Dalot foi o que Portugal pedia na lateral direita e agradeceu a titularidade com grande atuação | OneFootball

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·06 de dezembro de 2022

Dalot foi o que Portugal pedia na lateral direita e agradeceu a titularidade com grande atuação

Imagem do artigo:Dalot foi o que Portugal pedia na lateral direita e agradeceu a titularidade com grande atuação

Portugal possui um conjunto de laterais de primeira linha. Ainda assim, João Cancelo talvez chegasse à Copa do Mundo como o melhor nome tanto na direita quanto na esquerda. O alto nível no Manchester City fala por si. No entanto, ser um armador na equipe de Pep Guardiola não garante necessariamente a mesma capacidade em Portugal de Fernando Santos. O camisa 20 não fazia um bom Mundial. E o treinador, nas tantas mudanças cruciais que realizou nos 6 a 1 sobre a Suíça, também acertou a mão com Diogo Dalot. O camisa 2 foi exatamente o que os lusitanos precisavam e saiu como um dos melhores em campo.

A carreira de Dalot foge um pouco dos padrões do futebol. Revelado pelo Porto, mal atuou pela primeira equipe até ser vendido ao Manchester United. Era uma aposta alta dos Red Devils ao pagarem €22 milhões por um atleta que só havia disputado oito partidas como profissional, por mais que José Mourinho respaldasse o negócio. O novato não engrenou de primeira em Old Trafford, pelas lesões e também pelo ambiente que não auxiliava – inclusive com a saída do treinador. Foi o empréstimo ao Milan em 2020/21 que ajudou um pouco mais em sua afirmação. De volta ao United, ganhou a posição a partir do meio da temporada passada e se tornou um dos elementos mais elogiados numa defesa tão massacrada.


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A ascensão de Dalot nas últimas temporadas confirmava as impressões que deixara nas seleções de base. O lateral tinha uma experiência tremenda com as equipes menores de Portugal. Frequentou todas as categorias do sub-15 ao sub-21, com 71 partidas disputadas pela equipe nacional. E segurou a chance no time principal quando caiu no seu colo, justo na Euro 2020. Cancelo foi cortado por causa da Covid-19 e Dalot até ganhou a posição de Nélson Semedo nos mata-matas do torneio. Não evitou a eliminação contra a Bélgica, mas parecia se colocar um passo à frente para seguir no elenco quando o virtual titular voltasse.

Dalot, de fato, permaneceu na reserva de Cancelo depois da Eurocopa. Chegou a entrar inclusive como lateral esquerdo, mas sempre demonstrou muita vontade em suas oportunidades. Prova disso veio na Data Fifa de setembro, com uma partidaça contra a República Tcheca na Liga das Nações. Indicava como talvez merecesse um pouco mais de observação. E se não deu para superar Cancelo no início da Copa do Mundo, a classificação antecipada de Portugal concedeu a titularidade no mistão contra a Coreia do Sul. Dalot agradou bastante, com assistência e muita agressividade. Apesar da derrota, fez em 90 minutos mais que o concorrente nos 180 diante de Gana e Uruguai. O camisa 2 ficou, Cancelo iria para o banco.

A escolha de Dalot era até lógica pela forma como Portugal atuou contra a Suíça. Foi um time de muita mobilidade em seu quinteto da frente. Em teoria, Bruno Fernandes ocuparia um pouco mais a meia direita, mas as trocas de posição eram constantes. E se o armador buscava naturalmente o centro do campo, o corredor ficava aberto. Por isso mesmo, Wiliam Carvalho se fixou um pouco mais atrás para os laterais subirem e darem amplitude. As costas do camisa 2 estavam cobertas para ele aproveitar seu melhor: a velocidade e as jogadas rumo à linha de fundo.

Dalot não marcou gol, mas sua atuação foi tão boa quanto a de Raphaël Guerreiro pela esquerda. O camisa 2 participou demais e auxiliou na maneira vertical como os lusitanos atacaram. Ofereceu mais agressividade e fisicalidade. Foi um jogador de boa participação ofensiva, mas sem se descuidar atrás, salvando até a melhor chance dos adversários no primeiro tempo. Afinal, a goleada de Portugal também se explica pela forma compacta como o time se defendeu e recuperou as bolas para contra-atacar. Dalot ajudou a iniciar essas transições e pegou os suíços repetidamente desprevenidos. A cereja do bolo ficou para a assistência do terceiro gol, em que fintou o marcador e serviu Gonçalo Ramos.

Cancelo não deixa de ser um baita lateral por ter ido para a reserva. Possui uma qualidade na armação como poucos e, não à toa, por tanto tempo permanece como um diferencial ao Manchester City. Entretanto, Dalot mostrou como pode disputar a posição em alto nível e oferece outro tipo de qualidades. No fim das contas, foi exatamente o que a Seleção das Quinas pedia. Méritos de Fernando Santos, tanto tempo criticado por escalar somente por nome, mas que dessa vez foi cirúrgico em tantas decisões para armar o time.

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