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·26 de março de 2020

Cristiano Ronaldo, o apelido de Penaldo e a falsa ideia de que ele depende de pênaltis

Imagem do artigo:Cristiano Ronaldo, o apelido de Penaldo e a falsa ideia de que ele depende de pênaltis

Na partida contra o Malmo, em dezembro de 2015, Cristiano Ronaldo balançou as redes quatro vezes para se tornar o primeiro jogador da história a alcançar dois dígitos em gols ainda na fase de grupos da Liga dos Campeões.

Satisfeito com seu desempenho, o português estava animado para falar com a imprensa na zona mista do do Santiago Bernabéu, até que uma pergunta sobre pênaltis mudou seu humor. O jornalista questionou se ele pensava que dependia das penalidades para marcar, ainda que nenhum de seus quatro gols na partida tenham acontecido deste modo. Dos 11 tentos acumulados até aquele momento na competição, apenas dois surgiram de cobranças de pênalti.


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“Você tem que olhar as estatísticas", disse irritado. "Quantos gols eu marquei pelo Real Madrid? E eles não são todos de pênalti".

Muitos de seus críticos, inclusive, o chamam de “Penaldo”, uma maneira pejorativa de dizer que ele depende das penalidades para marcar. Ronaldo, é claro, tem seus pontos fracos, assim como todos os jogadores. Mas pensar que ele não é um dos artilheiros mais completos que o jogo já viu é algo escandaloso.

Foto: Getty Images

Essa ideia parece ter surgido quando ele deixou o Manchester United, em 2009, para se juntar ao Madrid. CR7 foi o cobrador oficial de todos os pênaltis desde sua chegada. Após a primeira temporada no clube, Benzema foi contratado para formar dupla de ataque com o gajo, por sua movimentação e seus bons passes. Então, após a Copa do Mundo da África, em 2010, Di Maria e Ozil foram contratados para alimentar os atacantes.

Com isso, os números de Ronaldo dispararam em sua segunda temporada em Madrid, com o clube explorando todos seus pontos fortes. Entre 2010 e 2015, ele nunca ficou abaixo de 50 gols por temporada. Mesmo assim, continuou sendo perseguido por causa das penalidades.

Talvez ele até tenha contribuído para isso, quando marcou o quarto gol da vitória por 4x1, diante do Atlético de Madrid, na final da Champions League de 2014, em cobrança de pênalti, e saiu comemorando de maneira exagerada. Também é certo que os incríveis números do português foram impulsionados pelos gols que marcou dessa maneira.

Foto: Getty

Desde a temporada 2009/10, ele foi o jogador que mais cobrou (107) e mais converteu (93) penalidades no futebol. Como comparação, Messi ocupa o segundo lugar nesses dois quesitos (64 de 82), mas nunca foi taxado como dependente das cobranças. Da mesma forma, Ibrahimovic marcou 20% de seus gols dessa mesma maneira e nunca levou essa fama.

Mas não se pode contestar os números. O cinco vezes melhor do mundo marcou 503 gols nos últimos 11 anos, e apenas 18% deles vieram de pênalti. Mesmo que essa proporção seja grande - Messi marcou 545 gols no mesmo período, 12% da marca da cal - não dá para desconsiderar todo o restante dos gols. Estamos falando do maior artilheiro da história do Real Madrid, que recentemente igualou o recorde de balançar as redes em 11 jogos seguidos na Serie A.

E mesmo sendo considerado “fominha”, ele é o sexto jogador com mais assistências desde a temporada 2009/10, acima de jogadores como David Silva (131), De Bruyne (127) e Hazard (121).

É claro que cada um tem suas preferências e tem o direito de não gostar de algum jogador, mas chamá-lo de “Penaldo” é algo exagerado. Basta olhar os números.