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Marcos Monteiro·30 de novembro de 2019

De devedor a clube mais rico: o novo Flamengo

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Colhendo os frutos de uma gestão que reorganizou as finanças do clube, geriu os recursos e soube investir, o novo Flamengo nasceu em 2013. À época com uma dívida superior aos R$ 700 milhões, Eduardo Bandeira de Mello, presidente que tinha acabado de assumir, traçou um novo perfil de gastos para o clube e o transformou na maior potência financeira do Brasil.

Tão logo assumiu a cadeira, Mello teve um discurso de “conduta responsável”.


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“Agora que começa a parte que vai nos chamar mais para a responsabilidade. Fora de campo começa o nosso principal desafio. Se dentro de campo nós sofremos com o time, fora de campo a situação é mais preocupante”, afirmou Bandeira de Mello em seu discurso de posse, no dia 27 de dezembro de 2012.

Dito e feito. Levantamento do GloboEsporte.com mostra que no início da década o faturamento anual do Fla era de R$ 208 milhões, mais de três vezes inferior à dívida de R$ 737 milhões.

Sete anos depois, os papeis se inverteram: balanços de abril a setembro de 2019 mostram que a dívida do Rubro-Negro é de R$ 574 milhões, enquanto seu faturamento é de R$ 652 milhões.

Gastos controlados e renegociação de dívidas

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O biênio 2013-14 foi chave para a reestruturação financeira do clube. A dívida, uma das maiores do país, estava dividida basicamente em quatro categorias: bancária (R$ 85 milhões), trabalhista (R$ 193 milhões), fiscal (R$ 400 milhões) e diversos (R$ 60 milhões).

Enquanto fora de campo o clube batalhava para diminuir a dívida, dentro dele o elenco era modesto, mas competitivo. Não à toa em 2013 o Flamengo foi campeão da Copa do Brasil, título fundamental para dar fôlego às reformas da diretoria.

Naquele ano o Flamengo lançara também seu programa de sócio-torcedor. Com o Nação Rubro-Negra a arrecadação com a torcida que era de R$ 25 milhões cresceu para R$ 83 milhões no ano seguinte.


Chegada dos primeiros reforços

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Giovan de Souza/Flamengo

A construção de um novo elenco começou somente no segundo mandato de Bandeira de Mello. Graças à volta do crédito no mercado e ao controle dos gastos durante os dois anos anteriores, o Flamengo pôde arcar com investimentos maiores.

“A partir do momento que a gente começou a ter uma certa folga, não só de caixa, mas de capacidade de crédito, a gente começou a se permitir fazer alguns investimentos”, afirmou o ex-presidente ao GloboEsporte.com.

Embalado pelas cotas de TV (somente entre 2016 e 2018 R$ 718 milhões foram arrecadados com contratos de transmissão dos jogos) e pelas vendas de atletas (especialmente Vinicius Jr.), o Flamengo negociou as chegadas de Diego Ribas, Everton Ribeiro e, então, Vitinho.


O período de ouro

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Manuel Velasquez/Getty Images

O fim de 2018, último ano de Bandeira de Mello à frente do clube, foi fundamental para estabelecer o que o Flamengo é hoje.

“Em 2018 nós terminamos numa situação fantástica, que é a que permitiu que nesse ano o time tenha sido muito reforçado”, completou Eduardo.

Com uma arrecadação superior à dívida, o Rubro-Negro foi agressivo no mercado. No início de 2019 foram nove contratações: Gabigol, Gerson, Bruno Henrique, Rodrigo Caio, Arrascaeta, Rafinha, João Lucas, Pablo Marí e Filipe Luis. Basicamente todo o time titular, com exceção de Everton Ribeiro, Diego Alves e Willian Arão, que já estavam no elenco. Dos contratados, apenas João Lucas não é presença constante no onze inicial.


Foto: Carl de Souza/AFP/Getty Images