Zerozero
·27 de novembro de 2024
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·27 de novembro de 2024
Internacional belga por 51 ocasiões, brilhou no Standard Liège [equipa onde totalizou 159 jogos e anotou 13 golos] antes de dar o primeiro grande salto na carreira [FC Porto] e de «arriscar» ao jogar no grande rival [Anderlecht] da antiga equipa.
Com mais de 100 jogos pelo FC Porto, Steven Defour foi bicampeão em Portugal, conquistou três Supertaças e foi peça importante no meio campo azul e branco (apesar da forte concorrência de Moutinho, Belluschi, Lucho, Guarín e Rúben Micael ao longo dos três anos).
113 jogos depois, o ex-médio belga rumou ao Anderlecht - rival do Standard Liège, clube onde foi muito acarinhado - e também foi importante: 85 jogos, 11 golos e, pelo meio, um campeonato. Em Bruxelas, Defour viveu um «ambiente diferente» do que experienciou na Invicta e abordou o período ao serviço do clube belga.
A «torcer pelo FC Porto», o médio belga - a propósito da visita dos dragões ao terreno dos belgas - recordou, ao zerozero, o período em Bruxelas, as diferenças entre Anderlecht e FC Porto - principalmente, fora de campo - e os principais perigos para o conjunto orientado por Vítor Bruno
zerozero [zz]: Depois do FC Porto, esteve duas épocas completas no Anderlecht. Como correu a experiência?
Steven Defour [SD]: Correu bem, apesar de ter jogado no 'grande rival' do Liège. Alguns adeptos [tanto do Liège como do Anderlecht] não gostaram muito da decisão que tomei ao representar o Anderlecht, mas, ao fim das duas temporadas, posso dizer que até correu bem. O mais complicado penso que foi mesmo a relação com os adeptos. Foi difícil porque eles simplesmente não aceitaram a minha decisão. Mas dei sempre o meu melhor e estou de consciência tranquila.
zz: A propósito da experiência com os adeptos, que clube encontrou neste aspeto?
SD: Os adeptos eram, no cômputo geral, bons, mas eram muito diferentes dos adeptos, por exemplo, que apanhei no FC Porto ou no Standard Liège. Tanto os do FC Porto como do Liège eram mais emotivos e, no fundo, o coração do clube, enquanto no Anderlecht diria que eram adeptos mais de 'classe', o que também é 'ok' na minha perspetiva. No início recordo-me de uma boa atmosfera, bom ambiente, até porque também é um clube vencedor - tem o maior número de títulos na Bélgica - e, para eles, é normal ganharem a Liga. No FC Porto, no parâmetro das conquistas, também é visto como algo 'normal', mas os adeptos reagem a tudo de forma diferente. Os adeptos são mais apaixonados.
zz: O que falta ao Anderlecht para voltar a conquistar a hegemonia na Bélgica?
SD: Precisam de uma estratégia bem definida do topo da estrutura para conseguirem formar melhores jogadores e, acima de tudo, tomar melhores decisões ao nível do mercado: por exemplo, contratarem jovens jogadores com potencial. Neste momento, na minha opinião, têm uma boa equipa, mas precisam de maior consistência durante os jogos. Esta época até estão num bom caminho, mas precisam de vários anos a um bom nível para conseguirem regressar aos anos triunfantes.
zz: Por quem vai torcer no Anderlecht - FC Porto?
SD: Eu gosto de ambos os clubes, mas estarei a torcer um pouco mais pelo FC Porto [risos]. Apesar do momento, acho que o FC Porto é favorito, aliás, creio que todos estão na expectativa de uma vitória do FC Porto.
zz: Quais serão os principais desafios do FC Porto na partida?
SD: São vários: a pressão [de ser favorito], a confiança dos jogadores do Anderlecht, pelo bom momento que vivem e pela goleada recente [Anderlecht venceu por 6-0 em casa contra o Gent], e acho que o maior perigo irá resultar essencialmente daí. O Kasper Dolberg é, definitivamente, um jogador a ter em conta: excelente avançado que marca com grande facilidade [n.d.r: leva 14 golos em 21 jogos]. Não obstante, no final de contas, o FC Porto é superior ao Anderlecht e terá condições para vencer. Se fosse a adivinhar... 0-2 para o FC Porto!