Corinthians avança à final da Libertadores Feminina com o 8×0 sobre o Nacional e a força das jogadoras contra um ato racista | OneFootball

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·17 de novembro de 2021

Corinthians avança à final da Libertadores Feminina com o 8×0 sobre o Nacional e a força das jogadoras contra um ato racista

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O Corinthians tentará buscar seu terceiro título na Copa Libertadores Feminina em cinco anos. Nesta terça-feira, as alvinegras confirmaram a classificação para a final com uma estrondosa goleada: aplicaram 8 a 0 para cima do Nacional de Montevidéu, com cada gol anotado por uma jogadora diferente. A partida seria marcada também por um episódio de racismo contra a brasileira Adriana, que contou com o apoio das companheiras e manifestações da equipe na comemoração dos dois últimos tentos. Com o resultado, as corintianas ganham o direito de decidir o troféu exatamente na casa das tricolores, o Gran Parque Central. A final ocorrerá contra o Independiente Santa Fe, que eliminou a Ferroviária nos pênaltis na outra semifinal.

Apesar do placar impiedoso aplicado pelo Corinthians, o primeiro tempo foi econômico. O único gol da equipe na etapa inicial saiu aos dez minutos, numa cobrança de escanteio que Giovana Campiolo emendou de cabeça. Apesar de boas chegadas das alvinegras antes do intervalo, a goleada se abriu mesmo na segunda etapa. Diany anotou um golaço para ampliar, aos quatro minutos, mandando de trivela na gaveta. Aos nove, o terceiro surgiu num cruzamento de Adriana para a acrobacia de Vic Albuquerque. Gabi Portilho se encarregou do quarto aos 16, escorando o cruzamento de Tamires. E o quinto foi obra de Jheniffer, aos 19, após bola ajeitada por Vic.


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A acusação de racismo aconteceu depois do sexto gol. Adriana converteu o pênalti e houve uma confusão em campo, com as jogadoras do Corinthians conversando com as árbitras. Vic Albuquerque chegou a chorar. Posteriormente, as corintianas revelaram que Adriana teria sido chamado de “macaca” por uma adversária. Depois que o jogo foi retomado, as alvinegras marcaram mais dois gols. Juliete assinalou o sétimo num chute da entrada da área e, numa bola solta, Grazi fechou a contagem. Na comemoração de ambos os tentos, as jogadoras e a comissão técnica ergueram o punho fechado, em gesto de repúdio ao racismo.

“Queria falar o que aconteceu no lance do pênalti. A gente trabalha para que não aconteça. Não ouvi o que ela falou, mas todo mundo que escutou se sentiu mal. As meninas me contaram e me senti muito mal. Nunca passei por isso. A gente trabalha para que nunca aconteça. Espero que ela tenha consciência do que falou e respeite nosso trabalho. A gente trabalha pra botar o Corinthians na final. Espero que não aconteça com ninguém porque é uma sensação horrível”, declarou Adriana, depois do jogo.

Já o Corinthians emitiu uma nota de repúdio, prometendo tomar medidas cabíveis: “O Sport Club Corinthians Paulista tomou conhecimento do relato das atletas do futebol feminino a respeito de injúria racial ocorrida na semifinal da Libertadores, a qual repudia veementemente. O clube se solidariza com Adriana e as demais jogadoras e, de imediato, presta a elas todo o apoio necessário. A delegação feminina contará com todo suporte jurídico cabível para a apuração necessária e a punição contundente desse ato inaceitável”.

A outra semifinal, entre Independiente Santa Fe e Ferroviária, aconteceu nesta segunda. Com bola rolando, as duas equipes empataram por 1 a 1. Gisela Robledo abriu o placar para as colombianas no fim do primeiro tempo, cobrando pênalti. Já aos 34 da segunda etapa, o gol da Ferrinha surgiu numa cobrança de falta perfeita de Rafa Mineira, na gaveta. A definição seguiu para os pênaltis e o Santa Fe teve mais precisão, com a vitória por 4 a 2. Monalisa e Raquel desperdiçaram suas cobranças pela equipe paulista. Com isso, as atuais campeãs se despediram do torneio e não poderão fazer uma decisão brasileira.

A final da Libertadores Feminina acontecerá no próximo domingo, em Montevidéu, entre as decisões da Copa Sul-Americana e da Libertadores Masculina. Palco histórico do futebol local e casa do Nacional, o Gran Parque Central sediará a decisão. O Corinthians tenta seu terceiro título, após levar a taça em 2017 e 2019. Já o Independiente Santa Fe buscará a conquista inédita. Será a terceira final nos últimos quatro anos em que uma equipe colombiana se faz presente.

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