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·10 de outubro de 2020
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O mercado de transferências sofreu uma retração considerável na Bundesliga nesta temporada. De €746 milhões investidos em contratações pelos clubes da primeira divisão em 2019/20, este montante caiu para apenas €322 milhões na atual janela. Muitos clubes em crise não conseguiram se reforçar o necessário por conta das limitações econômicas geradas pela pandemia. Mas as transações aconteceram, mesmo que em menor volume, necessitando de mais inteligência e esmero dos dirigentes nas tratativas.
Abaixo, ranqueamos os mercados dos 18 clubes da Bundesliga. Consideramos as contratações, as perdas e também o montante de dinheiro investido – ainda que, neste último quesito, a maioria das equipes se manteve contida. Confira as análises, time a time:
Compras: €62 milhões Principais chegadas: Leroy Sané (Manchester City), Marc Roca (Espanyol), Bouna Sarr (Olympique de Marseille), Alexander Nübel (Schalke 04), Tanguy Nianzou (PSG), Eric Maxim Choupo-Moting (PSG), Douglas Costa (Juventus)
Vendas: €22 milhões Principais saídas: Thiago Alcântara (Liverpool), Sven Ulreich (Hamburgo), Michaël Cuisance (Olympique de Marseille), Ivan Perisic (Internazionale), Philippe Coutinho (Barcelona), Álvaro Odriozola (Real Madrid)
O Bayern de Munique teve consciência de que, mesmo com o desempenho devastador em 2019/20, dava para melhorar o elenco. A contratação de Leroy Sané era um sonho de consumo antigo e estava alinhada há tempos. Foi o grande acréscimo aos atuais campeões europeus, pensando na melhora da equipe titular. Apesar disso, neste início de temporada, os bávaros deram indícios de que o plantel estava um pouco curto e que alguns novos reservas mais tarimbados seriam interessantes para evitar a pressão sobre os garotos que sobem da base. Assim, o fechamento de mercado reservou quatro novas peças que permitem acreditar que os alvirrubros manterão o fôlego nos próximos meses.
Bouna Sarr é o lateral direito reserva que o time precisava; Marc Roca possui uma boa margem de progressão no meio e chegou até mais barato que seu valor de mercado, após o rebaixamento com o Espanyol; Douglas Costa dispensa apresentações e, se saudável, certamente jogará com frequência; apenas Eric Maxim Choupo-Moting não inspira tanta confiança, mas será um substituto para Robert Lewandowski que não causará problemas no banco e também aliviará a barra a Joshua Zirkzee. Some-se ainda a vinda dos promissores Alexander Nübel e Tanguy Nianzou de graça, e fica muito claro como os €62 milhões investidos saíram bastante em conta.
Dentre as perdas, a única impossível de suplantar é a de Thiago Alcântara. Porém, diante da vontade do jogador, o Bayern estava de mãos atadas. É uma referência que tende a fazer mais falta nos grandes jogos. Os empréstimos de Ivan Perisic, Álvaro Odriozola e Philippe Coutinho não foram renovados, mas a reposição sai bem melhor que a encomenda. Além disso, Sven Ulreich se juntou ao Hamburgo ao deixar de ser reserva imediato de Manuel Neuer. Nada que seja grande problema. Por fim, o Bayern ainda aproveitou para emprestar jovens promissores, com menção principal à cessão de Michaël Cuisance ao Olympique de Marseille.
Compras: €33,5 milhões Principais chegadas: Jhon Córdoba (Colônia), Alexander Schwolow (Freiburg), Omar Alderete (Basel), Deyovaisio Zeefuik (Groningen), Matteo Guendouzi (Arsenal), Lucas Tousart (Lyon)
Vendas: €10,3 milhões Principais saídas: Ondrej Duda (Colônia), Karim Rekik (Sevilla), Arne Maier (Arminia Bielefeld), Vedad Ibisevic (Schalke), Per Ciljan Skjelbred (Rosenborg), Salomon Kalou (Botafogo), Thomas Kraft (aposentado), Marko Grujic (Liverpool)
Midiaticamente, o mercado do Hertha Berlim foi mais comedido do que em janeiro. Mesmo assim, com dinheiro em caixa, o clube não deixou de investir e de melhorar diferentes setores com suas contratações. Uma questão é se a qualidade das opções à disposição irá resultar em uma melhora de desempenho tão abrupta nesta temporada. Mas não há muitas dúvidas de que a Velha Senhora dispõe de um elenco mais completo para que Bruno Labbadia colha os frutos, até pelos outros jogadores que se adaptam à capital.
Schwolow é um dos melhores goleiros da Bundesliga nas últimas temporadas, embora não tenha começado bem. Omar Alderete e Deyovaisio Zeefuik ampliam as alternativas na defesa, ambos jovens e promissores. O meio-campo precisa ganhar consistência e terá não apenas a chegada de Lucas Tousart, que permaneceu no Lyon após a compra em janeiro, mas também o empréstimo de Matteo Guendouzi para recuperar seu prestígio. Já na frente, Jhon Córdoba não demorou a provar o seu valor, com dois gols anotados na liga.
E não é que as perdas sejam tão sentidas, apesar da representatividade de alguns nomes. O Hertha preferiu abrir mão de boa parte dos jogadores mais experientes de seu elenco, mesmo aqueles com história no clube, para acelerar a montagem dessa nova equipe. O caminho é muito nebuloso para dizer que os berlinenses estão certos. Mas, a princípio, as decisões tomadas até o momento fazem sentido àquilo que a diretoria coloca como ambição – o que não significa que a execução dos planos seja perfeita, dentro do campo ou fora dele.
Compras: €33 milhões Principais chegadas: Alexander Sörloth (Crystal Palace), Hwang Hee-chan (Red Bull Salzburg), Josep Martínez (Las Palmas), Justin Kluivert (Roma), Benjamin Henrichs (Monaco)
Vendas: €56,5 milhões Principais saídas: Timo Werner (Chelsea), Ademola Lookman (Fulham), Hannes Wolf (Gladbach), Jean-Kévin Augustin (Nantes), Yvon Mvogo (PSV), Ethan Ampadu (Chelsea), Patrik Schick (Roma)
O RB Leipzig perdeu o seu melhor jogador e, por isso, a avaliação poderia ser negativa. Porém, ponderando as circunstâncias, o mercado dos Touros Vermelhos é muito bom. A Red Bull sabia que Timo Werner sairia o mais cedo possível e até deixou de perder dinheiro, quando renovou o contrato do atacante na temporada passada. O valor de venda pode ter se reduzido por conta da pandemia, mas ainda assim resultou na segunda maior negociação para fora da Bundesliga e deixou um caixa positivo. Para o lugar, Julian Nagelsmann ganhou duas apostas interessantes com características distintas, além de ver preservados outros destaques – como Dayot Upamecano.
Alexander Sörloth, pelo que jogou no Trabzonspor na última temporada, chega para ser referência no ataque. É um jogador que combina capacidade física e excelente finalização, além de possuir sua dose de habilidade para romper defesas. O fim do empréstimo de Patrik Schick não deve ser sentido. Enquanto isso, Hwang Hee-chan é um atleta rápido e incisivo para cumprir o papel de Werner na linha de frente. O remanejamento dentro das equipes da Red Bull também facilita a economia em Leipzig, com um jogador que vem amadurecendo nos últimos tempos e se destacou na Champions passada.
O Leipzig também parece o ambiente perfeito para recuperar o futebol de Justin Kluivert, perdido nos tempos da Roma, assim como o de Benjamin Henrichs, que não progrediu tudo o que poderia ao deixar o Bayer Leverkusen. São jogadores que arredondam o elenco dos Touros Vermelhos. Nas demais perdas, a diretoria abriu mão de alguns jogadores sem espaço, embora os empréstimos permitam que voltem no futuro para gerar seus frutos – casos principais de Ademola Lookman e Hannes Wolf. Com boas cartas na mão, a Red Bull confia muito mais na continuidade do trabalho de Nagelsmann para manter a ascensão.
Compras: €1,5milhões Principais chegadas: Marius Bülter (Magdeburg), Robin Knoche (Wolfsburg), Sebastian Griesbeck (Heidenheim), Niko Giesselmann (Fortuna Düsseldorf), Andreas Luthe (Augsburg), Loris Karius (Liverpool), Taiwo Awoniyi (Liverpool), Joel Pohjanpalo (Bayer Leverkusen), Nico Schlotterbeck (Freiburg), Keita Endo (Yokohama F. Marinos), Max Kruse (sem clube)
Vendas: €6,5 milhões Principais saídas: Sebastian Andersson (Colônia), Rafal Gikiewicz (Augsburg), Sebastian Polter (Fortuna Sittard), Felix Kroos (Eintracht Braunschweig), Neven Subotic (Denizlispor), Suleiman Abdullahi (Eintracht Braunschweig), Keven Schlotterbeck (Freiburg), Yunus Malli (Wolfsburg)
Do ponto de vista das contratações, o mercado do Union Berlim foi excepcional. O clube gastou pouquíssimo, e apenas para assegurar a permanência de Marius Bülter, um nome importante na temporada passada. Enquanto isso, entre adições sem custos e empréstimos, os Eisernen reforçaram todos os setores da equipe. O problema é que algumas perdas foram significativas demais. Sebastian Andersson garantiu pontos importantes à permanência da equipe e foi uma arma essencial no jogo aéreo, mas rumou ao Colônia. Já Rafal Gikiewicz não renovou seu contrato e, mesmo sendo um símbolo da ascensão recente em Berlim Oriental, o goleiro preferiu fazer as malas ao Augsburg.
O Union, então, buscou Max Kruse para cessar os seus lamentos. O atacante estava sem clube e tinha propostas de equipes mais tradicionais, mas o clube da capital conseguiu convencê-lo. Por seu talento e por seu histórico na Bundesliga, foi um dos melhores acertos da janela. Os Eisernen também pinçaram Robin Knoche no Wolfsburg, um excelente reforço gratuito à defesa, assim como olhou a equipes mais modestas para trazer sem contrato Sebastian Griesbeck e Niko Giesselmann.
Andreas Luthe é o novo goleiro titular, justamente após deixar o Augsburg, mas o Union resolveu dar uma chance à recuperação de Loris Karius. Do Liverpool, também por empréstimo, veio o jovem Taiwo Awoniyi. E o time já começa desfrutar das cessões de Joel Pohjanpalo, Nico Schlotterbeck e Keita Endo, que ganham minutos com o técnico Urs Fischer. Vai ser muito difícil aos berlinenses repetirem o desempenho da última temporada e o medo do descenso é natural. Contudo, dentro de uma realidade pandêmica, a diretoria pareceu fazer o máximo ao seu alcance para garantir o clube por mais um ano na elite.
Compras: €48 milhões Principais chegadas: Emre Can (Juventus), Jude Bellingham (Birmingham), Thomas Meunier (PSG), Reinier (Real Madrid), Felix Passlack (Fortuna Sittard)
Vendas: €5,5 milhões Principais saídas: Ömer Toprak (Werder Bremen), Leonardo Balerdi (Olympique de Marseille), Mario Götze (PSV), André Schürrle (aposentado), Achraf Hakimi (Real Madrid)
O Borussia Dortmund apertou os cintos no mercado de transferências e preferiu preservar os destaques da temporada passada, até porque já tinha feito adições importantes em janeiro – sobretudo pela contratação de Erling Braut Haaland. Neste sentido, o principal “negócio” dos aurinegros ao longo da atual janela foi resistir às investidas do Manchester United e segurar Jadon Sancho por mais um ano. Sem que os Red Devils atingissem os €120 milhões pedidos pelo BVB, a diretoria não aceitou ceder o seu talento e mantém um dos melhores jogadores da Bundesliga.
O único titular perdido pelo Borussia Dortmund foi Achraf Hakimi, que voltou ao Real Madrid depois de duas temporadas emprestado. E não que os aurinegros tenham feito um mau negócio, apesar da importância do marroquino. Pelo contrário, foram muito bem ao buscar Thomas Meunier sem custos no Paris Saint-Germain. Ganham um jogador mais experiente e mais equilibrado, embora sem a mesma verve ofensiva. A diretoria também finalizou a compra em definitivo de Emre Can, outra peça central ao sistema defensivo, após o empréstimo na metade final da temporada passada.
Dito isso, os investimentos foram tímidos. Jude Bellingham foi uma aposta alta que começa a se pagar, logo demonstrando como pode tomar conta do meio-campo. O empréstimo de Reinier é interessante, embora o brasileiro deva desfrutar de menos minutos como titular. Mas há posições que permanecem carentes e que não ganharam a devida atenção, sobretudo o gol e o miolo da zaga. De positivo, ainda vale mencionar a saída de medalhões que não entregavam mais o suficiente, como Mario Götze e André Schürrle. De qualquer maneira, faltou mais agressividade para o Dortmund levar a crer que pode evoluir nesta campanha. Suas perspectivas vêm mais pela ascensão dos jovens jogadores do que propriamente pelos reforços.
Compras: €10,3 milhões Principais chegadas: Felix Uduokhai (Wolfsburg), Robert Gumny (Lech Poznan), Rafal Gikiewicz (Union Berlim), Tobias Strobl (Gladbach), Daniel Caligiuri (Schalke), Mads Pedersen (Zurique), Michael Gregoritsch (Schalke)
Vendas: €8,6 milhões Principais saídas: Philipp Max (PSV), Kevin Danso (Fortuna Düsseldorf), Andreas Luthe (Union Berlim), Sergio Córdova (Arminia Bielefeld), Daniel Baier (aposentado), Stephan Lichtsteiner (aposentado), Tin Jedvaj (Leverkusen)
O Augsburg é um clube que normalmente adota uma postura mais agressiva no mercado de transferências. Isso não significa necessariamente uma gastança desenfreada. Na atual janela, os bávaros nem precisaram de muito investimento para um saldo positivo. O maior gasto veio com a permanência de Felix Uduokhai, zagueiro que já estava emprestado. No mais, contrataram alguns jovens em ligas secundárias na Europa. De qualquer maneira, o mérito veio com os jogadores em fim de contrato que acertaram com a equipe.
O Augsburg ganhou um dos melhores goleiros da Bundesliga ao levar Rafal Gikiewicz no fim de seu vínculo com o Union Berlim, ao mesmo tempo que assegurou os serviços de Tobias Strobl e Daniel Caligiuri, dois jogadores experientes na liga e com histórico em clubes tradicionais. Caligiuri, por sinal, não demorou para apresentar a sua utilidade a um clube que iniciou sua campanha superando as expectativas. E, entre os que chegaram, voltam ainda jogadores emprestados que seguem com espaço, como o próprio Michael Gregoritsch. A avaliação dos bávaros só não é melhor pelas perdas. Philipp Max era um dos melhores do time, assim como a aposentadoria do capitão Daniel Baier tem grande significado, mesmo sem a preponderância de outrora.
Compras: €3 milhões Principais chegadas: Mijat Gacinovic (Eintracht Frankfurt), Ryan Sessegnon (Tottenham), Sebastian Rudy (Schalke 04), Klauss (LASK Linz), Kasim Adams (Fortuna Düsseldorf), Kevin Vogt (Werder Bremen)
Vendas: €14 milhões Principais saídas: Leonardo Bittencourt (Werder Bremen), Gregor Kobel (Stuttgart), Steven Zuber (Eintracht Frankfurt)
O grande reforço do Hoffenheim está no banco de reservas, com a contratação do promissor Sebastian Hoeness para ser o novo técnico, após conquistar a terceira divisão com o Bayern II. E mesmo com uma janela de transferências mais comedida, o Hoffe se mostrou perspicaz em suas ações. As contratações são pontuais, mas elevam a qualidade da equipe, ao mesmo tempo que o clube se aproveitou de outras situações favoráveis. Jogadores como Kasim Adams e Kevin Vogt retornam de empréstimo, para ampliarem o plantel. Ao mesmo tempo, Leonardo Bittencourt e Gregor Kobel estavam fora dos planos e ajudaram com caixa.
Até o fechamento da janela, apenas Mijat Gacinovic tinha chegado. Nome importante nos sucessos recentes do Eintracht Frankfurt, o meia veio numa transação que envolveu a saída de Steven Zuber às Águias. Já no último dia de negociações, o Hoffenheim adicionou duas novas peças que auxiliam em meio à maratona de jogos na Liga Europa. Sebastian Rudy é velho conhecido no clube e teve seu empréstimo junto ao Schalke renovado por mais um ano, após até jogar pelos Azuis Reais no início da Bundesliga. Ryan Sessegnon, por sua vez, é uma excelente promessa que andava encostada no Tottenham e poderá recuperar seu prestígio no empréstimo à Alemanha. Os alviazuis foram contidos, mas cirúrgicos.
Compras: €11,2 milhões Principais chegadas: Waldemar Anton (Hannover), Gregor Kobel (Hoffenheim), Wataru Endo (St. Truiden), Pascal Stenzel (Freiburg), Konstantinos Mavropanos (Arsenal), Naouirou Ahamada (Juventus Sub-23), Erik Thommy (Fortuna Düsselforf)
Vendas: €7,5 milhões Principais saídas: Anastasios Donis (Stade de Reims), Chadrac Akolo (Amiens), Pablo Maffeo (Hueca), Mario Gómez (aposentado), Holger Badstuber (Stuttgart II)
O Stuttgart gastou na janela de transferências principalmente para assegurar quem vinha dando certo. Grande parte do montante investido se concentra em jogadores que disputaram a última edição da segunda divisão, com a compra definitiva assegurada pelos suábios após empréstimo. O goleiro Gregor Kobel, o lateral Pascal Stenzel e o volante Wataru Endo entram nesse pacote. Já o reforço mais caro foi o zagueiro Waldemar Anton, que retorna à primeira divisão, depois de permanecer como destaque no Hannover 96.
O Stuttgart ainda olhou aos empréstimos de jogadores jovens como Konstantinos Mavropanos e Naouirou Ahamada, que ganharão minutos em campo na Mercedes-Benz Arena. O clube tende a investir bastante em jovens na atual campanha, com vários garotos da base utilizados nestas primeiras rodadas da Bundesliga. E os alvirrubros merecem elogios também por não sofrerem perdas significativas além da aposentadoria de Mario Gómez. O dinheiro das vendas foi garantido por jogadores que estavam em outras agremiações por empréstimo e saíram definitivamente. E se havia o temor de que Nicolás González fosse vendido, diante da vontade do próprio atacante, ele ainda garantirá gols por mais alguns meses à equipe.
Compras: €0,5 milhões Principais chegadas: Arne Meier (Hertha Berlim), Ritsu Doan (PSV), Mike van der Hoorn (Swansea), Noel Niemann (Munique 1860), Nathan de Medina (Mouscron), Jacob Barrett Laursen (Odense), Sergio Córdova (Augsburg)
Vendas: €0 milhões Principais saídas: Jonathan Clauss (Lens), Prince Osei Owusu (Paderborn), Tom Schütz (sem clube), Nils Quaschner (sem clube)
O Arminia Bielefeld é o principal candidato ao descenso nesta temporada, considerando suas condições financeiras. Ninguém pode acusar os novatos de ficarem de braços cruzados, porém. A manutenção do elenco que fez uma campanha histórica na segunda divisão precisa ser vista como um mérito da diretoria. E, mesmo com gastos irrisórios, o time ganhou reforços importantes em diferentes setores – que melhoram razoavelmente as esperanças dos alviazuis em sua luta pela sobrevivência.
O meio-campista Arne Meier terminou eclipsado pelos reforços do Hertha e, emprestado, se desenvolverá em Bielefeld. Outro que deve aproveitar a chance é Ritsu Doan, bom ponta cedido pelo PSV. Já do Augsburg, o venezuelano Sérgio Córdova tentará aumentar seu número de gols na Bundesliga. O clube ainda garimpou outros negócios sem custos, com menção principal ao zagueiro Mike van der Hoorn. Em contrapartida, a única saída mais considerável foi a do ponta Jonathan Clauss, que preferiu voltar à França e defende agora o Lens. Foi um jogador importante no acesso, mas não a ponto de negar o salto dado pelo Arminia no mercado.
Compras: €4,5 milhões Principais chegadas: Hannes Wolf (RB Leipzig), Valentino Lazaro (Internazionale), Michael Lang (Werder Bremen)
Vendas: €0 Principais saídas: Tobias Strobl (Augsburg), Fabian Johnson (sem clube), Raffael (sem clube)
O Borussia Mönchengladbach não se iludiu com a classificação à fase de grupos da Champions League e não quis buscar reforços caros nem mesmo com a conta engordada por milhões de euros. Os Potros usarão o dinheiro para contornar os efeitos da pandemia e preservar o elenco. O time que surpreendeu sob as ordens de Marco Rose na temporada passada não perdeu nomes significativos. Tobias Strobl saiu sem custos ao Augsburg, enquanto Fabian Johnson e Raffael não tiveram seus contratos renovados. Os alvinegros preferiram manter o que estava dando certo, sem vendas para fazer caixa.
Assim, os dois únicos reforços vieram por empréstimo. Tanto Hannes Wolf quanto Valentino Lazaro trabalharam com Rose no Red Bull Salzburg. Não estavam bem nos seus clubes atuais e ganham uma nova chance. Embora sejam negócios com prazo, ambos têm qualidade para causar impacto no Borussia Park. O Gladbach ainda deixa uma impressão de que o elenco é curto demais e pode sofrer com o excesso de jogos. Manter o patamar, com a vaga no G-4, não será simples. Mas há um ótimo treinador no comando e jogadores bem entrosados desde o último ano. Só que quem esperava uma ascensão mais acelerada deve se decepcionar, pela falta de investimentos no plantel.
Compras: €22 milhões Principais chegadas: Ridle Baku (Mainz 05), Bartosz Bialek (Zagleb Lubin), Maxence Lacroix (Sochaux), Maximilian Philipp (Dynamo Moscou), Yunus Malli (Union Berlim), Jeffrey Bruma (Mainz 05)
Vendas: €11 milhões Principais saídas: Felix Uduokhai (Augsburg), Marcel Tisserand (Fenerbahçe), Robin Knoche (Union Berlim), Ignacio Camacho (aposentado)
O mercado do Wolfsburg parece olhar mais ao futuro do que ao presente, sem melhora tão significativa do elenco em relação à temporada passada. Dois dos principais reforços são jovens e devem levar um tempo até se firmarem na equipe, casos do atacante Bartosz Bialek e do zagueiro Maxence Lacroix – ainda que o francês já venha atuando neste início de Bundesliga. De resto, o clube correu atrás de algumas carências e se contentou com o regresso de jogadores emprestados, que podem agregar – casos de Yunus Malli e Jeffrey Bruma.
Ridle Baku foi a compra mais cara do Wolfsburg. O lateral custou €10 milhões, valorizado pela última temporada com o Mainz 05. Será uma solução diante da lesão de Kevin Mbabu no lado direito. Já Maximilian Philipp era uma necessidade, considerando a falta de opções confiáveis nas pontas. Emprestado pelo Dynamo Moscou, agrega com sua experiência, de quem já defendeu Freiburg e Borussia Dortmund. Dentre as vendas, a zaga acaba desguarnecida, embora Robin Knoche e Marcel Tisserand não fossem titulares absolutos na temporada passada. Resta saber se isso não atrapalhará, considerando o calendário mais recheado com a Liga Europa.
Compras: €15 milhões Principais chegadas: André Silva (Milan), Steven Zuber (Hoffenheim), Ragnar Ache (Sparta Roterdã), Ajdin Hrustic (Groningen), Amin Younes (Napoli), Markus Schubert (Schalke), Jetro Willems (Newcastle)
Vendas: €7 milhões Principais saídas: Mijat Gacinovic (Hoffenheim), Lucas Torró (Osasuna), Gonçalo Paciência (Schalke), Simon Falette (Hannover), Frederik Rönnow (Schalke), Ante Rebic (Milan), Jonathan de Guzmán (sem clube), Marco Russ (aposentado), Gelson Fernandes (aposentado)
O Eintracht Frankfurt já tinha vivido uma janela de transferências bem movimentada na temporada passada, especialmente por causa do desmanche de seu ataque. Desta vez, a diretoria não quis exagerar nos gastos, por mais que o time tenha caído de rendimento em 2019/20. O objetivo principal foi assegurar a permanência de André Silva, destaque na reta final da Bundesliga, em transação que também envolveu a saída de Ante Rebic para o Milan. E a troca foi outro mecanismo útil às Águias, seja para trazer Steven Zuber ao meio-campo, seja para lapidar o jovem Markus Schubert, emprestado à reserva de sua meta.
Os únicos negócios sem contrapartida não foram tão ousados. O Eintracht tirou da Eredivisie dois jovens talentos, com Ragnar Ache e Ajdin Hrustic dando mais respiro ao setor ofensivo. Já Amin Younes vem emprestado do Napoli após ficar aquém do esperado com a camisa celeste. Nada que pareça realmente alavancar o que se via em Frankfurt no último ano, apesar do potencial do ponta. Vale destacar ainda que o elenco se despediu de algumas referências, com o fim dos contratos de Gelson Fernandes, de Jonathan de Guzmán e do capitão Marco Russ. Com o time fora da Liga Europa, foi necessário enxugar a folha.
Compras: €17,3 milhões Principais chegadas: Ondrej Duda (Hertha Berlim), Sebastian Andersson (Union Berlim), Dimitrios Limnios (PAOK), Tolu Arokodare (Valmiera), Ron Robert Zieler (Hannover), Marius Wolf (Borussia Dortmund), Salih Özcan (Holstein Kiel), Frederik Sörensen (Young Boys), Jannes Horn (Hannover)
Vendas: €15 milhões Principais saídas: Jhon Córdoba (Hertha Berlim), Simon Terodde (Hamburgo), Birger Verstraete (Royal Antuérpia), Kingsley Schindler (Hannover), Louis Schaub (Luzern), Mark Uth (Schalke)
O Colônia perdeu a grande figura do time na temporada passada. Jhon Córdoba carregou os Bodes em diversos momentos e rendeu um dinheiro razoável, ao arrumar as malas para o Hertha Berlim. A transferência tinha seus motivos para que a torcida se preocupasse. Mas, no fim, a diretoria aproveitou o dinheiro para sanar o problema e atacar em outras frentes. O escolhido para suplantar Córdoba é Sebastian Andersson, que vem de uma excelente temporada com o Union Berlim e dá mais presença de área à equipe. Já deixou sua marca, embora o início da equipe não seja positivo.
O restante dos reforços do Colônia garante alternativas ao elenco, mas há uma margem de erro considerável. Ron-Robert Zieler é o nome mais conhecido, mas veio para ser o goleiro reserva. Ondrej Duda e Marius Wolf precisam recuperar o melhor de suas carreiras, após oscilações recentes. No mais, há jovens apostas como o ponta Dimitrios Limnios, além de atletas que estavam emprestados a outras equipes. Que os Bodes tenham buscado um mercado mais equilibrado entre vendas e compras, a campanha passada indicava um necessário investimento, até pela passagem recente na segunda divisão.
Compras: €31,5 milhões Principais chegadas: Patrik Schick (Roma), Santiago Arias (Atlético de Madrid), Lennart Grill (Kaiserslautern), Tin Jedvaj (Augsburg)
Vendas: €95 milhões Principais saídas: Kai Havertz (Chelsea), Kevin Volland (Monaco), Panagiotis Retsos (Saint-Étienne), Joel Pohjanpalo (Union Berlim)
O Bayer Leverkusen está mais fraco em comparação com a temporada passada, mas isso não deve se reverter necessariamente em críticas à diretoria. Kai Havertz pretendia jogar a Champions e, dentro do cenário atual, os €80 milhões pagos pelo Chelsea são um ótimo negócio – ainda que abaixo da estimativa inicial dos Aspirinas. Muito mais custosa é a venda de Kevin Volland ao Monaco, num valor baixo pela representatividade que o atacante tinha na equipe e também por aquilo que oferecia ofensivamente.
Apesar da fortuna em mãos, o Leverkusen preferiu não exagerar nos gastos. Patrik Schick foi um reforço caro, mas já testado na Bundesliga, depois de um empréstimo satisfatório ao RB Leipzig. Enquanto isso, o herdeiro de Havertz deve ser outro garoto da base: Florian Wirtz, que já vinha quebrando recordes desde a temporada passada. Num entorno movediço por conta da pandemia, os Aspirinas priorizaram guardar o dinheiro e realizar as investidas em momento oportuno. Assim, a outra contratação notória foi a de Santiago Arias, emprestado pelo Atlético de Madrid. É um lateral que pode se encaixar, mas não que deixe a perspectiva da janela tão melhor na BayArena.
Compras: €11 milhões Principais chegadas: Leonardo Bittencourt (Hoffenheim), Ömer Toprak (Borussia Dortmund), Patrick Erras (Nuremberg), Tahith Chong (Manchester United)
Vendas: €11 milhões Principais saídas: Davy Klaassen (Ajax), Nuri Sahin (Antalyaspor), Fin Bartels (Holstein Kiel), Johannes Eggestein (LASK Linz), Claudio Pizarro (aposentado), Sebastian Langkamp (sem clube), Philipp Bargfrede (sem clube), Kevin Vogt (Hoffenheim)
O Werder Bremen não deveria ter sofrido tanto na temporada passada, considerando seu time no papel. De qualquer maneira, os Verdes precisavam de mais ação no mercado. Leonardo Bittencourt e Ömer Toprak correspondem aos gastos, mas ambos chegam em definitivo após empréstimo. As únicas novidades foram Patrick Erras e Tahith Chong, dois jovens. Ainda que Chong gere expectativas, emprestado pelo Manchester United, esperava-se mais do Bremen nesta janela. Talvez o mais positivo seja mesmo a permanência de Milot Rashica.
Já entre as perdas, o clube se desfez de alguns jogadores sem tanto espaço, embora também tenha visto a aposentadoria de Claudio Pizarro e não tenha conseguido estender o empréstimo de Kevin Vogt. No entanto, nada comparado à venda de Davy Klaassen no último dia de mercado. O interesse do Ajax em levar de volta o seu meio-campista era sabido, mas até parecia que a novela teria um desfecho feliz aos alemães. Não foi o que aconteceu e, com sua saída, os Verdes perdem um dos termômetros do time. Diminui a confiança em uma estadia tranquila na primeira divisão.
Compras: €14,3 milhões Principais chegadas: Baptiste Santamaria (Angers), Ermedin Demirovic (Alavés), Guus Til (Spartak Moscou), Florian Müller (Mainz), Benjamin Uphoff (Karlsruher), Keven Schlotterbeck (Union Berlim), Jeong Woo-yeong (Bayern II)
Vendas: €37,8 milhões Principais saídas: Luca Waldschmidt (Benfica), Robin Koch (Leeds), Alexander Schwolow (Hertha Berlim), Pascal Stenzel (Stuttgart), Mohamed Dräger (Olympiacos), Nico Schlotterbeck (Union Berlim)
O Freiburg é um clube de condições limitadas, que consegue tirar leite de pedra com o excelente trabalho de Christian Streich. E o sucesso teve seu preço nesta temporada, com uma janela de transferências que levou três ótimos nomes do clube. Luca Waldschmidt, Robin Koch e Alexander Schwolow deixaram um ótimo saldo em caixa na Floresta Negra, mas o peso de suas ausências no time é muito mais significativo. E mesmo que a diretoria tenha feito reposições interessantes, até ampliando o leque de possibilidades no elenco, não é que o sucesso dos novatos será garantido.
A principal compra foi a de Baptiste Santamaria, volante de 25 anos que estava no Angers. É um bom prospecto da Ligue 1 e chega para melhorar o time, não exatamente como uma reposição. Já na frente, Ermedin Demirovic entra para a rotação de ataque. O Freiburg priorizou empréstimos neste mercado, com Guus Til podendo se tornar importante na armação, enquanto Florian Müller desembarcou emergencialmente para assumir a meta após a lesão de Mark Flekken. Por fim, os retornos de Keven Schlotterbeck e Jeong Woo-yeong ajudam. O mérito de Streich é sempre reinventar o time a partir das perdas, e sem soluções óbvias. Ainda assim, o peso das vendas neste mercado deve levar mais tempo a ser absorvido na Floresta Negra.
Compras: €2 milhões Principais chegadas: Luca Kilian (Paderborn), Dimitri Lavalée (Standard de Liège), Kevin Stöger (sem clube), Abass Issah (Utrecht)
Vendas: €10,2 milhões Principais saídas: Ridle Baku (Wolfsburg), Florian Müller (Freiburg), Alexandru Maxim (Gaziantep), Jeffrey Bruma (Wolfsburg)
O Mainz 05 poderia passar despercebido neste mercado de transferências. O clube contratou pouquíssimo, ainda mais para quem costuma ser ameaçado pelo rebaixamento. O zagueiro Luca Kilian, revelação do Paderborn, foi o único reforço que custou algo aos alvirrubros. No mais, caçaram nomes sem custos e ainda contam com o retorno de Abass Issah de empréstimo. É uma situação compreensível pela incerteza econômica no momento, mas que deixa mais exposta a sequência do clube na primeira divisão.
Até porque o Mainz também perdeu um de seus principais jogadores neste fechamento de mercado. Ridle Baku pode ter rendido um dinheiro razoável por sua venda ao Mainz, mas também fica uma lacuna na lateral direita. Florian Müller seria reserva, então não fará tanta falta. Enquanto isso, o empréstimo de Jeffrey Bruma não foi renovado e a zaga reduz a rotação. Se não dá para dizer que os alvirrubros perdem tanto em relação ao que já tinham na campanha anterior, a sensação de estagnação é imensa.
Compras: €2 milhões Principais chegadas: Gonçalo Paciência (Eintracht Frankfurt), Vedad Ibisevic (Hertha Berlim), Frederik Rönnow (Eintracht Frankfurt), Kilian Ludewig (Red Bull Salzburg), Hamza Mendyl (Dijon), Steve Skrzybski (Fortuna Düsseldorf), Mark Uth (Colônia), Nabil Bentaleb (Newcastle), Ralf Fährmann (Brann)
Vendas: €4,5 milhões Principais saídas: Weston McKennie (Juventus), Alexander Nübel (Bayern), Daniel Caligiuri (Augsburg), Sebastian Rudy (Hoffenheim), Guido Burgstaller (St. Pauli), Markus Schubert (Eintracht Frankfurt), Jonjoe Kenny (Everton), Michael Gregoritsch (Augsburg), Jean-Clair Todibo (Barcelona)
Tudo bem que, dentre as crises vividas pelo Schalke 04, a financeira é a mais preocupante a longo prazo. O clube não tinha dinheiro para gastar e economizou ao máximo em reforços, quando necessitava de novos jogadores para conter sua sangria. De qualquer maneira, até comparando com o exemplo do Union Berlim, o mercado dos Azuis Reais foi horrível. A maior parte dos “reforços” são jogadores que voltam de empréstimo, o time mal negociou com novas opções e ainda perdeu peças importantes em relação à temporada passada. Se a situação na tabela é péssima, a janela por si explica um bocado de coisas.
Os únicos milhões desembolsados pelo Schalke foram direcionados ao empréstimo de Gonçalo Paciência, reserva do Eintracht Frankfurt, o que mostra como o desespero dos Azuis Reais é enorme. O melhor reforço foi Vedad Ibisevic, um veterano que aceitou doar seu salário à caridade e receber apenas por produtividade. As carências do time não foram resolvidas e a recuperação vai depender de jogadores que retornam a Gelsenkirchen, como Nabil Bentaleb e Mark Uth. É pouquíssimo a um time que ficou 16 partidas em sequência sem vitórias no segundo turno de 2019/20.
E não que as vendas tenham servido para fazer caixa. O único que deixou uns caraminguás nos cofres foi Weston McKennie, por enquanto só emprestado à Juventus. Alexander Nübel e Daniel Caligiuri saíram de graça. Além disso, os Azuis Reais não renovaram o empréstimo de alguns jovens que poderiam auxiliar na sobrevivência. Difícil encontrar algum clube na Europa que tenha feito uma janela de transferências tão ruim, ainda mais com as preocupações evidentes desde a campanha passada.