É complicado, mas com Filipe Luís dá pra acreditar até no título brasileiro | OneFootball

Impossível negar que o Flamengo tem hoje uma das diretorias mais vanguardistas da história do futebol, um grupo de inovadores e iconoclastas dedicados a quebrar, um por um, todos os paradigmas do esporte bretão.

Você acha que ter um orçamento maior vai te dar vantagem competitiva? Braz e Landim vão te provar que é possível gastar tudo e não ganhar nada. Você acredita que se um técnico vence ele deve ser mantido e se perde ele deve sair?

O Flamengo vai demitir o treinador campeão pra poder contratar o vice. Normalmente se prioriza contratar jogadores para as posições carentes? Não no Flamengo, aqui as contratações são feitas usando uma roleta parecia com a do Bom dia & Cia, a posição que ela cair o clube vai trazer.

➕ ‘Seguindo a minha ideia’: Filipe Luís rasga elogios ao elenco do Flamengo

E o mais novo experimento de Braz e Landim, colocado em prática agora em 2024, foi tentar descobrir quais seriam as chance de título de um time se ele, ao invés de começar a disputar a temporada junto com todos os outros, lá por volta de fevereiro ou março, começasse a levar o ano a sério apenas, não sei, lá por volta de outubro. E para a surpresa de muitos, parece que ainda é sim possível brigar por alguma coisa.

Muito porque Filipe Luís parece ter realmente a capacidade de fazer esse time jogar. Se a boa partida contra o Corinthians no Maracanã poderia ter sido um golpe de sorte na própria casa diante de um adversário que entrou recuado, a vitória contra o Bahia, em Salvador, mostrou mais uma vez um Flamengo dominante, ofensivo, que realiza a marcação alta e não dá paz para o seu adversário.

Bastante também porque Gérson segue sendo não apenas uma referência técnica como também uma liderança no gramado, unindo extrema qualidade com muita disposição e um grande capacidade de organizar o meio de campo, mais ou menos como Léo Ortiz, agora titular, vem fazendo na defesa, que mesmo com um time muito mais ofensivo, se mostra bem menos vazada que na era Tite.

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Vários dos problemas da primeira partida se repetiram, claro. Tivemos algumas panes de marcação e principalmente deixamos muito a desejar nas finalizações, com o grande volume de chances criado não se transformando em gols, com um placar que mais uma vez não traduziu o domínio que o Flamengo exerceu, o que ainda não causou grandes prejuízos, mas com certeza tende a cobrar uma conta cara em algum momento.

Então o que fica da segunda vitória de Filipe Luís em sua segunda partida no comando do Flamengo, além de 3 pontos na tabela, é a sensação de como não poderia ser diferente essa temporada se a equipe rubro-negra tivesse disputado ela desde o começo e não tivesse jogado fora não apenas vários pontos como também uma vaga na semifinal da Libertadores.

Mas como não é possível mudar o passado, só atuar no presente e projetar o futuro, a verdade é que com esse novo Flamengo, não apenas parece estar desaparecendo do horizonte o risco de ficar fora da Libertadores 2025, que havia sido criado por Tite, como estamos vivos na Copa do Brasil e, quem sabe, se fizemos a nossa parte e os astros conspirarem, talvez possamos brigar até mesmo pelo 9º título nacional. É um sonho distante, claro, mas ao menos agora voltamos a sonhar.

João Luis Jr. é jornalista, flamenguista desde criança e já viu desde Walter Minhoca e Anderson Pico até Adriano Imperador e Arrascaeta, com todas as alegrias e traumas correspondentes. Siga João Luis Jr no Medium.

Siga o MRN no BlueSky e no Instagram.Contribua com a independência do nosso trabalho: seja apoiador.