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·24 de setembro de 2019

De parceiro de Cristiano Ronaldo ao desemprego: a trajetória de Fábio Coentrão

Imagem do artigo:De parceiro de Cristiano Ronaldo ao desemprego: a trajetória de Fábio Coentrão

Fábio Coentrão já foi o terceiro defensor mais caro da história do futebol e ao lado de seu compatriota Cristiano Ronaldo, levantada troféus com o Real Madrid e era titular indiscutível da seleção portuguesa.

Hoje, aos 31 anos, o lateral encara um brusco declínio em sua carreira. Ele já não atua por Portugal há dois anos e está sem clube após ser descartado pelo Rio Ave, time de seu país.


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No seu auge, Coentrão foi um lateral ofensivo implacável. Ele fazia com Cristiano Ronaldo uma dupla imbatível tanto no clube quanto na seleção, com o atacante jogando também pelo lado esquerdo do campo.

“Um contra um no treinamento. Contente por defrontar um dos defensores mais difíceis de ultrapassar no mundo. Meu mano”, escreveu Cristiano Ronaldo em uma publicação no Instagram, em 2017. A relação entre eles era muito boa.

Ao lado de CR7, Coentrão desempenhou um papel importante nas conquistas do Real Madrid, brigando por posição com Marcelo por um lugar no time titular.

Ele chegou ao Real Madrid em 2011, quando os merengues pagaram 30 milhões de euros ao Benfica para tê-lo. A transferência o colocou como terceiro defensor mais caro da história naquele momento, atrás somente de Rio Ferdinand e Daniel Alves.

Em sua primeira temporada, Coentrão fez 20 jogos. Mas logo na temporadas 2012-13, ele começou a enfrentar uma série de lesões. Mesmo assim, o então treinador do Manchester United David Moyes o queria para ser uma opção a Patrice Evra.

Mas a transferência foi esbarrou na não contratação de um substituto a Coentrão no Real. Guilherme Siqueira, outro português, era o mais cotado, mas acabou se transferindo para o Benfica. Coentrão então ficou em Madrid.

Deixando de lado as lesões, o lateral foi importante mais uma vez no Real Madrid, jogando importantes jogos da campanha do time que acabou vencedor da Copa do Rey e da Liga dos Campeões naquele ano.

O famoso gol de Bale contra o Barcelona na final da Copa do Rey começou com um passe de Coentrão. Cinco anos depois daquele jogo, aquela ainda é a última conquista do Real neste campeonato.

Coentrão também foi titular na final da Liga dos Campeões daquele ano, a primeira conquista europeia do Real Madrid desde 2002. Nos cinco jogos anteriores, ele também havia barrado Marcelo.

A partir deste momento, começou o declínio. As lesões voltaram e Marcelo se estabeleceu de vez como o lateral esquerdo titular do Real Madrid. Emprestado ao Monaco, ele jogou somente 19 jogos pelo clube francês.

Os torcedores merengues já não o queriam mais em Madri. A verdade é que a relação entre Coentrão e a torcida do Real nunca foi das melhores. Desde das imagens do português fumando, ainda em sua primeira temporada, a torcida pegava no pé do lateral.

Os torcedores também começaram a cogitar um possível “tratamento especial” a Coentrão porque ele era agenciado por jorge Mendes, que também cuida das carreiras de Cristiano Ronaldo e Mourinho.

A chegada de Zinedine Zidane foi a gota d’água para Coentrão no time do Santiago Bernabéu. O francês prontamente deixou claro que Marcelo era peça chave em seu time titular.

Coentrão até admitiu que gostaria de ficar no Real, mas ele não conseguia convencer Zidane a ganhar oportunidades. Então, uma volta para Portugal poderia significar um reinício em sua carreira.

“Talvez um retorno para Portugal me ajude a recuperar nível de jogo que um dia eu tive. Todos devemos admitir nossas limitações em algum ponto de nossas vidas e eu sinto isso agora, esse clube demanda um nível de jogo que eu não tenho”, admitiu o lateral em entrevista ao Marca, no final da temporada 2016-17.

Mas Coentrão não teve um bom desempenho no Sporting na temporada 2017-18. Ele mesmo pediu ao treinador de Portugal Fernando Santos que não o chamasse para a Copa do Mundo de 2018 pois ele teve uma temporada “muito desgastante”.

“Na última semana, depois de muita consideração, eu disse à seleção que - depois de uma temporada muito desgastante - eu não me sinto em condições de representar a ‘Selecção’ na Copa do Mundo”, Coentrão afirmou.

“Eu nunca viraria minhas costas para o meu país e espero estar pronto para representar nossa nação mais vezes no futuro”, completou.

Desde então, Coentrão não foi mais convocado para o time - e parece improvável que ele volte após 12 meses. Seu contrato com o Real Madrid acabou antes da temporada 2018-19 e ele se juntou ao Rio Ave para disputar o Campeonato Português.

Entretanto, ele teve diversos problemas disciplinares. Ele recebeu 11 amarelos em 21 jogos disputados, e foi expulso em duas oportunidades. Como resultado, seu contrato com o time português não foi renovado e ele ficou sem clube ao final da temporada.

Com somente 31 anos, ele hoje está desempregado - recebeu apenas sondagens de se juntar ao Parma, time italiano, e ao clube da segunda divisão inglesa Bristol City.

Com seu amigo, Cristiano Ronaldo, ainda brilhando nos gramados europeus, Coentrão ficará feliz em simplesmente encontrar um novo clube. Um declínio e tanto para aquele que já o lateral esquerdo mais valioso do mundo.