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·05 de novembro de 2020

Corrupções no Calcio – Calcioscommesse 2012

Imagem do artigo:Corrupções no Calcio – Calcioscommesse 2012

Sem dúvidas, o futebol italiano é um dos mais melhores do mundo. É difícil não se emocionar ao lembrar de grandes equipes, como o Milan de Kaká; a Juve de Del Piero; ou a Inter de Milão de Mourinho. De fato, esses anos de ouro marcaram para sempre a memória de todos os apaixonados pelo esporte. Porém, o futebol não é só magia e beleza. Existe um lado “obscuro” nele, com direito a práticas ilícitas, corruptas, que se opõe à alegria de ver a bola rolando. E isso atinge o futebol em diversos países ao redor do globo.

No caso da Itália, por baixo dos panos, o movimento da Máfia Italiana. Por meio de práticas ilícitas, os mafiosos realizam suas atividades e lucram com isso, perpetuando seu “domínio escondido” no país. E a Máfia usou o futebol na Itália em diversas ocasiões para camuflar isso. Um dos casos mais recentes foi o chamado Calcioscommesse, ocorrido entre 2011 e 2012, mas que seguiu em investigação anos depois. A coluna Calciostoria vai explicar o que foi um dos escândalos de corrupção mais recentes da história do futebol italiano.


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Como ocorria?

“Scommesse”, em italiano, significa aposta. Portanto, o nome se referia à manipulação de resultados através de apostas esportivas, que envolviam os próprios jogadores e técnicos dos times. Em resumo, os mafiosos queriam ganhar dinheiro através da influência de resultados.

Então, a aposta ia em certo time, e convenciam os jogadores e treinadores desse time a ganhar ou perder, fazer gols ou deixar de balançar as redes, dependia da aposta que foi feita. A Máfia oferecia dinheiro e benefícios aos atletas, técnicos, presidentes e dirigentes envolvidos.  Nesse caso, as apostas giravam em torno do número de gols ou quem faria o primeiro gol, o que é muito mais difícil de detectar.

2011

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As investigações começaram em junho de 2011, quando a polícia prendeu 16 jogadores acusados de envolvimento no escândalo, incluindo o ex-atacante  Signori, três vezes artilheiro do Italiano pela Lazio. Alguns meses depois, o ex-jogador da Atalanta Cristiano Doni foi banido do futebol por três anos e meio por causa de seu envolvimento no Calcioscommesse.

Na época, o caso não ganhou muita atenção da mídia pois a maioria dos jogadores envolvidos eram de times das segunda e terceira divisões, além de ex-jogadores. Devido ao caso Doni, a Atalanta, por exemplo, perdeu seis pontos na temporada 2011-2012. Cerca de 20 jogadores sofreram sentenças que variavam de um a cinco anos de afastamento do futebol.

Em seguida, as apurações descobriram que outros países como Cingapura também estavam envolvidos. O ex-zagueiro Farina confessou que recebeu uma oferta de 200 mil euros de seu companheiro de time Zamperini para manipular o resultado do jogo entre Cesena e Gubbio, pela Copa da Itália.

2012

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Um ano mais tarde, ocorreu uma nova onda de investigações. Em maio de 2012, a polícia prendeu o então capitão da Lazio Mauri, e o ex-Genoa Omar Milanetto. Outros jogadores também foram investigados, como Kakha Kaladze, Sculli, Sergio Pellissier e Criscito, este último que estava na lista da seleção italiana para a Euro de 2012, mas acabou sendo cortado. Aliás, o zagueiro Bonucci, acusado de também fazer parte do escândalo, ficou no plantel que foi vice-campeão da competição.

Além dos atletas, a justiça investigou também o técnico Antonio Conte, que na época treinava a Juve, por suposto envolvimento na manipulação de um jogo quando ele era técnico do Siena. Ele cumpriu quatro meses de suspensão do futebol por omissão, ou seja, ele sabia de tudo.

2015

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Em 2015, ocorreu a operação Dirty Soccer, que prendeu algo perto de 50 jogadores de quase 30 equipes da Lega Pro, 3ª divisão da Itália e da Série D, 4ª divisão. Por fim, a ação, da promotoria de Catanzaro e pelo departamento de combate à máfia, deteve também presidentes e dirigentes de clubes.

Também em 2015, a justiça italiana convocou Conte para um novo julgamento por seu envolvimento na manipulação de resultados, mas ele foi absolvido das acusações em 2016.

No entanto, esses foram apenas alguns dos diversos casos de investigação no Calcioscommesse. A justiça italiana puniu clubes, atletas, técnicos e dirigentes do futebol. O caso só evidencia a grande “sombra” que existe por baixo dos panos do futebol italiano: a corrupção e ações ilícitas de máfias. Até hoje, não se sabe se o Calcioscommesse terminou ou se ainda segue vivo.

Foto destaque: Reprodução/La Gazzetta dello Sport

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