DESESPERADO E COM O APOIO DO EMPRESÁRIO, SÃO PAULO REABRE CONVERSAS PARA RECONTRATAR RUAN | OneFootball

Zagueiro está se recuperando de contusão em Porto Alegre (Buda Mendes/Getty Images)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

E a novela volta a ganhar novos capítulos. Após um mês em desespero, no sufoco com o elenco desfalcado e sem conseguir avançar por nenhum outro nome, o São Paulo reabriu conversas com os italianos do Sassuolo para manter (se esse é o termo) o zagueiro Ruan em seu elenco.

A informação foi divulgada inicialmente pelo portal 'Arquibancada Tricolor' e confirmada ao AVANTE MEU TRICOLOR por pessoas do estafe do jogador.

Segundo essas fontes, os passos para manter Ruan no Morumbi já vêm sendo dados há cerca de 15 dias, a pedido do próprio jogador, desejoso de continuar no São Paulo.

Desde então, contatos foram feitos com a agência que cuida da carreira de Ruan com as duas frentes, São Paulo e Ruan, para estudar a viabilidade de se voltar as negociações.

Até por conta disso, sondagens recebidas pelo zagueiro, de clubes como Internacional, Grêmio, Vasco e Santos, não foram sequer analisadas por Ruan, apesar de certo sinal positivo do Sassuolo às agremiações.

De acordo com o portal citado, o clube do Morumbi já sinalizou uma oferta de empréstimo até o final de junho de 2026, com opção de compra.

Ou seja, é exatamente a mesma oferta que gerou todo o impasse na negociação ocorrida em junho para a permanência do jogador. As partes tinham acordo para novo empréstimo por um ano, ao valor de 240 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão). Na ocasião, o Sassuolo queria estabelecer cláusula de compra obrigatória, independente de metas. O São Paulo queria apenas a fixação de um valor pela transferência. Os italianos então queriam cláusula que lhes permitiria vender Ruan em janeiro por esse valor a ser estabelecido, independente de avisar ou não o Tricolor. E a coisa emperrou.

Prejudicou, claro, o fato do São Paulo estar devendo as parcelas de pagamento do empréstimo, algo que dificulta as conversas agora, admitem as fontes consultadas.

Com problemas físicos quando deixou o São Paulo, o zagueiro passou por uma artroscopia no joelho direito e decidiu seguir com tratamento convencional, sem cirurgia. Autorizado pelo Sassuolo, realizou a recuperação em Porto Alegre (RS), onde mora. Segundo seu estafe, ele está recuperado e treinando sem limitações. Ou seja, em caso de volta ao Tricolor, já poderia atuar sem problemas.

Ruan vinha sendo titular com o ex-técnico Luis Zubeldía, mas as dores crônicas o tiraram de cinco dos últimos seis jogos do Tricolor antes da pausa no calendário do futebol brasileiro para a realização do Mundial de Clubes.

No final do mês passado, por exemplo, o Tricolor chegou a pagar 100 mil euros (R$ 640 mil, na cotação de hoje) à vista de pendência financeira do valor acertado pelo empréstimo de um ano do zagueiro.

Os 90 mil euros (R$ 575 mil) restantes serão quitados pelo São Paulo futuramente, após entendimento com o Sassuolo pelo zagueiro.

Ruan não teve as metas de compra obrigatória atingidas. Para ter Ruan por um ano, os brasileiros acertaram com o Sassuolo a taxa de compra de R$ 26,8 milhões. E o São Paulo precisa ficar em definitivo com o jogador caso ele atue em pelo menos 25 jogos. E a cota da partida é preenchida caso ele atue por mais de 45 minutos. Ele sequer atingiu o limite de sete jogos permitidos para que um atleta troque de equipe dentro do próprio Campeonato Brasileiro.

Sem dinheiro e asfixiado pelo teto de gastos imposto pelo fundo de investimento, o São Paulo não tem dinheiro para honrar o acordo fechado com os italianos para ficar com Ruan em definitivo. E, diferente do que aconteceu com a Lazio nas tratativas com Marcos Antônio, o Sassuolo não aceitou nenhum tipo de acordo que não o estabelecido anteriormente.

Ruan deixou o Tricolor após 25 jogos disputados, sendo cinco deles entrando do banco de reservas. Em outras 20 partidas ele foi relacionado, mas não chegou a entrar em campo. Na despedida, escreveu uma emocionante mensagem em suas redes sociais, postando fotos com funcionários do CT da Barra Funda e apontando o Tricolor como a causa "da sua alegria em voltar a jogar futebol".