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·27 de novembro de 2024

Com um ano a menos no poder, Casares pode acumular déficit maior que o de Leco no São Paulo

Imagem do artigo:Com um ano a menos no poder, Casares pode acumular déficit maior que o de Leco no São Paulo

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo

Qual o tamanho do buraco nas contas do São Paulo em 2024?


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A dúvida se tornou pertinente após o próprio presidente Julio Casares dizer publicamente nesta terça-feira (26), durante evento da CBF, que as contas deste ano não devem ser nada agradáveis.

"Eu já avisei o conselho que no fim do ano vai ter déficit, mas com o fundo vamos ter tranquilidade. Ganhamos a Copa do Brasil, Estadual e a Supercopa. Foi uma aposta? Foi. Mas precisávamos fazer", disse.

"Claro que é ruim terminar o exercício com déficit muito alto, mas o São Paulo ao priorizar aquelas disputas... Eu me lembro que antes da final contra o Flamengo tínhamos propostas para quatro jogadores titulares. Naquele momento, eu iria terminar o ano com superávit se tivesse vendido. Mas, naquele momento, era muito importante a conquista. Corremos riscos", completou o dirigente.

O 'Blog do São Paulo' diz que o déficit do clube do Morumbi deve ser o maior da história. E enquanto os números não saem oficialmente, o que resta são projeções. E elas não são nada agradáveis.

Segundo levantamento feito pelo parceiro ANOTAÇÕES TRICOLORES (veja os dados completos abaixo), mesmo com um ano a menos na presidência são-paulina, Casares deverá passar o antecessor Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, no total acumulado de prejuízo.

Entre 2016 e 2020, no cinco anos de mandato, Leco somou R$ 223,1 milhões de déficit em suas contas. Desde então, Casares acumulou até 2023, último ano com dados completos divulgados, R$ 170,8 milhões. Ou seja, já tem 76.6% do total de prejuízo do antecessor, alvo de críticas por irresponsabilidade financeira por ele mesmo.

O AVANTE MEU TRICOLOR revelou que somente no primeiro semestre desse ano, o déficit do São Paulo é sete vezes maior que o esperado inicialmente pelos dirigentes são-paulinos.

O clube acumulou até o final de junho aproximadamente R$ 185 milhões, enquanto a gestão Casares esperava uma sangria de pouco mais de R$ 25 milhões.

Nas contas passadas por fontes ouvidas pela reportagem, o departamento de futebol é um dos principais responsáveis pela bola de neve das finanças. Fechou o semestre no vermelho em R$ 33 milhões, enquanto no planejamento aprovado pelo Conselho Deliberativo no fim do ano passado a projeção era de lucro de R$ 55 milhões.

Internamente, a justificativa é a de que o número geral, mesmo que insatisfatório, é justificável pela não negociação de jogadores.

O Tricolor esperava faturar grande com as vendas principalmente do volante Pablo Maia e do meia Nestor, mas ambos se contundiram e prejudicaram as negociações. Com outros nomes, como o ponta William Gomes, há o entendimento de que segurá-lo pode ser melhor para uma valorização ainda maior.

Até aqui, o Tricolor angariou R$ 79 milhões com negociações de jogadores, seja ele vendendo diretamente ou abocanhando o mecanismo de solidariedade por transferências internacionais de outros clubes.

O número não é baixo, mas ainda está bem atrás dos R$ 170 milhões estimados na projeção da diretoria aprovada no Conselho para este ano.

Importante ressaltar que ano passada, o São Paulo fechou o faturamento com déficit de R$ 62,2 milhões, mas houve atenuantes como a conquista da Copa do Brasil e a venda do zagueiro Beraldo ao PSG, da França, nos últimos dias de dezembro por R$ 107 milhões.

A sangria são-paulina neste ano influenciou planos da diretoria para reforçar o elenco. O AVANTE MEU TRICOLOR apurou que estava nos planos realizar ao menos uma contratação de impacto. Na última janela de transferências, apenas quatro jogadores vieram, todos por empréstimo, fazendo do clube do Morumbi o oitavo que menos gastou entre os 20 que disputam o Brasileirão (apenas R$ 12,4 mi ao todo).

A aposta para solucionar financeiramente o Tricolor a partir do próximo ano será a adoção de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) para substituir suas dívidas de curto prazo, com vencimento mais longo, de quatro anos e meio, para dar mais fôlego financeiro, mas que tem regras de austeridade para gastos.

"Eu não tinha capacidade financeira nem o plano de recuperação que essas instituições, como Palmeiras e Flamengo, conseguiram ter. O passado deles vai ser o meu presente agora. O FDIC e outras ações em curso vão trazer ao São Paulo a necessidade de ser cada vez mais criativo na construção do elenco", disse o mandatário.

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