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Tay Cristófani·28 de novembro de 2019
🔴⚫️ Deixou chegar: a história dos títulos brasileiros do Flamengo 🏆

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Tay Cristófani·28 de novembro de 2019
O primeiro título, o bicampeonato nos anos 80, a polêmica de 87, os títulos improváveis e a conquista incontestável de 2019.
Um dos maiores campeões da história do Brasileirão, o Flamengo ganhou em 2019 seu segundo título no formato de pontos corridos – fazendo, inclusive, a melhor campanha da histórias com 20 clubes na Série A.
E para deixar esse gostinho de campeão ainda melhor, vamos relembrar os títulos passados do Rubro-Negro no Campeonato Brasileiro da primeira divisão.
O primeiro, o título do Campeonato Brasileiro de 1980 foi a conquista que impulsionou o Flamengo até a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1981, ou seja, o primeiro passo no aumento do estatuto de um clube gigante.
Na formação de um time histórico, a base de 1980 foi essencial. Com Zico e o artilheiro Nunes, e sob o comando do lendário treinador Cláudio Coutinho, o Rubro-Negro decolou a nível nacional.
A grande campanha deu vantagem ao Flamengo nas fases finais do Brasileirão de 1980, e na semifinal uma vitória nos jogos de ida e volta sobre o Coritiba colocou o clube carioca na final.
Contra o Atlético-MG, saiu atrás por 1 x 0 na partida de ida, gol de Reinaldo no Mineirão. Mas a volta foi diferente.
Com a vantagem de jogar por dois resultados iguais – ou seja, um empate no placar agregado daria o título para o Mais Querido -, o Flamengo se recuperou e ganhou a partida de volta no Maracanã por 3 x 2 com gols de Zico e Nunes (duas vezes).
O Brasil se tornou vermelho e preto pela primeira vez.
Campeão da Libertadores e do Mundial em 1981, o Flamengo viria a conquistar seu segundo Campeonato Brasileiro no ano seguinte.
Em 82, numa final acirrada contra o Grêmio, o Rubro-Negro quase perdeu a partida de ida no Maracanã, sendo que Zico evitou a derrota nos últimos lances – 1 x 1.
Na volta em Porto Alegre, Grêmio e Flamengo não saíram do zero, e um terceiro jogo foi marcado para definir o campeāo de 1982.
Novamente no Sul, dessa vez a dupla mais decisiva dos anos dourados do Flamengo apareceu de novo: gol de Nunes, passe de Zico, 1 x 0 e o bicampeonato brasileiro.
Em 1983, o bicampeonato. Com Carlos Alberto Torres como técnico no lugar de Paulo César Carpegiani, o terceiro título nacional em quatro anos posicionou o Flamengo como uma potência do futebol brasileiro.
Contra o vitorioso Santos, a primeira partida da final ligou o sinal de alerta: 2 x 1 para o Peixe no Morumbi.
O jogo de volta da final deste Brasileirão está até hoje na história do futebol do Brasil. Cerca de 155 mil rubro-negros empurraram o Flamengo de Zico, Leandro e Adílio – os autores do gol da vitória por 3 x 0 que consagrou o clube tricampeão.
A partida também marcou o fim da primeira passagem de Zico com a camisa do Flamengo – depois da final, ele se transferiu para a Udinese, da Itália.
Com problemas para organizar o Campeonato Brasileiro de 1987, a CBF viu os clubes se unirem para disputar a Copa União, de forma independente, com 16 equipes.
No entanto, depois de realizada a competição, a CBF interferiu e criou uma competição com os clubes que não participaram da Copa União, e chamou de Módulo Amarelo – considerando a Copa União o Módulo Verde.
A sugestão da CBF era que os dois primeiros do Módulo Verde disputassem com os dois primeiros do Módulo Amarelo – o que não foi aceito pelos participantes da Copa União.
Na Copa União, ou Módulo Verde, o Flamengo bateu o Inter na final, com gol decisivo de Bebeto, sagrando-se campeão do que seria o Campeonato Brasileiro daquele ano – já que envolvia os principais clubes da primeira divisão do futebol nacional.
Os dois primeiros do Módulo Amarelo – Sport e Guarani – entraram em campo para jogar a final da CBF, e o Sport venceu.
A polêmica se estende até hoje. O STF considera o Sport o campeão brasileiro de 87, decisão acatada pela CBF, mas que a nível interno considera o Flamengo heptacampeão brasileiro.
Cinco anos depois da polêmica de 87, o Flamengo não figurava mais entre os favoritos ao título do Campeonato Brasileiro.
Numa campanha inconstante, o Rubro-Negro foi ganhando espaço com a liderança de Júnior, que aos 38 anos era o jogador especial daquela equipe.
O Flamengo chegou até a final, mas sem a melhor campanha, que era do Botafogo, seu adversário – dois placares iguais davam vantagem ao Glorioso.
Mas, seguindo a escrita de uma decisão, o Flamengo não jogou a final, mas ganhou. No primeiro tempo da partida de ida, 3 x 0 para o Mais Querido com gols de Júnior, Nélio e Gaúcho.
O Flamengo não podia perder a partida de volta e conseguiu – no dia que ficou marcado pela queda de uma parte da arquibancada do Maracanã.
Um empate em 2 x 2 deu o quinto título brasileiro à Nação.
Foram 17 anos na fila até que o milagre de 2009 acontecesse. Com um time limitado e com nomes como Adriano – voltando da Europa – e Petkovic – com 37 anos -, como os maiores destaques, o Rubro-Negro reforçou seu conceito de “Deixou chegar” em 2009.
O Flamengo saiu da 14ª colocação e assumiu a liderança na penúltima rodada por uma sequência de fatores, e o mais incrível deles foi ter Andrade, um ídolo das conquistas dos anos 80 no comando técnico.
Na última rodada, bastava uma vitória sobre o Grêmio no Maracanã para sacramentar o hexacampeonato. E ela veio com sofrimento, de virada.
Roberson abriu o placar para o Tricolor Gaúcho, e então David Braz e Ronaldo Angelim – zagueiros de gerações distintas – fizeram os gols do título.
Dez anos depois, o Flamengo ressurge das cinzas com um futebol vistoso, personagens marcantes e a melhor campanha da história dos pontos corridos com 20 clubes.
Com a parada para a Copa América e a chegada de Jorge Jesus, o Flamengo conseguiu dividir-se em duas fases no Campeonato Brasileiro, tendo na segunda um aproveitamento absurdo.
Implacável, eficiente, decisivo, o Rubro-Negro foi construindo uma energia positiva com uma vitória após a outra, o que culminou na conquista do título sem nem jogar, enquanto comemorava a conquista da Libertadores.
O hepta será lembrado com um ar fantasioso, um momento único da história do clube e dos seus milhões de seguidores.
Foto:Wagner Meier/Getty Images Sport