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·05 de agosto de 2022

Como Pelé ganhou a camisa 10 na Copa de 1958, o torneio que… Não existiu?

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A Copa do Mundo de 1958 existiu?


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Tem gente que diz que não, que o primeiro título brasileiro em Copas do Mundo não passou de uma invenção.

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Imagem: Divulgação

Segundo o mocumentário sueco Konspiration 58, o torneio foi falsificado e existiu apenas como cobertura de rádio e TV, forjando em uma conspiração entre a televisão norte-americana e sueca, a CIA e a FIFA como parte da Guerra Fria. Lembra muito outra teoria sem pé nem cabeça: a de que o homem não teria ido a Lua.

O curta afirma que Suécia não possuía os recursos econômicos ou técnicos necessários para sediar um evento tão grande, que seria realizado para que governo americano fizesse disso um teste da eficácia da propaganda televisiva.

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Quando o filme foi lançado em 2002, coincidentemente o ano do quinto título mundial do Brasil, o público não foi informado com antecedência de se tratava de uma piada, dando a impressão de que Konspiration 58 era um documentário regular.

Em uma era tomada das fake news, o objetivo do mocumentário era ilustrar como funciona o revisionismo histórico, destacando a importância da crítica das fontes ao obter informações – por exemplo, da mídia. Para colaborar com isso, a maioria dos personagens do filme são celebridades reais que estavam interpretando a si mesmos.

É tudo verdade

O torneio foi real. Tão real que apresentou ao mundo a realeza do futebol aos 17 anos: Pelé, que eternizou a camisa 10.

Mas a camisa 10 foi vestida apenas por acaso, ou por destino. Para entender, é necessário recordar como surgiram os números nas camisas de futebol.

Essa prática começou no final dos anos 20, em um jogo na Inglaterra entre Sheffield Wednesday e Arsenal. Porém, oficialmente, algo assim só foi registrado na partida final da FA Cup de 1933 entre Everton e Manchester City, em que os números foram distribuídos do 1 ao 11 para o time de Liverpool, enquanto os Citizens jogaram com a numeração do 12 ao 22.

Com o sucesso da adoção dessa prática, outros clubes passaram a utilizá-la. Contudo, a Fifa apenas adotou a numeração em Copas do Mundo a partir de 1950 no Brasil.

Como tudo que envolve o futebol, a numeração dos jogadores em seus uniformes guarda muitas histórias. A fama da camisa 10, por exemplo, ganhou força por causa daquela Copa do Mundo na Suécia. Naquele Mundial, a numeração era dada pelo registro do jogador na federação dos países.

Para a seleção brasileira o décimo número caiu com o jovem Edson Arantes do Nascimento, ou apenas Pelé. Nas palavras do próprio Rei:

Até a Copa de 58, a numeração não tinha nenhuma importância. Depois que fomos campeões, eu usando a 10 — o jogador mais novo do time e de uma Copa —, ela passou a ter essa importância que vemos até hoje. Antes disso, o único número importante era o 1 do goleiro. Por isso, brinco com meu filho Edinho, que jogou com essa camisa no Santos, que Deus foi muito bom com nossa família, dando essa responsabilidade em dobro pra nós.

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Imagem: CBF/Divulgação

Como eu não fui um jogador que saiu daqui do Brasil como titular, então eu jogava e, coincidentemente, treinava com a camisa número 8, que era a camisa que eu jogava no Baquinho, em Bauru. Antes de vir para o Santos, eu era o número 8.

Zagallo, o ponta esquerdo de Feola, tem outra recordação: “Não sei direito, mas acho que mandaram a numeração que puseram nas nossas malas, com as quais viajamos. Só pode ser essa a explicação, porque, me lembro muito bem, a minha mala tinha o número 7”.

Boa parte da mística que envolve o futebol, assim como um mocumentário, é sempre cheio de mistérios e incertezas. Mas de uma coisa temos consciência: a camisa 10 não teria a mesma importância para o esporte mundial sem Pelé.

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