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·20 de maio de 2020

Cruzeiro perde seis pontos na Série B: entenda a punição da Fifa e os próximos passos

Imagem do artigo:Cruzeiro perde seis pontos na Série B: entenda a punição da Fifa e os próximos passos

O drama que vive o Cruzeiro parece não ter fim. Após diversos escândalos políticos que estouraram no ano passado, que culminaram na primeira queda do time para a Série B do Brasileirão, outra notícia chegou para abalar os ânimos dos cruzeirenses: o clube começará com menos seis pontos a temporada 2020 do campeonato brasileiro por conta de uma punição da Fifa.

Mas qual o motivo para essa punição? Ela é definitiva? Pode haver outras? A Goal responde essas dúvidas aqui.


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Entenda o caso

A história que culminou com a dedução de seis pontos antes mesmo do campeonato começar tem seu início em 2016. Nessa época, o Cruzeiro contratou o meio-campista Denilson, por empréstimo, junto ao Al Wahda, dos Emirados Árabes.

O jogador ex-São Paulo chegou à Toca da Raposa em 19 de julho de 2016 e permaneceu até 31 de dezembro do mesmo ano. O acordo entre árabes e brasileiros se deu pelo pagamento de uma taxa de 850 mil euros (cerca de R$ 5 milhões na cotação atual). O Al Wahda concordou em pagar 100% dos salários de Denilson durante a permanência dele no Brasil.

Denílson posa com o uniforme do Cruzeiro em sua apresentação (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Em seis meses, Denilson fez apenas cinco partidas pela Raposa, sendo duas delas como titular. Ao fim do contrato, Denilson voltou aos Emirados Árabes. Entretanto, a dívida pelo empréstimo não foi paga desde então.

Em março de 2020, já na gestão de José Dalai Rocha, o clube mineiro recebeu uma ordem da pagamento direto da Fifa, para que quitasse a dívida com os árabes. Uma comitiva da instituição foi ao Oriente Médio para tentar negociar formas de pagar o que devia, mas não obteve sucesso.

Por isso, a Fifa prescreveu que a Raposa deverá começar a Série B com menos seis pontos, ou seja, caso vença as duas primeiras rodadas do certame, a equipe chegará à terceira rodada com zero pontos, o que pode atrapalhar bastante a sequência do campeonato e a provável disputa pelo título da segunda divisão.

Cabe recurso?

Denílson e o ex-vice-presidente do Cruzeiro, Bruno Vicintin (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

O clube brasileiro afirmou em nota oficial que a decisão não cabe recurso  na Fifa. Porém, diz que como não recebeu nenhum comunicado oficial da entidade reguladora do futebol mundial, tenta trabalhar para que possa começar o certame sem a decisão.

O motivo de não haver recurso para o caso é que o prazo máximo dado pela Fifa para a quitação da dívida venceu na segunda-feira (18). Ainda assim, o clube afirmou que continuará tentando evitar outras punições do não pagamento da dívida pelas gestões anteriores (a nota oficial do clube está disponível ao final da matéria).

Pode haver mais punições?

De acordo com o Globo Esporte , o clube mineiro receberá uma nova data para o acertar o que deve. Caso isso não aconteça dentro do prazo estabelecido, pode haver mais punições para a Raposa.

O CEO do Cruzeiro, Sandro González afirmou que tentou negociar com os árabes, mas eles "foram taxativos" e alegaram que a situação se estende por quatro anos. Por isso, não aceitaram as jusitificativas e tentativas de prorrogar o prazo.

Nota oficial do clube

"O Cruzeiro Esporte Clube segue trabalhando firmemente para evitar as consequências do não pagamento ao Al-Whada de mais de 5 milhões da dívida pelo empréstimo do volante Denilson, contratado em 2016. O prazo venceu nesta segunda-feira, 18. E por causa deste processo, que não cabe mais recursos na Fifa, o clube celeste pode sofrer a punição de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, a direção do Clube ainda não recebeu nenhuma comunicação oficial, e o Cruzeiro está finalizando a negociação com o clube dos Emirados Árabes.

As tratativas com o Al-Whada vinham se desenvolvendo positivamente nas últimas semanas, embora a troca iminente na direção do clube, com as eleições para presidente na próxima quinta-feira, 21, também tenham colaborado para dificultar as negociações. Outra dificuldade, além da falta de receitas da Raposa, que teve seus recursos ‘varridos’ na antiga administração, é o atual momento, com a pandemia da Covid-19, o coronavírus.

“Estamos negociando com o Al-Whada e vamos seguir até o último minuto, aguardando um desfecho positivo, para que o Cruzeiro não seja penalizado com a perda de pontos. Estamos vivendo um momento de exceção, em que o mundo está sofrendo com as consequências desta crise com o Coronavírus. Todos sabem da falta de recursos do Cruzeiro e o Clube teve suas receitas ainda mais comprometidas pela situação de pandemia”, explicou Sandro Gonzalez, CEO do Conselho Gestor, falando sobre as negociações com o clube árabe".