Jogada10
·30 de julho de 2025
Consistente, Botafogo exibe futebol de alto nível na Copa do Brasil

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·30 de julho de 2025
O Botafogo precisava conciliar desempenho e resultado para referendar o início do trabalho do técnico Davide Ancelotti, sobretudo pelo anticlímax da última rodada do Campeonato Brasileiro. Este casamento ocorreu, enfim, nesta terça-feira (29), no Estádio Nilton Santos, na vitória sobre o Red Bull Bragantino por 2 a 0, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Em uma noite de temperatura patagônica para o carioca, o Glorioso brindou o público com 30 minutos de altíssimo nível, tempo suficiente para construir um bom resultado para a volta, na próxima semana, em Bragança Paulista. Bom score e com margem para o elenco não baixar a guarda.
As primeiras imagens do Botafogo no encontro desta terça-feira (29) eram as mesmas do segundo tempo de sábado (26), no empate contra o Corinthians por 1 a 1, também no Colosso do Subúrbio, pelo Brasileirão. Permissivo nos 15 primeiros minutos, o time concedia liberdade para o Bragantino chegar ao gol de John e não concatenava nenhuma trama de ataque interessante. A bola, aliás, batia em Cabral, escapava dos pés de Savarino e voltava para o Massa Bruta, um time, até então, mais organizado e de muita qualidade. Foram momentos de afobação e nervosismo diante de um bom adversário.
O futebol, porém, é repleto de nuances. O Glorioso conseguiu se ajustar rápido, errar menos, controlar melhor a posse e articular as jogadas ofensivas. Na primeira delas, Vitinho subiu e rolou rasteiro para batida seca e certeira de Montoro. Quem diria que o camisa 2, enfim, acertaria um lance de ataque? A partir daí, o jogo era outro. O Botafogo assumiu o protagonismo de equipe grande e relegou o Bragantino ao posto de franco-atirador. Onipresente, Barboza desarmou na defesa e ainda apareceu no ataque para, de cabeça, fulminar Cleiton, após centro na medida de Cuiabano. Aula de contra-ataque, verticalidade, imposição, eficácia e superioridade numérica. O visitante não jogou mais até o descanso.
Davide Ancelotti já alertava para o fato de, no Brasil, o segundo tempo das partidas ser mais aberto. Ao pé da letra, o treinador italiano acertou a projeção. O Botafogo teve uma chance claríssima, quando Cabral saiu sozinho na cara de Cleiton e, ao invés de correr para o abraço, consagrou o keeper do escrete paulista. Do outro lado, John, que já havia brilhado na primeira etapa, salvou o Mais Tradicional de uma vitória amarga. Ou seja, o Alvinegro poderia ter saído da possibilidade de um 3 a 0 para um 2 a 1. Mas o Glorioso controlou a partida e não teve aquela queda física vertiginosa do embate contra o Timão, mesmo baixando um pouco o ímpeto de uma primeira etapa quase exemplar.
Pantaleão ganhou todas atrás. Suas atuações, sempre sóbrias, são assombrosas. Barboza teve a sua rebeldia premiada. Center-half, Freitas, ausente no fim de semana, melhorou a dinâmica na distribuição. Savarino, depois de pegar um banco de reservas, cresceu ao longo da partida e armou o time com mais desenvoltura. Newton manteve a regularidade, apesar de não aparecer tanto. Artur foi outro destaque e sempre participa dos gols. Os laterais voaram. Montoro é um fenômeno da natureza. Cabral poderia ter sido um pouquinho melhor. Mas foi a melhor atuação coletiva nos seis jogos da era Ancelotti.