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·29 de maio de 2024

Dose dupla: a Fiorentina perdeu a Conference League para o Olympiacos por erro no final

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Três finais, três vices: este é o saldo do trabalho de Vincenzo Italiano no comando da Fiorentina. O treinador levou a equipe da Toscana para sua segunda decisão consecutiva da Conference League em 2023-24 e mostrou que não aprendeu muita coisa com a amarga derrota para o West Ham, no ano passado. Em mais uma falha defensiva de seu time, que custou a evoluir com os erros efetuados em momentos cruciais, viu o título escapar nos minutos finais da prorrogação com o Olympiacos e, após a derrota por 1 a 0 para os alvirrubros de Pireu, encerrará sua passagem por Florença sem troféus e com fama de Professor Pardal.

Atenas, capital da Grécia, foi o palco da final da Conference League. O estádio Agia Sophia, do AEK, recebeu o time do Olympiacos, grande rival aurinegro, que jogava a decisão em seu país e tinha a oportunidade de ser o primeiro clube grego campeão de um torneio da Uefa – o que viria a acontecer.


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Do outro lado, a Fiorentina entrava em campo para dar fim ao jejum de mais de duas décadas sem títulos e encerrar o tabu de mais de 60 anos sem conquistas europeias – e claro, pela memória do diretor-geral Joe Barone, morto durante a temporada. Embaixador da final, o ex-zagueiro Traianos Dellas, que passou por Perugia e Roma, levou a taça para o gramado e acendeu nos torcedores violetas, em menor número no estádio ateniense, a chama da esperança por um desfecho mais doce do que o da decisão anterior, realizada em Praga.

Time mais vitorioso da Grécia, o Olympiacos passou pelo Aston Villa nas semifinais da Conference League e se converteu como segundo representante grego numa decisão europeia, repetindo o Panathinaikos de 1971, que foi vice da Copa dos Campeões, frente ao Ajax de Rinus Michels, Ruud Krol e Johan Cruyff. No seu banco de reservas sentava um técnico experiente e que havia levado a melhor sobre uma equipe italiana em 2023: o espanhol José Luis Mendilibar, que levou o Sevilla ao título da Liga Europa frente à Roma. Para o jogo decisivo de Atenas, o treinador repetiu o time que vem usando na competição. Ortega, lesionado na volta contra os Villains, retomou o seu posto na lateral esquerda.

Por sua vez, Italiano fez mudanças no time que enfrentou o Club Brugge na volta das semifinais. Uma, na verdade. O técnico optou por uma formação mais conservadora, sacando Beltrán, que vinha jogando como trequartista, e deu a função a Bonaventura, autor do gol violeta na última final da Conference League, contra o West Ham. Seu time, no habitual 4-2-3-1, espelhava a formação adversária.

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Três finais e nenhum título, com derrotas em sua conta: Italiano deixará a Fiorentina com má fama de Professor Pardal (Getty)

Embalado por sua torcida, em maioria no estádio, o Olympiacos logo assustou. Aos 4 minutos, Daniel Podence saiu carregando, centralizou a jogada e finalizou fraquinho, mas no canto: Terracciano saltou e cedeu o escanteio. A Fiorentina respondeu imediatamente, em contragolpe puxado por Kouamé, no corte do tiro de canto. Após a inversão de lado feita pelo marfinense, González ciscou para cima da marcação e tentou reencontrar o colega, que furou. Belotti pegou a sobra e chutou para fora.

Aos 10 minutos, a Fiorentina chegou a balançar as redes num lance bem esquisito. Após cobrança ensaiada de escanteio, Biraghi cruzou rasteiro e fraquinho, buscando Milenkovic, só que o zagueiro foi derrubado na área e a bola entrou mansamente na casinha. Entretanto, a jogada não foi resultou em pênalti ou gol: a arbitragem comandada pelo português Artur Soares Dias pegou o impedimento do sérvio.

Na casa dos 21 minutos, a Fiorentina ficou muito perto do gol outra vez. De cara para o crime, Bonaventura teve a chance de abrir o placar após dominar sobra de cruzamento, mas bateu fraquinho e parou na fácil defesa do goleiro Tzolakis. Em seguida, Jack teve nova oportunidade e, atrapalhado por um passe muito longo, não conseguiu superar o arqueiro.

O ritmo da partida foi caindo conforme o passar do tempo, embora a Fiorentina seguisse melhor – este panorama permaneceu até o fim do tempo normal. Numa rara oportunidade clara, na casa dos 69 minutos, Nzola e Dodô armaram boa jogada e o brasileiro deixou Kouamé em ótimas condições de finalizar. Entretanto, o marfinense bateu mascado e Tzolakis acabou cedendo escanteio.

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O artilheiro El Kaabi estava sumido, mas contou com erro geral da defesa da Fiorentina para definir o jogo para os gregos (Getty)

O Olympiacos, que teve a primeira boa oportunidade da decisão muito tempo antes, no seu comecinho, só voltaria a ameaçar a Fiorentina aos 80 minutos, numa cobrança de falta que encontrou Iborra. O espanhol emendou uma cabeçada, que saiu à direita da baliza gigliata. Novamente através da bola parada, os gregos tentaram acionar o apagado artilheiro El Kaabi na casa dos 84, mas o marroquino só conseguiu raspar a pelota.

A ineficácia dos dois times levou a final para a prorrogação e o Olympiacos começou o tempo extra numa rotação superior à da Fiorentina. Primeiro, reclamou por um pênalti por toque no braço de Martínez Quarta, mas o membro superior do argentino estava junto ao corpo. Em seguida, aos 95, Jovetic – saído do banco – quase acionou a lei do ex ao tentar finalizar no canto. Terracciano fez uma boa defesa.

No desespero, Italiano montou uma esquisita combinação entre 4-3-3 e 3-5-2 no segundo tempo da prorrogação, mantendo Beltrán muito aberto na esquerda e Nzola e Ikoné no comando do ataque, além de Ranieri na zaga – nisso, sacou González e Biraghi, líderes do elenco e nomes valiosos para eventuais penalidades. Aos 116 minutos, a invenção do técnico custou caro.

Desfigurada e desordenada, a Fiorentina não matou o ataque do Olympiacos e a bola chegou para Hezze, no flanco canhoto. O argentino Martínez Quarta saiu da área, mas não diminuiu o espaço do compatriota, que levantou a pelota em direção ao apagado El Kaabi: Milenkovic deixou passar e o artilheiro marroquino se antecipou a Ranieri para cabecear para as redes e decidir o confronto, com seu 11º gol na Conference League. Sem ímpeto, a desarrumada Fiorentina não teve como reagir.

Ao apito final, emergiu a desolação de quem viu o filme se repetir. Imatura e embalada por um trabalho que recebeu mais elogios do que deveria, pelo que demonstrou – ou não – em campo, a Fiorentina perdeu mais uma decisão europeia porque não soube se defender nos minutos finais. Em 2024-25, jogará novamente a Conference League, já que ficou na oitava posição da Serie A e, devido à derrota, deixou o pobre Torino, que sonhava com o título gigliato para herdar a vaga, de mãos abanando. Em sua terceira disputa do torneio, dessa vez sem Italiano, que não permanecerá em Florença, espera um desfecho melhor. E sem invenções.

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