Cruel para um, histórico para outro: Gales vence a Ucrânia e está de volta à Copa do Mundo | OneFootball

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·05 de junho de 2022

Cruel para um, histórico para outro: Gales vence a Ucrânia e está de volta à Copa do Mundo

Imagem do artigo:Cruel para um, histórico para outro: Gales vence a Ucrânia e está de volta à Copa do Mundo

Tudo que a Ucrânia tentou parou em Wayne Hennessey e, de maneira muito cruel, foi um gol contra de Andriy Yarmolenko, líder ucraniano dentro e fora de campo, que separou as duas seleções no estádio Cidade de Cardiff neste domingo. A epopeia ucraniana chegou ao fim. Gales venceu por 1 a 0 e, 64 anos depois, está classificado para a Copa do Mundo.

Como na semifinal da repescagem das Eliminatórias Europeias, a Ucrânia fez um grande jogo, mas dessa vez a bola não entrou. Méritos enormes para Hennessey, autor de nove defesas durante a partida, muitas delas difíceis, roubando o protagonismo de Gareth Bale, que perdeu uma chance clara de resolver a parada abrindo 2 a 0 no segundo tempo.


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Aos 32 anos, e em fim de contrato, Bale terá a oportunidade completar o seu currículo com o que ele havia dito que faltava: disputar uma Copa do Mundo pela seleção galesa, sempre especial ao coração do atacante, prioridade nesses últimos anos de Real Madrid. Se a dúvida antes era se ele continuaria jogando se Gales não se classificasse, agora é em qual clube se manterá ativo para chegar ao Catar com possibilidade de liderar seu time contra Inglaterra, Estados Unidos e Irã.

A última partida de Gales em um Mundial foi contra o Brasil nas quartas de final de 1958. Derrota, com gol de Pelé, em sua única participação anterior. Para retornar, teve que superar a saída de Ryan Giggs, afastado após ser denunciado por agredir duas mulheres. Robert Page assumiu o time pela primeira vez em novembro de 2020, quando Giggs foi detido. Apesar da pouca experiência como treinador principal, conduziu uma boa campanha nas eliminatórias, invicta depois da derrota na primeira rodada para a Bélgica.

Não foi o suficiente para conseguir vaga direta, mas chegou à repescagem com a vantagem de jogar em casa e fez valer o mando de campo na semifinal, em março, com vitória sobre a Áustria por 2 a 1, gols de Gareth Bale. Precisou esperar meses para disputar a partida decisiva contra a Ucrânia, adiada para o começo de junho por causa da invasão à Rússia.

Não esbanja talento, mas tem bons jogadores. O veterano Hennessey mostrou-se decisivo, atrás de uma defesa que conta com Ethan Ampadu, da base do Chelsea, e Ben Davies, lateral do Tottenham fechando o trio pela esquerda. Neco Williams é um ala de potencial. O meio-campo tem muita experiência, com Aaron Ramsey e Joe Allen. Gareth Bale é naturalmente a estrela da companhia, mas Daniel James tem feito um bom papel pelo outro lado. Harry Wilson e Brennan Johnson estiveram entre os destaques da segunda divisão e disputarão a Premier League na próxima temporada.

A decepção é enorme à Ucrânia. Não apenas porque os jogadores falaram tanto sobre querer dar a alegria e a normalidade de uma Copa do Mundo à população que sofre com a guerra, ou porque talentos como Zinchenko, Yarmolenko e Malinovskyi não estarão no Catar, mas principalmente pelo roteiro da tarde em Cardiff. Uma atuação melhor, mas um gol contra casual e um goleiro iluminado. E dessa vez quem comemorou no fim foram os galeses.

A partida

O técnico Oleksandr Petrakov repetiu a escalação que havia vencido a Escócia na última quarta-feira. Neco Williams produziu a primeira boa situação, com uma jogada individual a partir da esquerda, passando por dois marcadores antes de chutar para fora, sem muito perigo. A Ucrânia assumiu as rédeas da partida, porém, e começou a botar Hennessey para trabalhar. Tsygankov de fora da área e Yaremchuck totalmente livre pela direita da grande área exigiram defesas que não pareceram tão difíceis, mas foram importantes.

Aos 21 minutos, Karavaev furou na primeira tentativa, de frente para o gol, e foi travado na segunda. A bola sobrou para Hennessey. Zinchenko mandou de média distância, e Hennessey espalmou. No minuto seguinte, saiu do gol na hora certa para abafar a infiltração de Tsygankov, bem acionado pelo pivô de Yaremchuk. Gales mal havia chegado ao gol de Bushchan, quando contou com a sorte para abrir o placar. Bale cobrou falta da esquerda, fechando a trajetória, em busca do cruzamento, e Yarmolenko se jogou para desviar de cabeça. Acabou mandando contra o próprio patrimônio.

A dinâmica continuou no segundo tempo, mas na primeira meia hora a Ucrânia não conseguiu ser tão criativa quanto havia sido até ali. Davies apareceu na hora certa para desarmar Yaremchuk, que ficaria na cara do gol, e Malinovskyi arriscou de canhota de fora da área, perto da trave. Brennan Johnson foi introduzido aos 26 minutos e não demorou para causar impacto. Acertou o pé da trave, após cruzamento da direita, com um chute de primeira. Depois encontrou bom passe para Ramsey que cruzou para a direita da grande área.

Caso Gales tivesse perdido, a jogada assombraria Bale para o resto da vida. O cruzamento chegou perfeito para ele, que teve liberdade e tempo para calcular direitinho o que faria. Uma batida de primeira com a perna esquerda que já gerou tantos gols em sua carreira. Mas não pegou muito bem na bola, chutou fraco, e Bushchan fez a defesa. Oportunidade para decidir de vez o jogo.

A Ucrânia foi para cima nos minutos finais. Davies mais vez fez um bloqueio providencial no chute de frente de Yarmolenko, e Hennessey saiu do gol para atrapalhar Karavaev, que cabeceou para fora. Aos 38 minutos, Dovbyk subiu mais alto que todo mundo e cabeceou com firmeza, à queima-roupa, mas Hennessey conseguiu barrar com uma das mãos. Uma defesa excepcional, daquele tipo que deixa bem claro que a bola ucraniana não entraria de jeito nenhum naquela partida. E não entrou mesmo.

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