Fogo Na Rede
·02 de janeiro de 2025
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Nome forte para substituir o técnico Artur Jorge no Botafogo, André Jardine admitiu ter amigos no scouting o Glorioso. Em entrevista ao “Seleção Sportv” em 20 de dezembro, o treinador do América-MEX apontava as dificuldades do time que perdeu para o Pachuca, também do México.
– Eu assisti ao jogo. Tenho alguns amigos que hoje trabalham no Botafogo, sobretudo o pessoal do scouting, que tem feito um grande trabalho nessa captação, o Botafogo tem dado algumas cartadas importantes. E eu tinha avisado, o Pachuca é um time extremamente intenso, que joga de uma forma muito vertical, que pressiona o tempo inteiro. O Almada é um treinador desses que não tem medo de ninguém, vai para a troca de tiro, não importa se acha que o time dele é inferior em nomes, ele não muda em nada o jeito de jogar, vai seguir pressionando e tentar fazer o jogo que ele acredita, contra qualquer time – declarou Jardine.
Reprodução/Instagram
– O pior cenário para o Botafogo era justamente chegar cansado contra um adversário que joga desse jeito, que propõe um jogo muito intenso, de transições, que se puder atacar com dois, três passes vai fazer e vai tomar outro contra-ataque, se roubar a bola vai acelerar de novo… Não é nada fácil jogar com o Pachuca. Prova a paridade da liga, eu diria que teriam hoje cinco ou seis times bastante superiores ao Pachuca para estar nesse Mundial. Era um jogo, para um time nas condições do Botafogo, viajando, cansado de duas finais, realmente ficou uma missão impossível enfrentá-lo, seria muito difícil para o Botafogo conseguir um resultado diferente, talvez uma derrota mais justa, mas vencer era muito difícil – completou.
– O objetivo aqui no México era chegar num clube grande, num clube que me desse condições de brigar pelo título, acabou acontecendo muito rápido, eu imaginava demorar um pouquinho mais esse objetivo. Hoje eu sigo muito feliz no América, tenho tudo aquilo que o treinador quer, que é esse tempo maior para poder moldar o elenco à nossa forma, para poder talvez criar um ciclo vitorioso similar ao que o Abel [Ferreira] conseguiu fazer no Palmeiras, Felipão no Grêmio há um tempo mais atrás… É tão difícil a gente conquistar esse tempo para fazer a coisa acontecer um pouco mais do nosso jeito, que eu quero me dar o direito de desfrutar um pouquinho disso tudo que a gente conquistou aqui e tentar fazer um período vitorioso, não só um ano, um ano e meio como atualmente é, mas vamos ver se a gente consegue perdurar um pouco mais tempo esse ciclo vitorioso. Eu ainda tenho dois anos e meio de contrato com a América, me vejo cumprindo eles, porque o clube hoje me atende 100% naquilo que eu quero, em todos os fatores, sobretudo condições da gente seguir brigando por títulos – disse.
– E aí, encerrando esse ciclo aqui, no futebol a gente não consegue criar muitos planos para um futuro muito longe, mas sem dúvida são vários sonhos que eu tenho. Um deles é ainda trabalhar em uma outra liga fora do país, tenho o sonho de trabalhar na liga espanhola, acho que agora falando o espanhol isso não é mais um empecilho. Pretendo também melhorar o inglês que me permita trabalhar em alguma liga diferente, a MLS é uma liga que me parece ser muito atraente pelo nível dos clubes, pelo nível também de morar nos Estados Unidos, as condições que dão para os profissionais. E, talvez no futuro um pouquinho mais longe, também fazer um trabalho significativo no Brasil. A gente fica com esse gostinho, essa pontinha de frustração de ainda não ter todo o reconhecimento que eu gostaria de ter dentro do meu país, apesar de ter conquistado uma medalha de ouro que parece fácil, mas não é. Pretendo ainda fazer um trabalho significativo em algum clube brasileiro, e não pretendo ter uma carreira tão longa não, pretendo me aposentar um pouquinho mais cedo do que essa turma que foi até os 70 trabalhando, porque o futebol te exige muito, desgasta muito, não pretendo ser um profissional desses que passa de clube em clube, ou que passa por três, quatro clubes em um mesmo ano. Acho que profissional precisa fazer trabalhos um pouquinho mais duradouros, e entre um trabalho e outro tem um período de descanso, de reciclagem – completou.