Trivela
·23 de fevereiro de 2022
Duas semanas após a conquista da CAN, Senegal inaugura um moderno estádio para servir de casa à seleção

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·23 de fevereiro de 2022
A conquista de Senegal na Copa Africana de Nações teve uma grande representatividade ao país. E um novo passo nesse momento de renovação aconteceu nesta semana, quando os senegaleses também inauguraram um moderno estádio para servir de casa à seleção. O chamado Estádio Abdoulaye Wade fica na região metropolitana de Dacar e possui capacidade para 50 mil espectadores. Deverá abrigar, a partir de agora, os principais compromissos dos Leões da Teranga nas Eliminatórias da Copa e da CAN – inclusive o duelo decisivo contra o Egito, pelo Mundial do Catar. Por sua estrutura moderna, a praça esportiva também tem condições de concentrar jogos em campo neutro entre as seleções do continente – alguns deles antes levados para a Ásia.
A inauguração do Estádio Abdoulaye Wade aconteceu nesta terça-feira, com uma partida comemorativa envolvendo veteranos. Uma das equipes reunia estrelas da seleção de Senegal que chegou às quartas de final da Copa do Mundo de 2002, incluindo o técnico Aliou Cissé. Do outro lado, uma equipe de lendas africanas reunia craques do calibre de Samuel Eto’o, Didier Drogba, Yaya Touré, Kalusha Bwalya, Mustapha Hadji, Asamoah Gyan, Lucas Radebe, Nwankwo Kanu e Jay-Jay Okocha. George Weah esteve presente, mas como presidente da Libéria. As duas equipes empataram por 1 a 1. Khalilou Fadiga, camisa 10 de Senegal em 2002, anotou um belo gol de fora da área para estrear as redes e Okocha empatou às lendas.
O nome do estádio homenageia Abdoulaye Wade, presidente de Senegal de 2000 a 2012. O local também terá um museu do futebol, que levará o nome de Papa Bouba Diop. O ex-volante era uma das figuras principais da seleção de 2002, inclusive anotando o gol da vitória contra a França na abertura da Copa do Mundo. O veterano faleceu em novembro de 2002, aos 42 anos, em decorrência das complicações de uma esclerose lateral amiotrófica. O gol marcado por Fadiga na partida inaugural do estádio também contou com uma comemoração em homenagem a Bouba Diop.
A ocasião ainda possibilitou homenagens à família de Bouba Diop, bem como às de Bruno Metsu (treinador de Senegal na Copa de 2002) e de Jules Bocandé (considerado o melhor jogador do país no Século XX), outros dois personagens históricos já falecidos. Além disso, a taça da Copa Africana de Nações seria exibida e erguida por Krépin Diatta, nome importante da seleção que se ausentou da CAN 2022 por lesão.
(SEYLLOU/AFP via Getty Images)
Vale pontuar que a inauguração do novo estádio contou com um grande ato político, no qual não estavam presentes apenas o presidente senegalês Macky Sall ou dirigentes como Gianni Infantino e Patrice Motsepe. O evento contou com a participação de Recep Tayyip Erdogan, o presidente autoritário da Turquia, que inclusive deu o pontapé inicial ao lado de Macky Sall. A construção do estádio contou com apoio direto do governo turco. A inauguração de arenas esportivas na África é uma ferramenta recorrente de influência política no continente, algo que ocorre com mais frequência desde o início do século, em especial com injeção financeira do governo da China. O esporte também está sendo instrumentalizado neste caso.
O Estádio Abdoulaye Wade custou US$270 milhões e teve suas obras realizadas por uma companhia turca de construção. A conclusão aconteceu em 18 meses. Nas últimas duas décadas, o investimento do governo turco em países africanos chegou a US$6,5 bilhões, com a construção de obras de infraestrutura em diferentes países. Em meio à visita, Erdogan assinou um acordo militar com Senegal e abriu uma nova embaixada no país.
A primeira grande partida do novo estádio acontecerá no final de março, com o duelo decisivo pelas Eliminatórias. Senegal e Egito se enfrentam primeiro no Cairo, antes que o reencontro ocorra em Dacar. Apenas o vencedor do confronto, que reedita a final da última Copa Africana de Nações, se classificará à próxima Copa do Mundo.
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