Corinthians tem dívida de R$ 22 milhões por estacionamento no Pq. São Jorge: entenda | OneFootball

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·24 de novembro de 2020

Corinthians tem dívida de R$ 22 milhões por estacionamento no Pq. São Jorge: entenda

Imagem do artigo:Corinthians tem dívida de R$ 22 milhões por estacionamento no Pq. São Jorge: entenda

Em plena semana eleitoral e com um ambiente efervescente no Parque São Jorge, o Corinthians foi condenado na segunda-feira a executar o pagamento de R$ 22 milhões à prefeitura de São Paulo por ter usado por quase 20 anos uma área vizinha à sede do clube como estacionamento.

A história, no entanto, vai muito além da disputa encerrada judicialmente e de apenas de mais uma dívida corintiana a ser quitada. O início se deu quando o clube era campeão brasileiro apenas uma vez, presidido por Alberto Dualib.


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Em 1996, o mandatário costurou um acordo com o então prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, e conseguiu que a avenida vizinha ao Parque São Jorge ficasse disponível como estacionamento para os alvinegros. A decisão seria uma contrapartida pelo fato de o Corinthians ter cedido terreno para a ampliação de uma pista da Marginal Tietê.

Dessa forma, a avenida Condessa Elizabeth foi incorporada pelo Timão por mais de uma década, com cancela de estacionamento na entrada do local, após uma rotatória, e cobrança para quem quisesse ficar no lugar. Até 2009.

Gilberto Kassab, que acabara de ser reeleito para um segundo mandato como prefeito, contestou o acordo entre Corinthians e prefeitura. Ele não via benefício social com a ideia, algo fundamental na cessão de espaços públicos para entidades privadas.

Dessa forma, o corpo jurídico da municipalidade entrou com ação na Justiça para reestatizar a rua e receber pelo tempo em que ela teve uso exclusivo do Timão.

O processo trâmitou por anos e, já em 2013, na gestão Fernando Haddad, a Justiça decidiu a favor da prefeitura, ordenando o Corinthians a tirar grades e cancelas do local. O clube chegou a recorrer, mas, em 2015, a decisão foi definitiva.

Desde então, começou o processo de cálculo pelos 19 anos de "aluguel" da rua a serem ressarcidos na Justiça. Após cálculo de peritos, ficou definido que o Timão deve R$ 22 milhões por ter usado o espaço entre 1996 e 2015.

Com a decisão, o Corinthians tem 15 dias para iniciar o pagamento ou conseguir um acordo com a prefeitura. O problema é que, além de período eleitoral alvinegro, é também tempo de eleição na municipalidade, diminuindo muito a capacidade de diálogo entre os líderes dos dois lados.

A rua, por sua vez, está livre de grades desde 2015, mas segue como um local de parada de carros no Parque São Jorge. O estacionamento particular, muito menor, ficou só na parte interna do clube, entre os restaurantes e o Bar da Torre.

O tema da falta de local para estacionar carros no Corinthians, por sinal, fez parte da plataforma de todos os candidatos desde a execução da dívida da prefeitura. Os projetos incluíram até um edifício-garagem acoplado à sede, mas nada saiu do papel.