do falecimento de Milton Silva Carvalho, o “seu Milton”, foi difícil achar um substituto à altura, até que Sorriso apareceu. Ele foi escolhido de improviso por sua voz marcante já conhecida no mundo do samba e não saiu mais.


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Sua estreia foi em um jogo de futebol feminino da seleção brasileira. Ele trabalhava com a vistoria das instalações do estádio até que, de repente, foi chamado às pressas pelo coordenador do Pacaembu, Aléssio Gamberine, para fazer a locução da partida.

"A vocação na realidade não descobri, aconteceu. Sou compositor, arranho cantar alguma coisa e o diretor do Pacaembu já me conhecia, trabalhamos juntos na subprefeitura do Butantã. E quando surgiu a necessidade de fazer um jogo ele me falou: 'vai e sobe lá'", contou Edson, ao R7.

Então, foi chamado novamente para a partida entre Canadá e Rússia. Ele ficou assustado no começo e teve medo de errar o nome das jogadoras russas. Então, para evitar erros decidiu que não falaria o sobrenome de nenhuma delas.

“Eu subi com receio tremendo de fazer o jogo da Rússia e Canadá. Eu falei ‘Quero ver eu falar esse nomes’. Mas eu nem chegava no sobrenome, parava logo no nome”, brincou em entrevista à Bandnews FM.

Mas o nervosismo nos primeiros jogos passou e, em pouco tempo, ele se soltou nos microfones, criando o bordão mais famoso do Pacaembu. Como, na época, essa era a casa do Corinthians, o locutor ficou famoso entre os torcedores alvinegros. Porém, em 2014, o clube inaugurou a Arena Corinthians e o Pacaembu passou a receber poucas partidas.

A nova Arena do clube do Parque São Jorge foi, inclusive, a grande razão por trás do bordão do locutor. Muitos diziam que o Pacaembu acabaria sem o Corinthians, e Edson quis mostrar que nada vai apagar a história do estádio.

Sempre muito simpático e carismático, ele ganhou seu famoso apelido em 1995, pelos frequentadores da escola de samba paulista Vai-Vai. E mesmo agora que o Pacaembu recebe menos jogos e, com isso, sua renda diminuiu, ele segue esbanjando seu sorriso.

“O brasileiro é resistente a mudanças, mas a vida é isso, uma consequência de mudanças. O Pacaembu não vai perder sua história e pode ganhar algo a mais agregando um novo trabalho neste patrimônio que já existe. Espero sempre coisas favoráveis”, falou à revista IstoÉ.

Desde o fim de janeiro de 2020, o estádio deixou de ser administrado pela Prefeitura de São Paulo e passou para responsabilidade do consórcio Allegra. Mas mesmo com a mudança no comando, Edson seguirá sendo a voz do Pacaembu.

Agora, o Pacaembu abriga um hospital de campanha montado para auxiliar no combate ao novo coronavírus. Com isso, o locutor não pisa em sua segunda casa há quase dois meses, mas fica feliz com o papel do estádio nessa difícil batalha.