MundoBola Flamengo
·16 de abril de 2025
Com polêmica e discurso de Landim, Conselho Deliberativo do Flamengo aprova contas de 2024

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·16 de abril de 2025
Em reunião nesta terça-feira (15), na Gávea, o Conselho Deliberativo do Flamengo aprovou as contas de 2024 do clube. Mesmo com parecer do Conselho Fiscal e ala que apoiava ressalva nas contas, o que abriria brecha para responsabilizar o ex-presidente Rodolfo Landim, os conselheiros votaram a favor do balanço. O demonstrativo financeiro do último ano aponta déficit e crescimento da dívida depois de três anos.
Ao todo, 258 membros do CoDe participaram da votação. Foram 185 votos a favor, 51 contra a aprovação das contas e 22 abstenções. Além dos pareceres do Conselho Fiscal e de Administração, Landim falou diante dos associados do clube para defender os resultados financeiros da sua gestão.
"Saber de onde a gente saiu e onde a gente chegou ao longo desses últimos anos. Esses últimos seis anos, a gente viu alguns indicadores aqui como pegar o clube, assim, com o patrimônio líquido de um milhão de reais, entregar com 680, reduzir a dívida pela metade", disse Landim em parte do discurso.
O Demonstrativo Financeiro do Flamengo registra um recorde na receita recorrente na última temporada: R$ 1.227 bilhão. Isso significa o dinheiro que entrou no clube sem contar a verba por transferência de atletas, que foi de R$ 107 milhões e leva a receita total para R$ 1.334 bilhão.
Por outro lado, o clube apresentou déficit e teve aumento significativo no endividamento, algo que não ocorria desde 2020, ano afetado pela pandemia de Covid-19. O resultado negativo foi de R$ 700 mil, e a dívida líquida saltou de R$ 50 milhões para R$ 327 milhões.
A aprovação das contas sem qualquer ressalva é benéfica para o Flamengo, pois mantém a imagem de transparência e credibilidade, facilita o planejamento orçamentário e evita possíveis disputas internas.
Isso foi causado principalmente da redução de caixa no final da temporada passada, resultado da compra do terreno do estádio e investimento em atletas. O discurso feito por membros comissão de finanças indicou que o ex-presidente poderia ter descumprido o artigo 146 do Estatuto do Flamengo.
Nele, há a previsão de que o Conselho Diretor deveria perder autonomia para assinar contratos em caso de déficit superior a 3% do faturamento previsto no orçamento.
Landim, então, afirmou que a diminuição do dinheiro em caixa se deu pela compra do terreno do Gasômetro e classificou como "esquizofrênica" o pedido de ressalva nas contas por uma ação que foi aprovada pelo Conselho Deliberativo. Outra alegação do Conselho Fiscal foi que o ex-presidente não solicitou uma revisão orçamentária.
"Agora, colocar uma ressalva porque eu cumpri uma decisão que o próprio Conselho Deliberativo tomou para que a gente comprasse o terreno, porque eu não teria revisado isso no Conselho de Administração numa revisão orçamentária, me parece um esquizofrênico.", disse Landim, que sugeriu revisão do artigo.
Além do terreno do estádio, o investimento em jogadores no segundo semestre também contribuiu para a grande redução de caixa no fim do ano passado. Principalmente as compras de Carlos Alcaraz (R$ 125 milhões) e Gonzalo Plata (R$ 30 milhões), além dos que chegaram sem custo de transferências: Michael e Alex Sandro.
Landim reconhece que precisou fazer investimentos além do previsto, o que também gerou questionamentos pela não revisão do orçamento, mas se justificou. O ex-presidente citou as lesões graves de Pedro, Viña, Luiz Araújo e Cebolinha na última temporada e disse que foi ao mercado pois "não teria time" para finalizar o campeonato.
"O que aconteceu de fato foi que nós estávamos com um time, também, fora o problema do terreno, nós estávamos com uma equipe que teve um acúmulo de lesões. Nós tivemos o Pedro com lesão de ligamento cruzado, Viña com ligamento cruzado, Cebolinha com rompimento de tendão, tivemos Luís Araújo com fratura no joelho. (...) Não tínhamos time para poder finalizar o nosso campeonato. Foi aquilo que aconteceu", comentou.
Além disso, disse que os últimos números que teve acesso estavam de acordo com o que determina o estatuto, mas afirma que foi realizada uma nova apuração quando já tinha deixado o cargo de presidente.
A aprovação sem ressalva das contas, como pediu Landim, encerra a possibilidade de infração e consequentemente as chances do ex-presidente ser responsabilizado.