FNV Sports
·04 de agosto de 2020
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·04 de agosto de 2020
A princípio, foi anunciado nesta segunda-feira (3), o retorno aos treinos da Seleção Brasileira Feminina Sub-17. Dessa forma, as atletas irão se preparar para o Campeonato Feminino Sul-Americano Sub-17, que acontece no Uruguai, no mês de novembro. O que chama a atenção na convocação, é o número de convocadas que defendem a camisa do São Paulo. Entre as sete jogadoras do Tricolor que chamaram atenção da técnica Simone Jatobá, está a goleira Stephanie Noronha de 16 anos. Recentemente, o Futebol na Veia teve a oportunidade de conversar com a arqueira, sendo então, este bate-papo o foco da matéria.
Oriunda de Itu, cidade paulistana, Stephanie sentiu a paixão pelo futebol emergir desde cedo. Observando o irmão jogar bola aqui e acolá, a jovem descobriu o interesse em comum. Passou por diversas escolinhas onde jogava com meninos. Quando tinha seis anos, começou a treinar especificamente sua posição com Kiko Lima, na KFC Escola de Goleiros, local que frequentou por quatro anos. Assim, quando completou 10 anos, foi para o Centro Olímpico, conhecido pela excelência no futebol feminino e por “descobrir” grandes talentos para a Seleção Brasileira. Sendo este o caso de Stephanie, que foi convocada nesta mesma época -com 10 anos- pela Seleção no Rio de Janeiro, em Pinheiral.
Durante esse período, a atleta frequentou o Centro Olímpico por quatro anos. Contudo, houve idas e vindas durante essa passagem, pois não tinha condições de viajar três vezes na semana. Afinal, morava em Itu, interior de São Paulo, e os custos acabavam saindo do orçamento. Então, recebeu o contato do São Paulo, onde está atualmente. Todavia, também passou por alguns obstáculos, já que o clube não contava com alojamento e novamente o deslocamento tornava-se insustentável. Logo na sequência, a goleira mudou-se para Criciúma (SC), onde ficou apenas um mês com muitas dificuldades. Depois, foi para o time São José e ficou um ano por lá. Enfim, o Tricolor Paulista ofereceu alojamento e fechou contrato com Noronha.
“Na verdade por causa do meu irmão eu comecei a jogar na linha… aí não deu certo, eu fazia gol contra e pegava a bola do meu próprio time (risos). Meu pai acabou me perguntando se eu queria uma roupa de goleira para eu tentar ir no gol, e acabou dando certo! Desde os meus 6 anos de idade estou no gol.”
“Para mim, jogar com meninos me ajudou muito porque fez eu amadurecer mais rápido e pegar muito mais experiência… mas o preconceito sempre teve nos piores e melhores momentos.”
“Para ser sincera eu agradeço muito por estar no clube que estou hoje, eles se importam muito com nós atletas e temos muito apoio de todos. Acho que chegar no profissional do time que você joga, é meta pra qualquer jogadora, eu gostaria muito.”
“Para crescer mais eu acho que precisamos de mais investimento nos clubes e nas escolas, e eu acho que isso é uma das partes que já melhorou. Em vista de antes que não tínhamos nada de investimento ou qualquer coisa do tipo agora está muito melhor e a tendência é melhorar.”
“Para falar a verdade inspiração eu não tenho… mas eu admiro muito a Aline Reis que também é da Seleção.”
“A minha primeira convocação foi com 10 anos em 2013. Eu era toda inocente e não tinha a noção da importância que era estar lá, eu fui e mostrei meu trabalho e depois de dois anos eu voltei e comecei a ir para as convocações.”
“Representar o meu país não tem coisa melhor! Saber que tudo deu certo, o esforço do começo que valeu a pena agora não tem preço e não tem sensação melhor quando estamos com o peso e a responsabilidade dessa camisa! Teve vários amistosos, mas teve um torneio em Portugal que fomos participar, ganhamos o primeiro jogo contra a Áustria e eu acho que esse jogo eu consegui me destacar mais.” Stephanie em campo pela Seleção (Foto: Arquivo Pessoal)
“Pra mim é uma pressão gostosa de sentir e responsabilidade que a gente carrega é muita mas é boa. Mas claro que também é complicado, se você errar é direto pro gol então a concentração tem que ser muita.”
“Se Deus quiser com minha casa, meu carro e atuando em um time fora do Brasil.”
“Eu diria para seguir em frente com o que gostaria de praticar e independentemente dos obstáculos seguir com a cabeça erguida que o resultado vai chegar.”
Foto Destaque: Divulgação/Arquivo Pessoal