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·29 de março de 2021

Cristiano Ronaldo, Haaland & Mbappé: como a pandemia vai afetar o mercado europeu

Imagem do artigo:Cristiano Ronaldo, Haaland & Mbappé: como a pandemia vai afetar o mercado europeu

À medida que a temporada na Europa se aproxima do fim, os rumores sobre possíveis transferências esquentam cada vez mais o mercado. Alguns nomes, como Haaland, Mbappé, Messi e Cristiano Ronaldo aparecem como os ‘queridinhos’ no momento, mas são jogadores que demandam um alto investimento. No entanto, com a crise econômica que afeta o futebol, por conta da pandemia da Covid-19, muitas incertezas pairam sobre os principais times do mundo.

"Estou falando com clubes que querem gastar dinheiro com jogadores na próxima janela, mas eles não têm ideia do quanto poderão gastar”, disse um agente de renome que opera principalmente na França e no Reino Unido, à Goal.


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"Eles ainda estão conversando com os jogadores, tentando antecipar o que vai acontecer. E devem fazer isso. Do contrário, perderão oportunidades. Mas os clubes estão sendo muito cuidadosos, pois não têm previsão de orçamento para a próxima temporada ou para a temporada seguinte", acrescentou.

Dessa forma, é difícil prever como o mercado europeu irá se comportar na próxima janela. Os maiores clubes ainda querem contratar os melhores jogadores, mas será que eles realmente têm dinheiro para isso?

O Manchester United, que é um dos clubes mais ricos do mundo, conseguiu algo raro neste momento, um patrocínio de camisa de  235 milhões de libras (cerca de R$ 1,9 bilhão) com o TeamViewer. E mesmo assim, o clube - que precisa de reforços para algumas posições no elenco - está adotando uma postura de cautela, sem loucuras na hora de contratar e aproveitando melhor os jovens da base.

Barcelona e Real Madrid também não estão em condições de gastar sem medo, como costumam fazer. E quando até mesmo Florentino Pérez, o homem por trás da era ‘galáctica’ em Santiago Bernabéu, prega cautela, pode-se imaginar a gravidade da situação econômica atual.

“Os clubes terão que ser um pouco mais táticos em sua abordagem ao mercado de transferências. Acho que veremos muitos acordos de troca e os números nas manchetes não serão os mesmos que vimos antes”, disse Tim Bridge, da Deloitte Football Money League, à Goal.

Mas se a grande maioria dos clubes passar por uma situação tensa, outros, como PSG, Manchester City e Chelsea, podem se beneficiar da situação. Enquanto seus donos possuem outras maneiras de arrecadar receitas fora do futebol, eles terão menos concorrentes de peso no mercado. Tanto que os nomes de Haaland, Ronaldo e Messi estão ligados a esses clubes.

"Perder mais de 50 milhões de euros por ano em receitas para os maiores clubes é uma lacuna que muitos terão que preencher. E a maneira mais fácil de fazer isso é vender um ativo valioso”, destacou Bridge.

Mas mesmo assim, o mercado deve realmente se voltar para trocas criativas, como Barcelona e Juventus fizeram entre Arthur e Pjanic, na qual os dois trocaram de lado e o único valor gasto foi a diferença entre o preço dos atletas: 10 milhões de euros.

“Certamente veremos muitas trocas nesta janela, mas acho que também teremos muitos empréstimos com obrigação de comprar”, disse o repórter Fabrizio Romano, especializado em transferências. “A ideia será evitar pagar qualquer dinheiro adiantado e/ou pagar ao longo de muitos anos. Esta é uma parte fundamental do mercado de transferência da pandemia”.

Mas não é apenas o dinheiro gasto com transferências que preocupa. Os salários também são outro ponto de atenção. E enquanto os clubes tentam reduzir os vencimentos, muitos atletas se recusam a aceitar. Com isso, Sergio Ramos ainda não renovou seu contrato com o Madrid, enquanto a Juventus cogita abrir mão de Cristiano Ronaldo para conseguir reforçar o resto do time.

É claro que ninguém poderia prever a pandemia, mas não era preciso ser um especialista para ver que o modelo de negócios no futebol era falho.

"É preciso pensar que, se o futebol não fizer mudanças devido à pandemia e aprender com as lições, será uma verdadeira oportunidade perdida", finaliza Bridges.