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·26 de agosto de 2024

Conselheiros criam novo grupo e superam diferenças pelo impeachment de Augusto Melo no Corinthians

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O Conselho Deliberativo do Corinthians recebeu, no fim da tarde desta segunda-feira, o requerimento que solicita a destituição de Augusto Melo da presidência do Corinthians. O documento é de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, grupo intitulado como “apartidário” e que reúne conselheiros de diversas chapas que superaram diferenças pelo interesse em comum na saída de Augusto e sua diretoria do poder.

“O Movimento Reconstrução nada mais é do que uma ação apartidária, que reúne conselheiros independentes de diversos grupos que, sim, têm opiniões diferentes sobre vários temas, mas sabem que nesse momento é preciso deixar essas diferenças de lado e focar no bem maior, que é o Corinthians”, explicou o conselheiro vitalício e ex-presidente Mário Gobbi em nota oficial divulgada pelo grupo à imprensa.


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“O Corinthians está no limite. Não suporta mais todo esse desmando, toda essa confusão e falta de gestão. É preciso organiza-lo o quanto antes, seja para o clube parar de sangrar, seja para que nosso time dê a resposta no campo e saia dessa situação no Campeonato Brasileiro que aflige a todos nós”, complementou Gobbi, que apoiou André Negão na última eleição presidencial.

O documento de 19 páginas enviado ao Conselho Deliberativo, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, contém 90 assinaturas. O grupo alega que o principal problema da atual gestão é o “escândalo que comprometeu indevidamente R$ 25 milhões dos cofres do clube por trabalho de intermediação que não aconteceu na negociação do contrato com a VaideBet”. O caso, além de estar sendo investigado pelo clube, é tratado com atenção pela Polícia.

O grupo pede, além do afastamento de Augusto, “que o presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Jr. cumpra o que está no estatuto e chame a reunião extraordinária para tratar do assunto”.

ENTREVISTA EXCLUSIVA Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo e responsável por comandar todo o processo, deve encaminhar, até o fim desta semana, o requerimento de destituição de Augusto Melo, recebido nesta segunda, à Comissão de Ética, para que o documento seja anexado ao processo, já em curso, de apuração sobre as ações do mandatário e outros seis investigados: Armando Mendonça (vice); Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro); Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico); Fernando Perino (ex-diretor adjunto jurídico); Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol).

“Um caso desse não pode demorar, não deve durar nem dois meses. Eu não vou arquivar e julgar ninguém sozinho, vou cumprir o estatuto, votando no plenário. Seja qual for o parecer, vai votar. Vai ter que ser no voto. Busquei o caminho mais claro, mais transparente e regimentário”, explicou Romeu Tuma Jr, após ser procurado pela Gazeta Esportiva.

O presidente do Conselho reforçou que a inevitável votação no órgão fiscalizador vai acontecer em cima dos pareceres que forem apresentados pelas Comissões de Ética e Justiça. Portanto, se houver, por parte destas comissões, sugestão de destituição do presidente Augusto Melo, esta penalidade será definida pelos membros do Conselho Deliberativo.

“A Comissão de Justiça não tem poder de apontar crimes. Ela encontrou indícios sobre sete pessoas que poderiam desencadear penalidades no Estatuto. A juiza sugeriu que fosse apurado pela Comissão de Ética, que é uma comissão processante, tem poder para pedir provas e ouvir as pessoas. Se a Comissão entender que houve infringência, você pode encaminhar para votação no Conselho”.

“Os outros podem ser expulsos, advertidos. O presidente não pode ser expulso, ele pode ser destituído do cargo. É a Comissão de Ética que, individualmente, recomenda as eventuais penalidades, mas o parecer dela não é definitivo. O Estatuto fala que quem delibera é o Conselho. A Comissão faz parecer, recomendando, e nós podemos votar no plenário”.

“Eu legitimei a Comissão de Justiça para ser parte da apuração da Comissão de Ética, ela (a CJ) vai acompanhar o processo, e as duas comissões podem apresentar votos conflitantes. Nós votamos o que vier de lá. Não é preciso um pedido de impeachment para destituir um presidente. Nós receberemos os pareceres das comissões e votaremos para deliberar”.

Caso a destituição de Augusto Melo seja votada no Conselho Deliberativo, após recomendação das comissões competentes, e o órgão forme maioria sobre a decisão de afastar o presidente do cargo de maneira definitiva, os sócios se tornarão a última esperança de Augusto Melo.

“No caso específico de presidentes, a decisão precisa ser referendada pela assembleia geral, com votação dos sócios”, avisou Romeu.

Augusto Melo e outros dirigentes e ex-dirigentes do Corinthians também estão sob risco de serem indiciados pela Polícia Civil, que está investigando o acordo feito pelo clube com a VaideBet. O andamento deste processo pode dificultar a situação do presidente corintiano dentro do clube.

“Se eles forem indiciados pela Polícia, agrava no processo administrativo dentro do clube, com certeza”, concluiu o presidente do Conselho Deliberativo.

O Estatuto corintiano prevê, na hipótese de destituição de um presidente, que a função seja assumida pelo primeiro vice, lugar ocupado por Osmar Stabile atualmente, de maneira temporária, e que em até 30 dias aconteça uma votação dentro do Conselho Deliberativo para eleição de um novo presidente.

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