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Luiz Signor·21 de junho de 2020
Com brilho e humildade, Pelé fez a grande Copa da carreira em 1970

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Luiz Signor·21 de junho de 2020
Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, provou para quem ainda duvidava que, de fato, podia ser chamado de Rei. Há 50 anos, no dia 21 de junho de 1970, o eterno camisa 10 da Seleção Brasileira se despediu das Copas do Mundo em altíssimo estilo.
Levou o tri com a Seleção Brasileira no México e terminou aquele Mundial, o terceiro e último da carreira, com atuações históricas e muita humildade.
Ele não precisou ser o “cara” do time de Zagallo. Mas, ainda assim, foi o “cara”.
“O Pelé podia fazer o que quisesse, tanto que, teoricamente, não jogava para ser o artilheiro. Foi uma grande Copa, uma Copa completa do Rei”, garantiu Rivellino, camisa 11 em 70, ao Onefootball.
Pelé encerrou a Copa de 70 com a vice-artilharia do Brasil graças aos quatro gols feitos – Jairzinho foi o goleador do Mundial com sete.
O maior brilho do Rei, que liderou nas finalizações entre os brasileiros (33), veio na coletividade. Foram seis assistências, a melhor marca da história das Copas.
Contra a Inglaterra, no jogo mais difícil para o Brasil, o Rei recebeu de Tostão e serviu Jairzinho, que garantiu o 1 x 0, por exemplo. A na final, além de abrir o placar, Pelé contribuiu com dois passes para gols. O último encontrou o Capita para selar o 4 x 1 histórico.
O nível mostrado pelo astro do Santos e da Seleção foi, de fato, altíssimo. Algo que Clodoaldo, companheiro de Peixe e camisa 5 daquela Seleção, destacou.
“Pelé atingiu o seu ápice em 70. Em tudo, reflexo, velocidade, condicionamento. A preparação foi muito adequada para a época. Ele, já sendo o melhor do mundo, atingiu um nível de condição física e técnica que fez a diferença”, disse, ao Onefootball.
E, claro, os lances em que o Rei tentou, mas não fez, ficaram na memória de quem viu todo ao vivo. Lances em que Pelé foi Pelé.
Confira, na entrevista abaixo concedida à CBF TV o que o maior jogador do Século XX falou sobre a conquista de 70, citando um pedido especial feito pelo capitão Carlos Alberto Torres:
O primeiro veio logo na primeira rodada da fase de grupos, contra a Tchecoslováquia. Percebeu o goleiro Viktor adiantado e, do próprio campo, quase marcou. A bola passou a cerca de 40 cm do gol.
Já contra o Uruguai, na semifinal, foram dois. O primeiro após um tiro de meta cobrado pelo goleiro Ladislao Mazurkiewicz. O Rei chutou de primeira, quase surpreendendo o ídolo do Atlético-MG.
Pouco depois, foi lançado por Tostão e, se tocar na bola, deu um drible de corpo em Mazurkiewicz, que teve sorte. A finalização do Rei foi para fora.
Ao término da decisão contra a Itália, a invasão no gramado entrou para a história. Eram torcedores, jornalistas, soldados… E, claro, Pelé foi o mais procurado. Erguido, estava em seu trono. Nos braços dos súditos. Uma imagem para sempre.
Foto destaque: Reprodução/Fifa