Este navegador não é compatível. Use um navegador diferente ou instale o aplicativo
Um cenário preparado no Beira-Rio. Volta para casa depois de tudo que aconteceu, mais de 33 mil no estádio e jogo diante de um dos piores times do campeonato? Tava na cara que a chance de tragédia era alta.
Mas eu não consigo colocar a culpa nas estrelas. A real é que o Inter só repetiu o que vinha fazendo. Jogou o que vinha jogando. Um futebol que não é suficiente para vencer o Vasco dentro de casa.
E eu respeito toda e qualquer desconto que queiram dar por tudo que vivemos, mas a tabela não tem como colocar esse asterisco.
Agora, nem a torcida está conseguindo aliviar. Coudet foi ofendido por grande parte de quem estava no Beira-Rio. Teve vaias e gritos de “seja mais guerreiro” da arquibancada. Não é a imprensa que tá fazendo o torcedor consumir coisa ruim. É o time que tem feito isso ultimamente.
O grande problema de um jogo como esse é pode facilmente ser manipulado. É uma barbada dizer que o Vasco jogou por uma bola e que o erro individual do Robert Renan atrapalhou tudo porque deu a eles o que os caras queriam. Eu não pretendo ir por essa linha. Afinal, esse é um dos piores times do campeonato (a tabela mostra isso) e que em momento algum o Inter conseguiu apresentar um futebol minimamente condizente com quem prometeu 38 finais.
Por falar nisso, a tabela agora aponta 12 pontos de diferença. Tudo isso e mais nove adversários na frente. Sim, eu sei, tem dois jogos a cumprir ainda, mas primeiro que tem que ganhar essas partidas, segundo que teria que todo mundo despencar de produção para o Inter ir definitivamente chegar no topo. Tá meio óbvio ver que o título no Brasileiro virou um feito tipo os do filme missão impossível.
A real é que todos os problemas desse jogo foram iguais aos de sempre. A estatística vai mostrar 65% de posse de bola colorada. Mas quais foram as chances criadas? Qual foi o domínio no campo adversário? É sempre a mesma coisa. Um jogo que chega a dar sono de tanta troca de passes e pouca jogada vertical, em direção ao gol.
A ironia de ter zagueiros sempre tendo que sair para jogar é que, um zagueiro, o Robert Renan, entrou na lateral (porque o Bernabei parece não existir) e ele é quem erra a saída de bola. Obviamente, eu também gosto de jogador com qualidade de bola, mas a bola parece estar punindo o Inter que só sabe trocar bola naquela zona morta.
Fora isso, ainda tem várias outras ironias. Não tem Aránguiz, mas o Bruno Gomes foi contratado a pedido do treinador porque ele dizia que eram iguais, um dublê do outro, e que iria fazer a mesma função.
Gabriel Carvalho deu o único passe vertical de um meia na temporada e, como prêmio, foi arquivado. A desculpa oficial é não queimá-lo, mas a tabela tá é queimando todo mundo.
O Inter tinha problemas? Sim, o Lucca Drummond teve que ser titular. Só que o Vasco também tinha sete desfalques e completou o elenco com nove que vieram da base. Então, até essa desculpa está invalidada. Fosse Botafogo ou Palmeiras, qualquer um entenderia. Contra o Vasco, não há o que falar.
Enquanto isso, o treinador termina a partida com as mãos no bolso e com pouca reação. E agora? Dessa vez a culpa é de quem?