Durante uma trajetória histórica em Copas, a Croácia nunca duvidou que poderia contar com o confiável Ivan Perisic | OneFootball

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·17 de dezembro de 2022

Durante uma trajetória histórica em Copas, a Croácia nunca duvidou que poderia contar com o confiável Ivan Perisic

Imagem do artigo:Durante uma trajetória histórica em Copas, a Croácia nunca duvidou que poderia contar com o confiável Ivan Perisic

Uma estatística publicada pelo perfil da Opta durante a disputa de terceiro lugar da Copa do Mundo do Catar neste sábado era bem interessante e até surpreendente. Apenas um jogador participou diretamente de mais gols nas últimas três Copas do Mundo do que Ivan Perisic, que chegou a seis tentos e cinco assistências ao dar o passe decisivo para Josko Gvardiol abrir o placar da vitória por 2 a 1 sobre Marrocos – Lionel Messi, com 16. Esse é Perisic. Pau para toda obra, um tanque físico e uma fortaleza mental que nem sempre chama a atenção, mas é absolutamente confiável.

Perisic foi o esteio de experiência de um ataque croata que não fluiu perfeitamente durante a Copa do Mundo. Ficou órfão de companheiros como Mario Mandzukic e Ante Rebic e, aos 33 anos, esteve em campo quase todos os minutos de mais uma longa campanha da vice-campeã mundial de 2018. Foi substituído apenas brevemente contra o Canadá, na segunda rodada da fase de grupos, quando deu duas assistências, e nas oitavas de final contra o Japão, na qual marcou de cabeça o gol decisivo que levou à disputa dos pênaltis.


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Após passar pelas categorias de base do Hadjuk Split, Perisic se destacou em um empréstimo ao KSV Roeselare e acabou ficando no futebol belga, contratado pelo Club Brugge. Era um ponta bastante prolífico, que marcou 35 gols em 89 partidas antes de ser contratado por Jürgen Klopp para o Borussia Dortmund. Ele chegou entre títulos da Bundesliga e teve um papel relativamente importante no segundo, ao participar de 28 rodadas, com quatro gols e três assistências nas últimas oito partidas. No entanto, foi praticamente reserva e começou jogando apenas oito vezes.

A sua situação não foi muito diferente no ano seguinte e ele chegou a reclamar em público que Klopp não lhe dava tempo em campo suficiente e tinha “três ou quatro” jogadores favoritos com os quais discutia os seus planos. Então com a moral no teto, Klopp respondeu com uma bronca pública, dizendo que reclamar à imprensa era infantil e que ele tinha que fechar a boca e trabalhar para entrar no time. Perisic não durou muito tempo no Signal Iduna Park depois disso. Foi vendido ao Wolfsburg em janeiro de 2013.

Se depois elogiou Klopp por lhe ter “ensinado o futebol moderno”, também deve ter desfrutado bastante da vitória que impediu que o técnico se despedisse do Borussia Dortmund com um título, contribuindo com uma assistência na vitória do Wolfsburg por 3 a 1 na final da Copa da Alemanha de 2015. Perisic foi um jogador importante dos Lobos durante dois anos e meio. Ajudou um time que também contava com Kevin de Bruyne a chegar às quartas de final da Liga Europa e ser vice-campeão alemão antes de sair para a Internazionale.

Perisic teve quatro bons anos no norte da Itália, sempre jogando com regularidade e contribuindo com dezenas de gols e assistências, mas sentiu um comichão de tentar voos mais altos em janeiro de 2019, quando começou a aparecer interesse da Premier League. O diretor da Inter, Giuseppe Marotta, chegou a confirmar em público que ele havia pedido para sair naquela janela, diante do interesse do Manchester United e do Arsenal. Acabou ficando e, na temporada seguinte, retornou à Bundesliga para defender o Bayern de Munique. Foi praticamente um reserva.

Quando retornou à Internazionale, foi abraçado por Antonio Conte, que havia sancionado seu empréstimo aos bávaros. Sinal da sua qualidade é que um técnico tão particular (ou chato) quanto Conte passou a considerá-lo um jogador de confiança, deslocado à ala esquerda durante a conquista do Campeonato Italiano em 2020/21. Quando teve a oportunidade, Conte também o levou para o Tottenham para ter uma peça de fundação experiente e vitoriosa no trabalho que tenta fazer à frente dos Spurs.

Enquanto tudo isso acontecia, Perisic nunca deixou de defender a seleção croata, desde que estreou em 2011, contra a Georgia. Foi titular em três Copas do Mundo e começou a colecionar seus números incríveis no Brasil, com gol e assistência na goleada sobre Camarões e um tento diante do México. Aquela campanha, porém, não foi longa. A Croácia caiu no grupo dos anfitriões e perdeu a abertura do Mundial. Bateu os africanos, mas perdeu o confronto direto com o México pela segunda vaga nas oitavas de final.

A grande campanha, naturalmente, seria na Rússia, quatro anos depois. Perisic foi decisivo, com um gol aos 45 minutos do segundo tempo para bater a Islândia na terceira partida da fase de grupos, e principalmente na semifinal contra a Inglaterra, quando empatou, ainda no tempo regulamentar, e depois ajeitou de cabeça para Mandzukic colocar a Croácia em sua primeira final de Copa do Mundo. Chegou a dar alguma esperança ao seu povo em Moscou com o gol de empate, aos 28 minutos, antes de a França deslanchar para vencer por 4 a 2.

No Catar, manteve a sua importância em um ataque que foi bastante modificado por Zlatko Dalic, que sofreu para encontrar a formação ideal. Teve Andrej Kramaric por dentro, com Nikola Vlasic ou Mario Pasalic pela direita, ou Kramaric aberto para a entrada de um centroavante, entre Marko Livaja e Bruno Petkovic. Nada deu muito certo, mas uma dúvida que Dalic nunca teve era sobre o lado esquerdo. Ali, ele sabia que sempre poderia contar com Perisic, que se destaca também pela determinação em um time que tem uma parte mental tão forte e foi um dos principais nomes de uma trajetória histórica da Croácia em duas Copas do Mundo.

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