FNV Sports
·14 de janeiro de 2021
FNV Sports
·14 de janeiro de 2021
Podemos dizer com propriedade que Santos e Palmeiras estão entre os maiores clubes do mundo. Ambas equipes, cada uma com sua singularidade, são protagonistas de momentos marcantes na história do futebol. Prestes a disputar a grande final da Copa Libertadores 2020, o inicio da gloriosa história de rivalidade, denominada Clássico da Saudade, começou em 1915. No embalo da decisão, relembramos como foi o pontapé inicial desse duelo histórico.
Ainda Palestra Itália, o Palmeiras acabará de completar seu primeiro ano de fundação. A equipe começava a engatinhar no futebol e, desse modo, seus responsáveis, alçavam potenciais objetivos, para chegar ao patamar dos grandes clubes da época. Sobretudo, do papel, até a prática, esperava-se que o Verdão protagonizasse o futebol brasileiro.
Nesse ínterim, visando participar da primeira grande competição de sua história, o clube mirou no Campeonato Paulista de 1916. Contudo, a Associação Paulista de Esportes Atléticos, impôs uma condição: que vencesse um time de ponta, de acordo com a sua escolha, assim conquistaria a tão sonhada vaga.
Desse modo, dadas as circunstancias, o Palestra Itália não se intimidou em escolher o Santos, mesmo sabendo que a equipe apresentava uma elenco superior e avassalador. O duelo também contou com um propósito social: toda verba arrecadada seria doada para as vítimas da seca no Nordeste Brasileiro.
O clássico foi um dos mais aguardados da época. Apesar do otimismo, acabou com a pífia derrota palmeirense com um placar extenso de 7 x 0. Após o vexame, muito cogitou-se que o clube não vingaria e acabaria por fechar as portas. Contudo, como sabemos, o Alviverde resistiu com maestria e se tornou o que é hoje.
Com o resultado, o até então calouro, não conseguiria se classificar para o Paulistão, mas após denúncias sobre uma possível “quebra de protocolo” de um time rival, acabou por conseguir a tão desejada classificação. Como se tratava de uma competição amadora, a remuneração ou quaisquer quantia em dinheiro, não era permitida. Porém, a equipe, hoje não mais em atividade, Scottish Wanderers, acabou punida com expulsão, após pagar jogadores para disputar a competição. Consequentemente, o Verdão ficou com a vaga.
Era um domingo, 3 de outubro, quando Palmeiras e Santos entraram em campo pela primeira vez na história no ano de 1915. Apesar de valer uma vaga para o Paulistão do ano posterior, o duelo tinha cunho amistoso.
Denominado Festival Pós Pátria da Cruz Vermelha Italiana, a partida foi protagonizada por grandes nomes, como: Ary Pastuca, Anacleto Ferramenta e Aranha, do lado santista. Enquanto que do lado verde, Fragassi, Pastore e Almílcar, eram os destaques.
Sediado no Velódromo de São Paulo, primeiro estádio brasileiro da história, a partida contará com total superioridade do Peixe. Com sete gols marcados, sendo três de Patusca, dois de Anacleto e um de Aranha e Arnaldo Ferreira, o Clube da Vila apenas concretizou seu favoritismo que era pregado até mesmo antes da partida.
A famosa alcunha que traduz a história de Santos e Palmeiras surgiu apenas muitos anos depois. Posteriormente, com o resultado de 7 x o no primeiro duelo, não esperava-se que o Palestra Itália conquistasse tal hegemonia no futebol.
Mas, à essa altura, na década de 60, o clube enfim, conseguiu alcançar seu auge e, junto ao Peixe, protagonizou os melhores momentos do futebol brasileiro na época. Ambas equipes caminhavam gloriosamente lado a lado, chegando a parar uma guerra com protagonismos de Ademir da Guia e Pelé.
Um clássico de gigantes, Palmeiras e Santos, sem dúvidas, estão entre os maiores clubes do mundo. Goleadas históricas, craques, hegemonia, esses são apenas alguns aspectos que faz com que o Clássico da Saudade seja gigante. E agora, na Libertadores, a nova geração, poderá sentir na pele e no coração, quão grande é esse embate.
Foto destaque: Divulgação/Arquivos Santos Futebol Clube