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·14 de maio de 2021

De jogar por comida ao futebol europeu: conheça a trajetória de Christian

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Não é segredo que a realidade vivida pela maioria avassaladora dos jovens que sonham em se profissionalizar como jogador de futebol é bastante dura. Ao ponto de, em muitos casos, vermos atletas que hoje levam uma vida bastante confortável relatarem as maiores dificuldades estruturais, financeiras e até mesmo emocionais para chegarem ao atual estágio.


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Entretanto, nem por isso essas histórias se tornam menos graves ou mesmo inspiradoras para aqueles que adentraram a mesma luta e seguem buscando o melhor para si e as pessoas que dependem (direta ou indiretamente) do seu trabalho como é o caso do meio-campista Christian, entrevistado de maneira exclusiva pelo Futebol Latino.

Se hoje o atleta joga pela segunda divisão do futebol português vestindo a camisa do Casa Pia e tem a chance de ser remunerado em um país conhecido por abrir portas dentro do futebol europeu, a sua realidade no Brasil já foi bem diferente no sentido negativo. Isso porque, além de condições precárias de sobrevivência, ele precisou até mesmo abrir mão de valores para atuar somente para garantir a alimentação básica em três refeições.

Além de melhores condições, as referências também são importantes na carreira de qualquer profissional e o atleta que deu seus primeiros toques na bola pelo Tuna Luso não tem dúvidas de mencionar o alemão Toni Kroos como seu “espelho” para evolução.

Apesar de estar plenamente ambientado por estar em Portugal desde 2014, o jogador com 31 anos de idade que já rodou por Carajás, Goiatuba, ASEEV, Castanhal, Grêmio Anápolis, Queimados, Apoel (Chipre).  prefere não restringir suas possibilidade entre seguir morando na Europa ou retornar ao Brasil quando encerrar sua carreira.

Confira a entrevista, na íntegra, com Christian

Antes mesmo da Tuna Luso, como foi sua introdução no futebol? Tem formação baseada em algum clube de futsal ou uma escolinha de futebol?

Eu só acompanhava meu pai a ir ver ele jogar. Como eu era criança, tinha nove para dez anos, o meu pai me levava e eu comecei a gostar de futebol. Eu fiz minha base toda na Tuna Luso. Não fiz escolinha de futsal. Só queria saber de jogar no campo.

Tem algum período de maior dificuldade nessa época que você olha pra trás e se orgulha de ter superado para se tornar atleta profissional?

Superei muitas dificuldades. A mais difícil que eu olho para trás e vejo que conseguir superar foi um momento em minha carreira que estava desempregado, sem perspectiva de nada. Apareceu um clube na terceira divisão em Goiânia, onde eu escolheria em parar de jogar futebol ou ir jogar a terceira divisão. As condições era que o meu salário era o café da manhã, o almoço e a janta. Esse era o meu salário. Não tinha condições na época. Só os meus pais que me ajudaram com alguns trocados para viver em Goiânia. Dormia numa cama que eu colocava uma toalha para dividir com dois outros jogadores. Foi assim durante 2 meses.

Depois de defender equipes do Pará e Goiás, qual foi o “impacto” quando chegou ao APOEL em 2013 e a pressão de chegar em um dos clubes mais importantes e vencedores do país?

Foi a melhor da minha carreira. Era um clube top na época. Disputamos Liga Europa. É um clube de massa, com os estádios sempre cheios. Foi a melhor sensação que já vivi na minha carreira.

Rapidamente passando de novo pelo Grêmio Anápolis, como surgiu a chance de defender o Cluj (Romênia)? Acha que a passagem no APOEL pesou para a sua maior visibilidade?

Na época, meu empresário me ligou disse que tinha o Cluj interessado em mim. Minha ida para o Apoel ajudou-me muito para maior visibilidade.

Estando desde 2015 em Portugal, você consegue se ver morando no país quando chegar o momento da aposentadoria? Ou o retorno ao Brasil e ficar perto dos demais familiares dificultaria sua decisão?

O meu futuro, como falo a minha esposa, está nas mãos de Deus. Ele sabe o melhor para mim e eu estou nessa fé. Aqui em Portugal é muito bom de se viver. Mas no Brasil tenho minha família que amo muito. Qualquer possibilidade está aberta

Atuando no futebol português, tem algum jogador da sua posição que você utiliza como referência em qualidade técnica?

Da minha posição eu tenho como referência Toni Kroos. Gosto muito do estilo de jogo dele, tem um excelente passe, se posiciona bem, chega bem a frente para finalizar, tem disponibilidade para marcar, acho que me identifico bem com ele.

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