Dunga: “Baggio era um brasileiro disfarçado de italiano. Ele se divertia com a bola” | OneFootball

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Trivela

·29 de março de 2023

Dunga: “Baggio era um brasileiro disfarçado de italiano. Ele se divertia com a bola”

Imagem do artigo:Dunga: “Baggio era um brasileiro disfarçado de italiano. Ele se divertia com a bola”

Um dos momentos mais marcantes do futebol brasileiro é a final da Copa do Mundo de 1994. E, por isso, um personagem marcante é Roberto Baggio. O “Divin Codino”, ou “rabo de cavalo divino” foi um dos grandes nomes do futebol italiano nos anos 1990, com uma carreira recheada de golaços, títulos e grandes atuações. Aquela Copa de 1994 é mesmo uma delas. Ele levou a Itália à final, mas acabou perdendo o pênalti na decisão. Dunga foi o capitão do Brasil e fez uma grande Copa. Em entrevista à Gazzetta dello Sport, o ex-jogador comentou sobre seleção brasileira e elogiou o seu ex-colega de clube, Roberto Baggio.

O ex-capitão da seleção brasileira, que foi técnico do time por duas vezes, foi perguntado sobre a possível contratação de Carlo Ancelotti para o cargo. “Eu não sei se será ele. Certamente é um técnico muito competente e que conquistou títulos em todos os lugares. Milan, Chelsea, Paris e Munique”, afirmou o ex-jogador.


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“Real Madrid quase parecia acabado quando ele chegou, mas ele regenerou o ambiente. Ele sabe como lidar com os jogadores e está acostumado a trabalhar com os brasileiros”, continuou o meio-campista, que ressaltou que ele não sabe quem será o técnico e nem na CBF sabem. “Eles não sabem nem na federação. Imagine se eu sei! Eles parecem bem estressados, não tomaram uma direção ainda”.

A decisão sobre o novo técnico vai ser tomada por só uma pessoa: o presidente Ednaldo Rodrigues. O presidente da CBF personalizou a escolha e já se sabe, dentro da instituição, que quem tomará a decisão será ele, independente do que outras pessoas lá dentro acham, pensam ou expressam. Não que o presidente não tenha ouvido o que outros falaram sobre o assunto, mas a decisão será dele, sozinho. E ele já confirmou que Carlo Ancelotti é o nome preferido.

Dunga foi o capitão da conquista da Copa do Mundo de 1994 pelo Brasil, quando a seleção brasileira derrotou a Itália, comandada por Arrigo Sacchi, na final. O técnico italiano é muito elogiado por ter trazido muitas inovações ao jogo, mas Dunga fez questão de lembrar de brasileiros.

“Nossa estrela em 1994 era Romário. Ele entendeu que que tinha que permanecer conectado com o time. Aconteceu o mesmo com Pelé, Garrincha e mesmo Ronaldo em 2002”, disse Dunga. “Sacchi era um técnico importante, mas quem lembra de Zagallo? Durante a Copa do Mundo em 1970, ele jogou com cinco camisas 10 no ataque. Era impossível pensar nisso. Guardiola fez o mesmo e todo mundo elogiou, mas Zagallo já tinha feito isso em 1970”.

A final da Copa do Mundo de 1994 foi decidida nos pênaltis e a cobrança perdida por Roberto Baggio acabou ficando famosa. Os dois chegaram a jogar juntos na Fiorentina. “Baggio era um brasileiro disfarçado de italiano”, afirmou Dunga. “Ele se divertia com a bola. Ele estava realmente feliz quando estava em campo. No fim dos treinos, ele, Stefano Borgonovo e eu treinávamos cobranças de falta e voleios”, contou o ex-jogador da seleção.

Dunga jogou na Fiorentina de 1988 a 1992, enquanto Roberto Baggio esteve no clube de 1985 a 1990. Dunga deixou a equipe em 1992 por uma desavença com o então presidente, Vittorio Cecchi Gori.

“Eu estava em bons termos com o seu pai, Mario, mas infelizmente seu filho chegou e as coisas mudaram”, afirmou Dunga. “Os diretores do clube me convidaram para um jantar e disseram que eu seria o capitão, mas que teria que dizer a eles o que acontecia no vestiário. Eu respondi que eu não era a pessoa certa parta fazer isso, mas eu cometi um grande erro. Eu revelei o que aconteceu aos meus companheiros e, depois de dois meses, o presidente foi informado e me deixou fora do time”.

Dunga deixaria aa Fiorentina para jogar pelo Pescara na temporada 1992/93, antes de se transferir para a Alemanha, onde defendeu o Stuttgart por duas temporadas, de 1993 a 1995. Jogou ainda no Jubilo Iwata de 1995 a 1998 e encerrou a carreira atuando pelo Internacional, clube que o revelou, em 1980. Jogou em 1999 e 2000 pelo clube de Porto Alegre e deixou a carreira.

Em 2006, seis anos depois de se aposentar, Dunga assumiu como técnico da seleção brasileira, o seu primeiro trabalho na função. Ele chegou até a Copa do Mundo de 2010, depois de conquistar a Copa América de 2007. Perdeu nas quartas de final para a Holanda. Ele teve uma curta passagem pelo Internacional como técnico, em 2012 e 2013, antes de retornar ao cargo de técnico da seleção brasileira em 2014. Ficou até 2016, quando foi eliminado na Copa América Centenário ainda na fase de grupos.

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