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·27 de setembro de 2019

Dele Alli: meia encara queda de rendimento com a camisa do Tottenham

Imagem do artigo:Dele Alli: meia encara queda de rendimento com a camisa do Tottenham

Dele Alli é príncipe de uma tribo na Nigéria que rejeita o nome da família por problemas com os pais. Se mudou com pouca idade para a Inglaterra, em Milton Keynes, por onde se tornou jogador profissional no time local.

Após boa temporada na League One, o Tottenham não deixou a oportunidade passar e trouxe o garoto que seria a sensação da Premier League de 2015/2016. Seu posicionamento inicial parecia de – o que chamamos no Brasil – segundo volante. Mas a sua vocação ofensiva o transformou num meia de chegada à frente.


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Ainda em 2015, já tinha ajudado o MK Dons a subir de divisão, ganhando, dessa forma, o prêmio de melhor jogador da equipe e revelação da terceira divisão. Dele estava, também, na goleada de 4 a 0 sobre o Manchester United de Loius Van Gaal daquela temporada.

Apesar de boas temporadas com a camisa dos Spurs desde então, o que vem chamando atenção é a sua acentuada queda de rendimento. Não apenas em números, mas o seu desempenho atual passa longe do esperado.

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Expectativa x Realidade

Inegavelmente, Dele Alli ainda tem idade para atingir seu máximo potencial. Seus 23 anos colaboram e o time proporciona desenvolvimento. O fato é que a expectativa em cima do camisa 20 era de se tornar o dono da equipe, junto de Harry Kane.

Isto até aconteceu por um momento. Seus melhores números e apresentações ocorreram em 2016/2017, quando fez 22 gols em 50 jogos, sendo 18 deles na Premier League.

Prêmio de gol mais bonito daquela temporada (contra o Crystal Palace) e melhor jogador de janeiro de 2017, além de estar presente da seleção do campeonato. Tudo caminhava para ele se tornar um grande jogador “world class”.

As convocações para a seleção não demoraram muito e quem o via jogar só fazia elogios. “Na área, ele parece um atacante. Fora dela, joga como um verdadeiro meio-campista.”, ressaltou Mauricio Pochettino.

Tais características sempre estiveram presentes em seu estilo de jogo. Entretanto, nas duas últimas temporadas, a sua participação em jogadas e gols caiu. Dos 22 gols marcados em 16/17, passou para 14 em 17/18 e depois caiu pela metade em 18/19.

A titularidade já não é algo tão comum e poucas vezes costuma entrar para decidir jogos. Na Copa do Mundo, por exemplo, só não foi substituído em um dos jogos que fez (4) e marcou apenas um gol.

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A queda nos números de Dele Alli

Ele nunca teve lesões sérias que o afastassem por mais de 60 dias. Portanto, problemas físicos não são justificativa para o mau desempenho recente.

Em minutagem, Dele Alli passou de um jogador indispensável (37 e 36 jogos de liga nas temporadas 16/17 e 17/18, respectivamente), para um jogador de rodagem: 25 jogos na última Premier League, sendo 22 como titular, mas substituído em 14.

Foram somadas 29 assistências nas primeiras três temporadas na primeira divisão. Uma média de 10 passes para gol por temporada, aproximadamente. Na última, contudo, foram apenas três.

Segundo o WhoScored, a quantidade de finalizações caiu pela metade em comparação a sua melhor temporada. Foram 120 chutes em 2016/17 (melhor temporada) contra 56 em 2018/19. A média que era de 2,5 caiu para 1,6 tentativas por jogo.

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Sua participação, entretanto, melhorou. Trocou mais passes do que nunca na última temporada e é possível analisar por dois lados: maior participação nas jogadas ou estilo mais burocrático.

De uma média de quase 36 passes por jogo em 2016/17, passou para 41 na última temporada de liga. Mas conforme seus passes aumentaram, seus dribles diminuíram. O que pode justificar a mudança de estilo de jogo.

Enquanto costumava tentar 3,5 dribles em 2016/17, seu jogo fluía e sofria bem mais faltas (2,1 por jogo). Com a sua menor participação e presença entre os titulares, aposta em menos dribles (2,1), errando praticamente metade deles. Como resultado, passou a sofrer menos faltas também (1,36).

Seu auge de dribles corretos aconteceu na UEFA Champions League de 2017/2018, quando atingiu uma média de 2,4 dribles certos por jogo. Naquela Champions, participou de cinco partidas, anotando dois gols e quatro assistências. Foi a sua última melhor sequência, talvez.

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Outro número que chama a atenção é o de passes-chave. Se na sua melhor temporada distribuiu 62 desses passes na Premier League, na última, foram apenas 41. Ou seja, a confiança para dar passes decisivos também diminuiu.

Indiscutivelmente, Dele Alli tem talento e já provou isso tanto no Tottenham como na seleção. Por outro lado, sua acentuada queda de rendimento justamente numa idade para uma maior explosão física e técnica preocupa.

Sua falta de concentração nos jogos em certos momentos foi se intensificando e pode ser considerado o fator principal, sobretudo, para sua apatia na última Copa do Mundo e Premier League.

Tempo de carreira ele ainda tem para mudar esse cenário. Mas será que atingirá todo o potencial projetado pelos torcedores e analistas do futebol?

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