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·21 de maio de 2020

Como um zagueiro ofuscou a despedida de Zidane dos gramados

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A idade chega para todo mundo, inclusive aos grandes ídolos do futebol. Ter uma carreira longeva não significa que atuará em alto nível até o último dia de profissional. Entretanto, alguns jogadores desafiam os limites do seu corpo e conseguem se despedir disputando competições de alto nível. Foi o caso do ídolo francês, Zinédine Zidane, atual treinador do Real Madrid. Seu último encontro com a bola dentro das quatro linhas aconteceu na final da Copa do Mundo de 2006 contra a Itália.

No caminho até chegar à decisão, Zidane fez boas atuações, sobretudo contra o Brasil, quando eliminou a seleção canarinho nas quartas de final da competição. No dia 9 de julho, a Itália foi a última equipe na qual o craque enfrentou. Essa data importante é destaque desta semana na coluna ‘Além dos Bleus‘, que mostra as curiosidades do futebol francês.


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Tinha tudo para ser uma despedida roteirizada com os melhores cinéfilos de Nova York. A carreira de Zidane foi brilhante, sendo comparada, inclusive, com a de Michel Platini, o maior nome do esporte francês. Entretanto, um zagueiro deixou o papel de coadjuvante para ser protagonista da decisão.

A seleção italiana voltava à uma decisão de mundial após 12 anos. Enquanto isso, os franceses chegaram com a experiência de oito anos antes, quando conquistou a Copa pela primeira vez.

Cabeçada foi a última ação de Zidane na carreira

Como era esperado, o duelo começou a todo vapor. Logo aos 7′, Materazzi, personagem principal desta história, cometeu pênalti em Malouda. Zidane, então, cobrou a penalidade de maneira inusitada, cavando no meio do gol. A cobrança bateu na trave e pingou dentro por centímetros. “O craque foi frio, mas ao mesmo tempo irresponsável”, disse à época o L’Équipe, principal jornal esportivo francês.

Junto com T. Henry, Zidane fazia boa atuação, despedindo-se, portanto, em grande estilo. As coisas caminhavam conforme o planejamento dos franceses. Embora tenha saído atrás, a Azzurra não se abalou. Ainda no primeiro tempo, Pirlo cobrou escanteio na cabeça de Materazzi. Do inferno, o zagueiro então da Inter de Milão chegou ao céu com o gol de empate.

Entretanto, o protagonismo do beque italiano não se deu pelo pênalti cometido ou pelo gol feito. A cena que ficou marcada na história do futebol foi da cabeçada que sofreu do Zizu. Uma carreira de vitórias se encerrou com a agressão feita ao colega de trabalho. A cabeçada não passou despercebida pelo árbitro argentino Horacio Elizondo, que aplicou imediatamente o cartão vermelho.

Por que houve a agressão?

A leitura labial feita pelo jornalismo da Globo em 2006 sugeriu que o zagueiro italiano xingou a irmã de Zizu e em seguida disparou palavrões contra o camisa 10 francês. Em 2016, já aposentado, Materazzi confirmou os xingamentos em entrevista ao L’Équipe. “Disse algumas palavras estúpidas ao Zidane, mas que não eram suficientes para provocar tal reação. Falei da irmã dele, mas não da sua mãe, como vi em alguns jornais”, lembrou.

Embora tenha uma carreira sólida, Materazzi hoje é lembrado principalmente pela cabeçada que sofreu. A partida foi para os pênaltis. A Itália acabou conquistando seu quarto título mundial. Já Zizu ficou por um tempo longe dos gramados, até voltar como auxiliar técnico do Real Madrid em 2013.

Ficha técnica

Itália 1 (5) x (3) 1 França

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